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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->A CASA -- 17/08/2002 - 21:14 (COELHO DE MORAES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A CASA
baseado em texto de Jorge Luís Borges
Tio Malaquias (paletós e roupa mais antiga); H ( jovem); Alexandrina; Daniel, o Marceneiro

O homem (H) vem chegando e pega da caixa do correio uma cartas. Entra e lê. Voz em OFF do leitor da carta: Antes de mais nada meus cumprimentos. Infelizmente trago más notícias. Seu tio Malaquias faleceu de um aneurisma, nos confins remotos do continente (passam imagens, paralelas à leitura, do tio com uma laranja, do tio jogando xadrez, do tio emprestando um livro grande e pesado, prismas e pirâmides no piso do escritório. Imagem da casa, vista de longe).
Voz OFF do ator, após a leitura da carta: O homem esquece que é um morto que conversa com mortos. (retoma a leitura)
Voz OFF do leitora da carta: Algumas coisas estranhas andaram acontecendo. Invadiram a casa de seu tio, jogaram a mobília no rio e decapitaram o grande cão ovelheiro. Foi encontrado decapitado na calçada. A casa parece vazia. Falta você aqui. (ele pensa e repentinamente se decide. No quarto os movimentos, em cortes rápidos, de uma arrumação de malas e partida para a rua. Fade para uma residência onde se toma chá com bolachinhas. Uma mulher – Alexandrina (A) – passa requeijão em uma, oferece ao jovem e fala):
A: Caro jovem... você não veio até aqui para que falemos de Malaquias, o tempo todo e nem para visitar as nossas cidades. Cidade que pouco me interessa, também. O que lhe tira o sono é a invasão da casa e esse curioso invasor.(imagem da casa) A mim também. Francamente a história me desagrada, porém, lhe direi o que puder. Não será muito.
H: Sei que queriam contratar seus serviços para a construção de uma capela católica.
A: Exato... mas, eu sou uma servidora do Senhor e nunca que concordaria em cometer a abominação de construir altares para ídolos. Respondi-lhes que não! (pausa).
H: Isso é tudo?
A: Não. O judeu, esse Pretorius, o invasor, quis que eu destruísse a minha obra e construísse uma coisa monstruosa em seu lugar.(pausa). Quer mais chá?
(H e A se despedem na entrada da casa. H sai e mais à frente encontra Daniel (D). À distancia a impressão é de H não quer seguir com ele mas D teima e o leva. H nota que se aproximam da casa. D percebe e o afasta para um bar).
D: Eu não sou covarde, vc sabe. Mas noite dessas eu passava perto da casa com meu Rottweiller, quando vi algo. Mas o cão viu primeiro e correu. Meu caro. Correu para longe dali. Se eu não solto a coleira ele me arranca o braço.
H: O que é que viram , afinal?
D: Porra, o que vi, não era pra menos.( Inesperadamente ele sai e deixa H no bar, atônito, bebendo o último gole, deitando o copo e cismando).
H volta para seu quarto no hotel, fecha a janela, deita-se e sonha com Minotauro, quadros de Bosch e labirintos. Acorda lentamente e a janela está aberta. Ele não se move. Vê uma gaveta semiaberta. Uns livros com folhas ao vento. Sobre a pia um copo com vinho e uma garrafa aberta ao lado. A porta do quarto se fecha. A imagem se fecha no rosto de H.
H entra numa marcenaria. O marceneiro (M).
H: Boa tarde. Eu sou da residência invadida pelo judeu Pretorius e preciso de sua ajuda.
M: Que tipo de ajuda?
H: Entrar na casa... reconstruir o mobiliário original...
M: Eu tinha a mobília para o velho Malaquias...
H: Então é isso. Pago bem...
M (que pegou alguns papéis): Isso tudo é do judeu. O tal...(M não se lembra)
H: Pretorius...
M: Isso. Papelada que não entendo. Assinada por aquele judeu esquisito.
H: Mas, o que vc quer dizer com isso.
M: Quero dizer que não volto naquela casa nem por todo o ouro do mundo. O cliente é sagrado mas, na minha humilde opinião, o Judeu está maluco. ( M se afastou para dentro de sua loja).
H escreve em um diário à noite. Dia 2 de Janeiro. Ele está nas proximidades da casa. Uma luz repentina aparece na escuridão das janelas. Dia 4 de janeiro: Ele observa a casa e de repente um grito terrível. Dia 7 de janeiro: Risadas e música alegre e festiva. Clarões no interior. Dia 10 de janeiro: Ele se afasta da casa quando ouve passos que param quando ele para e corre quando ele corre. H para em uma esquina e espera que quem o persegue passe. Para sua surpresa, quem o persegue sai detrás dele, detrás da câmara, bruscamente. Dia 19 de janeiro. Chovia. Trovões e Relâmpagos. H está nas ruas e se aproxima da casa. Passa pela entrada. Uma rajada de chuva bate em H e na porta e a porta se abre. Vasculha e sombras passam por ele. Um ou outro barulho muito estranho, em volume baixo. Choro de criança, possivelmente e ele se decide subir. No alto do mezzanino há um brilho de vela. H olha. Começa subir. Súbito a porta sendo fechada lá atrás. Tomadas do exterior da casa. Não há mais chuva. Pingos. H se volta lentamente. Passos sobre pedrinhas e objetos estalantes. (passos que se multiplicam em vários pés, gravação do Wisnick?) A sombra de um ser plural ( a sombra de várias pessoas e várias cabeças entrelaçadas em abraço contra uma luz, começando a subir a escada, como última visão de H. Fade out.

FIM


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