A saudade aperta o peito
E meche minhas lembranças
O passado fica tão real
Quanto ao presente, eu me sinto diminuído.
Mas vejo como aluno
Que esqueceu os ensinamentos
Mas sei que posso relembrá-los
Sei que eu posso ascender
Mas algo me ordena que eu me apague
Eu posso ser uma estrela
Ou me tornar um buraco negro
E porque alguém não me diz nada
Porque não escuto uma palavra se quer?
Será que este mundo todo é um sonho?
Ou será que o sonho sou eu?
Haverá um lugar para os perdidos com eu?
Onde eu possa fechar os olhos
E continuar enxergado
Dormir sem me desacordar
É pena que a beleza dos pensamentos
Não possa ser transmitida completamente em palavras escritas
Porque agora estou com a brandura de uma brisa
E o furor de uma tempestade
É como se o frio do universo
Se unisse com o calor de mil Sóis
Para formar a beleza exótica de uma criatura
Tudo para, mas o pensamento continua.
E é o pensamento que mais me maltrata.
Enildo Netto Teodoro
07 de Novembro 1989
Rio de Janeiro – escritório do quartel