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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->O FIM -- 17/08/2002 - 21:12 (COELHO DE MORAES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O FIM
- baseado na obra de Jorge Luís Borges –
Recabarrem, o jovem, o Negro e a Pessoa que vem. Muito sol. Se possível um vento carregado de poeira.


Recabarrem dormindo. Som de violão vem do bar, contíguo ao quarto. Ele acorda. Toca um sino, chamando alguém. Janela e a imagem que se vê dela. Recabarrem tem um derrame de um dos lados do corpo. Um braço pende. Olha o céu, pela janela. Um jovem abre a porta do quarto. Recabarrem, com os olhos pergunta. O jovem sinaliza que não e sai. O jovem vai para o bar e quem toca o violão é um negro (N). Imagem, de horizonte. Ao longe um ponto. Uma pessoa que vem, carregado de mochila, bem sujo de poeira. O negro olha. A pessoa (P) que vem. O jovem olha. A pessoa que vem. Recabarrem, olha pela janela. A pessoa que vem. (A cada momento desses cortes a pessoa está mais próxima). A pessoa entra com passos firmes na venda. Ângulo de Recabarrem: O vê entrar e papear cumprimentos com as pessoas na chegada. Durante o diálogo sobressai o violão. Durante o diálogo P recebe e bebe a cerveja. Durante o diálogo teremos sucessivos cortes para Recabarrem lá dentro e o jovem, observando, cá fora. O negro, tocando, sem alçar olhos, diz:
N: (tranquilo) Já sabia eu que podia contar com o senhor.
P: E eu contigo, moreno. Uma porção de dias te fiz esperar... mas vim aqui.
N: Estou me acostumando a esperar. Esperei sete anos.
P: Mais de sete anos passei sem ver meus filhos.(olha os descampados) Encontrei-os naquele dia... e não quis mostrar-me como um homem que vive trocando punhaladas.
N: Já compreendi. Espero que os tenha deixado com saúde.
(P ri com vontade e pede uma cachaça que – joga pro santo - bebe com o maior prazer).
P: Dei bons conselhos a eles... Que nunca são demais... e nada custam. Disse-lhes... entre outras coisas... que o homem não deve derramar o sangue do homem.
(um acorde especial no violão)
N: Fez bem. Assim não se parecerão a nós.
P: Pelo menos a mim... Meu destino quis que eu matasse... e agora... outra vez... põe-me a faca na mão.
N: Com o outono se vão encurtando os dias.
P: (batendo na coxa) Esta luz que fica me basta. (Fica de pé e para defronte o negro). Deixa em paz o violão, que hoje te espera outra espécie de desafio.
N: (enquanto saem) Talvez neste me vá tão mal como no primeiro.
P: No primeiro não te saíste mal... o que se deu... é que querias chegar ao segundo.(ri e bate nas costas do outro) .
(saíram e se afastaram da venda. Foram tirando as roupas e pesos desnecessários. Chapéus, ponchos, esporas, paletós).
N: Uma coisa quero pedir-lhe. Que ponha toda a tua coragem e toda a tua manha, como naquela outra de sete anos atrás, te lembras? Quando matou meu irmão (P o olha severo e aperta os olhos).
Movimento super-ríspido num tremendo contraste com todo o diálogo até este momento A coreografia da luta deve determinar uma violência sem limites. O primeiro movimento deve ter o rebrilhar da faca e um corte rápido no rosto do Negro. O jovem observa de longe. A faca corta pele e roupas, mas o lutadores não se interrompem. Ângulo de Recabarrem: da janela os lutadores. Recabarrem transpirando muito se encosta na parede. Parece sofrer. De repente uma investida e o Negro recua de uma talhada na cara, finta o movimento e enterra a adaga no ventre do P. Depois outra. Recabarrem está com dores no peito e fica tonto. O Negro está imóvel olhando o P. Ângulo do jovem. Ângulo do Negro. O Negro limpa o facão. Recabarrem corre para o sino, meio tonto. O Negro retorna lentamente. O jovem o olha. O Negro se aproxima. Recabarrem não acha o sino e arfa. O jovem retorna para a bancada. O negro retoma o violão. Recabarrem cai de barriga para cima no chão.

FIM.





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