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Artigos-->Memória do Movimento Estudantil - V -- 28/03/2005 - 10:19 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Armas em funeral, fogo!



Relação dos militares do Exército brasileiro assassinados pelos comunistas, durante o triste episódio conhecido como “Intentona Comunista”, ocorrido em Natal e no Rio de Janeiro, no período de 23 a 27 de novembro de 1935:



Ten Cel MISAEL MENDONÇA

Maj ARMANDO DE SOUZA E MELLO

Maj JOÃO RIBEIRO PINHEIRO

Cap DANILO PALADINI

Cap GERALDO DE OLIVEIRA

Cap BENEDICTO LOPES BRAGANÇA

1º Ten JOSÉ SAMPAIO XAVIER

2º Sgt JOSÉ BERNARDO ROSA

2º Sgt JAIME PANTALEÃO DE MORAES

3º Sgt CORIOLANO FERREIRA SANTIAGO

3º Sgt ABDIEL RIBEIRO DOS SANTOS

1º Cabo LUIZ AUGUSTO PEREIRA

2º Cabo ALBERTO BERNARDINO DE ARAGÃO

2º Cabo PEDRO MARIA NETO

2º Cabo FIDELIS BATISTA DE AGUIAR

2º Cabo JOSÉ HERMITO DE SÁ

2º Cabo CLODOALDO URSULANO

2º Cabo MANOEL BILÉ DE AGRELLA

2º Cabo FRANCISCO ALVES DA ROCHA

Soldado LUIZ GONZAGA

Soldado LINO VITOR DOS SANTOS

Soldado JOÃO DE DEUS ARAUJO

Soldado JOSÉ MARIO CAVALCANTI

Soldado JOSÉ MENEZES FILHO

Soldado ORLANDO HENRIQUE

Soldado PÉRICLES LEAL BEZERRA

Soldado WALTER DE SOUZA E SILVA

Soldado WILSON FRANÇA



Para conhecer em detalhes o levante comunista, acesse http://www.ternuma.com.br/intentona.htm.



A estes legítimos heróis brasileiros, nossa eterna admiração e gratidão!



***



“Lembrai-vos de 35!



J. O. de Meira Penna



A 27 de novembro de 1935, morando em Copacabana, fui despertado às 4 da madrugada pelo telefone. Minha mãe, minha irmã e dois primos que eram irmãos adotivos, estavam numa casa na esquina da rua Ramon Franco, na Urca, que recebeu balaços do tiroteio no quartel do 3º Regimento. Ficaram horas deitados no chão para não serem atingidos pelos tiros. Só à tarde, consegui chegar até lá. Vi a destruição e ainda assisti à retirada de alguns feridos. O edifício antigo de uma exposição internacional onde estava localizado o Regimento ainda ardia em chamas.



Não só devemos lembrar o morticínio mas os cem milhões de mortos ou mais que o comunismo provocou no século passado, sem esquecer que os 50 milhões mortos na IIª Guerra resultaram do acordo Molotov-Ribbentrop de agosto de 1939 que juntou os dois grandes totalitários na tentativa de destruir o Ocidente democrático.



Não esqueçamos tampouco os milhões que morreram de 1945 a 1989, na Guerra dita Fria - Coréia, Vietnam, Cambódia, Hungria, Tchecoslováquia, Angola, Chile etc. Usemos contra esses bandidos exatamente o mesmo slogan que eles usaram na Guerra Civil espanhola, ‘no pasarán!’.



Lembrai-vos de 35!”



(Texto recebido por e-mail do Embaixador José Osvaldo de Meira Penna, em 27/11/2003.)



***



"Kamaradas



Hoje, pensei que seria o único a ir ao Monumento dos Caídos. Fui surpreendido com uma solenidade. Presente uma representação das 3 Forças (cerca de 300 ou 400 militantes), uma banda de música do Exército. No palanque de autoridades cerca de 20 generais da reserva, cujos nomes foram lidos antes da cerimônia, entre os quais os generais Castro, Cardoso, Lessa, Denis Bayma e outos cujos nomes não guardei.



Uma senhora, filha do Capitão Danilo Paladini, acompanhada dos três chefes militares da área e do general Bayma Denis, colocaram uma corôa de flores no monumento. Foi lido os nomes dos 31 assassinados na Intentona, leitura entremeada por salvas de canhão e toque de silêncio pela banda. Foi cantado o Hino Nacional, lida a Ordem do dia do comandante do Exército e encerrada a cerimônia, que teve início às 09:00 hrs.



A imprensa, que foi avisada da cerimônia NÃO esteve presente. Presente apenas um órgão de comunicação, o Ombro a Ombro, na pessoa do Cel Schirmer e a Ong Ternuma, representanda pelo Cel Juarez.



Aproveitei para dar um abraço no meu amigo general Castro.



Azambuja"



(Texto recebido do Ternuma, Thu, 27 Nov 2003 16:52:46 –0200)



***



Dos “Arquivos I”, de minha autoria, disponível em Usina de Letras:





Intentona Comunista - Tentativa comunista de assalto ao poder no Brasil, em 1935, promovido pelo Komintern, que enviou agentes de Moscou para promover o levante, incluindo o brasileiro Luis Carlos Prestes e sua “esposa” Olga Benário. Além de Prestes, outros militares foram recrutados para a Intentona: Maurício Grabois, Jefferson Cardin, Giocondo Dias, Gregório Bezerra, Agliberto Vieira, Dinarco Reis, Agildo Barata. Harry Berger, codinome do Deputado alemão Arthur Ernst Ewert, participou das revoltas alemãs no final da década de 1910 e no início da década de 1920, havia atuado nos EUA e na Argentina, de onde se transferiu para a China; em 1934, Berger veio ao Brasil para dirigir a Intentona. “OLGA BENÁRIO, alemã, que também usava os nomes de "Frida Leuschner", "Ana Baum de Revisor", "Olga Sinek", "Olga Bergner Vilar" e "Zarkovich", membro do IV Departamento do Exército Vermelho (Inteligência Externa), casada na URSS com B.P. NIKITIN, viajou ao Brasil acompanhando LUIZ CARLOS PRESTES, em dezembro de 1934, cumprindo missão que lhe fora atribuída pelo "EKKI". Foi presa em 06 de março de 1936, juntamente com LUIZ CARLOS PRESTES, sendo deportada para a Alemanha, onde morreu em 1942, em um campo de concentração” (Ternuma). Leia o livro “Camaradas”, de William Waack, a mais completa obra sobre aquele triste episódio.





Komintern - Kommunistítcheski Internatsional (Internacional Comunista - IC): órgão executivo da Internacional Comunista, criado por Lênin em 1919, no Congresso da Terceira Internacional. Seu primeiro chefe foi Zinoviev. Em seu segundo encontro, em 1920, participaram 37 países e Lênin estabeleceu os vinte e um pontos, que exigiam que todos os Partidos Comunistas modelassem suas estruturas em linhas disciplinares de acordo com o modelo soviético e excluíssem ideologias moderadas. Em 1943 Stálin dissolveu o Komintern, para atrair os democratas ocidentais para lutar em comum contra os nazistas, ocasião em que o controle dos PC passou diretamente para o CC/PCUS. Em 1947, ele foi reativado e reformado para Kominform, a fim de coordenar as atividades do comunismo europeu. Este, por sua vez, foi dissolvido em 1956. O Komintern teve participação na Intentona Comunista, no Brasil, em 1935, quando enviou agentes para o levante, incluindo o brasileiro Luís Carlos Prestes.





“Ouro de Moscou” - Dinheiro remetido pela União Soviética a organizações comunistas e simpatizantes do Brasil, como o PCB e a UNE. Luis Carlos Prestes era “funcionário” do Komintern, recebia salário regular de Moscou, que prestou apoio financeiro a ele para deflagrar a Intentona Comunista de 1935. A União Nacional de Estudantes (UNE) também recebeu o “Ouro de Moscou” através da União Internacional de Estudantes (UIE), órgão de fachada do Movimento Comunista Internacional (MCI). O Senador Roberto Freire foi o último comunista brasileiro a receber contribuição de Moscou, por ocasião de sua campanha eleitoral à Presidência do Brasil, em 1989; quem fez esta declaração foi o ex-diplomata da União Soviética no Brasil, Vladimir Novikov, coronel da KGB, que serviu em Brasília sob a fachada de Adido Cultural junto à Embaixada Soviética, nos anos de 1980.





PCB - Partido Comunista Brasileiro: fundado em 25 Mar 1922 por 9 comunistas, com a denominação Partido Comunista-Seção Brasileira da Internacional Comunista (PC-SBIC). Luis Carlos Prestes pertenceu ao PCB, era um agente de Moscou e deflagrou a Intentona Comunista, em 1935. Preso, Prestes foi anistiado pelo Presidente Getúlio Vargas, em 1945, ano em que se elegeu senador pelo PCB, com 140 mil votos, até então a maior votação para o Senado. Um dos maiores crimes cometidos pelo PCB pode ser conhecido em http://www.ternuma.com.br/elza.htm, em que o facínora Luis Carlos Prestes mandou executar a comparsa Elvira Cupelo Colônio, conhecida no Partido como “Elza” ou “Garota”. A bancada comunista, em 1945, foi de 14 deputados federais, entre eles Jorge Amado, Carlos Marighela e Gregório Bezerra. O PCB é colocado na ilegalidade em 1947. Em maio de 1980, Prestes é substituído na presidência do Partidão pelo cabo Giocondo Dias, por muitos anos seu motorista e guarda-costas. O Senador Roberto Freire foi o último comunista brasileiro a receber contribuição de Moscou, por ocasião de sua campanha eleitoral à Presidência do Brasil, em 1989. O Ministro da Justiça do Presidente FHC, Aloysio Nunes Ferreira Filho, foi “militante” do PCB e da ALN, ocasião em que participou do assalto ao trem-pagador Santos-Jundiaí, em 1968. O PCB transformou-se em Partido Popular Socialista (PPS) após a Queda do Muro de Berlim, porém foi recriado em 1995 (bandeira com foice e martelo) pelos comunistas históricos, que não aceitaram a nova ordem mundial após o fim da URSS. Acesse http://www.ternuma.com.br/pcb.htm para conhecer outros crimes cometidos pelo PCB.





Justiçamento - Eufemismo comunista para assassinato, promovido contra pessoas de órgãos de Segurança ou contra próprios “camaradas” – a exemplo de “Elza”, condenada à morte por Luis Carlos Prestes.





Instituto 631 - Durante toda a década de 1950, o Instituto 631, através de suas redes apoiadas pelos Partidos Comunistas no mundo inteiro, tudo fazia para desorganizar a vida nas democracias ocidentais. Enquanto isso, os mestres subversivos profissionais russos submetiam-se a treinamento nas várias Escolas de Espionagem. A seleção e o treinamento desses agentes especiais começaram no princípio da primavera de 1948 (início da Guerra Fria), logo depois que Stalin resolveu criar duas forças separadas de subversivos clandestinos – a quinta-coluna vermelha, comandada por Mikhail Suslov, que passava instruções em código para os chefes dos Partidos Comunistas do mundo inteiro, a partir de Pankov (Distrito da então Berlim Oriental), mas com escritório central em Moscou. No XXII Congresso do PCUS, Luis Carlos Prestes encontrou-se com Nikita Kruschev e Mikhail Suslov, para planejar a revolução agrária no Brasil.





Escolas de subversão e espionagem - Durante a Guerra Fria, havia importantes escolas de subversão e espionagem, tanto na China, como na antiga URSS.



Na China, a Escola da Província de Chekiang preparava subversivos e espiões para atuarem na Alemanha, Suíça e Áustria; a Escola da Província de Honan para atuação na França, Itália e Espanha; e a Escola da Província de Chekiang para atuação no Japão e outros países da Ásia.



Os cidadãos soviéticos escolhidos para trabalhar no estrangeiro, como chefes de subversão clandestina, recebiam seu treinamento em setores especiais das mesmas escolas que formavam os ases da espionagem.



Na antiga URSS, havia as seguintes escolas:



ESCOLA DE GACZINA: era a mais conhecida de todas as escolas da antiga União Soviética e preparava os espiões para atuar em países de língua inglesa. Situada a 150 km de Kuibyshev, ocupava uma área de 250 km²; dividia-se 4 setores: América do Norte (Setor Noroeste); Canadá (Setor Norte); Reino Unido (Setor Nordeste); e Austrália, Nova Zelândia, Índia e África do Sul (Setor Sul); cada setor era independente e não havia comunicação entre eles;



ESCOLA DE PRAKHOVKA: situada a 100 km ao norte de Minsk, capital da Bielorússia, tinha 500 km² de área; durante a II Guerra Mundial, quando Hitler tomou a Bielorússia, Prakhovka foi evacuada conforme a política de terra arrasada de Stálin, e uma Escola de Emergência foi organizada em Ufa; Prakhovka foi reaberta em 1947. Tudo era igual a Gaczina, em todos os detalhes; dividida também em setores, preparava espiões para atuação na Noruega, Suécia, Dinamarca e Finlândia (Setor Norte); Holanda (Setor Sudoeste); Áustria e Suíça (Setor Sul); e Alemanha (Setor Sudeste);



ESCOLA DE STIEPNAYA: situada a mais ou menos 200 km ao sul de Chkalov, preparava subversivos e espiões para trabalhar nos países latinos: França (Setor Noroeste); Espanha (Setor Norte); Itália (Setor Nordeste); e Portugal, Brasil, Argentina e México (Setor Sul);



ESCOLA DE VOSTOCZNAYA: situada a uns 160 km de Khabarovsk, cuidava dos países da Ásia e do Oriente Médio;



ESCOLA DE NOVAYA: situada a 100 km a sudoeste de Tashkent, treinava espiões para a África.



Na antiga URSS, antes do ingresso nas escolas de espionagem acima citadas, os cidadãos escolhidos para essa carreira tinham que realizar 4 estágios:



1º ESTÁGIO: era realizado na Escola Marx-Engels, em Gorky, perto de Moscou; durante o estágio, que durava 4 meses, os integrantes viviam coletivamente e assinavam um compromisso de jamais revelar qualquer coisa sobre a Escola; o horário era inflexível: de 7 da manhã às 10 horas da noite, proibidos de sair do recinto da Escola, num prédio retirado da rua, cercado por altos muros. O objetivo específico nesse Estágio era garantir que todos fossem “instruídos na ideologia comunista e sigam acostumando-se a pensar e agir como um clássico bolchevista”;



2º ESTÁGIO: os recrutas aprovados no 1º Estágio seguiam para a Escola Técnica Lenin, situada em Verkhovnoye, a 80 km de Kazan; consistia de edifícios em área de mais ou menos 4 km², tudo cercado por altos muros. Os recrutas eram transportados em veículos da KGB e durante a viagem não podiam manter contato com o mundo exterior. A vida era espartana, com um formidável horário de estudos; eram proibidos de informar onde se encontravam e o que estavam fazendo, mas tinham licença para se comunicar com a família mediante endereço intermediário. Até aí, os recrutas ainda ignoravam que estavam sendo escolhidos para possíveis agentes clandestinos do serviço secreto de Moscou. O treino na Escola durava 12 meses e os estudantes de ambos os sexos passavam por vigorosos treinos de combate: subiam em montanhas, rastejavam sob arame farpado, atravessavam pântanos e rios e faziam longas marchas carregando equipamento pesado; aprendiam a se defender com judô, jiu-jitsu, karatê e outras formas de ataque e defesa, como boxe e luta livre; manejavam armas de fogo e praticavam destruição de pontes, edifícios e instalações militares com dinamite, TNT, gelignite e explosivos plásticos, fabricação de bombas e descoberta de armadilhas e bombas ocultas, e a forma de desarmá-las. Essa fase incluía a destruição de fechaduras, portas fortes e cofres à prova de arrombamento. Aprendiam ainda a luta de guerrilhas; recebiam depois um curso de dopagem e envenenamento de bebidas, doces, comidas, cigarros e charutos; recebiam instruções sobre o uso de drogas e os antídotos que deveriam tomar quando fossem obrigados a engolir drogas. Um outro curso especializado ensinava os alunos a ligar escutas clandestinas em linhas telefônicas e a utilizar microfone de grande poder; estudavam as formas de recepção e transmissão de rádio, microfilmagem e micropontos, codificação e decifração. Depois do curso, havia o exame final e os recrutas eram transportados para o centro de recreação de Oktyabr, nas montanhas do Cáucaso, em Kyslovodsk, onde gozavam de merecidas férias de 1 mês ou mais;



3º ESTÁGIO: os recrutas que foram afinal escolhidos como “servindo para atividades subversivas clandestinas no exterior”, iam passar 1 ano com instrutores que verificavam suas aptidões para modalidades específicas de trabalho de subversão e de adaptabilidade a determinados países. Esse período era ainda mais duro que os treinamentos anteriores. A polícia secreta prendia um estagiário e o levava para a sede central como se ele fosse realmente um agente estrangeiro surpreendido em flagrante; interrogatórios especializados submetiam a “vítima” a uma lavagem de cérebro, à chamada interrogação de 3º grau e de todos os outros métodos usados para conseguir confissões ou informações; depois de passar pelo teste (a maioria passava), o recruta era levado à presença de seus interrogadores e então era explicado que tudo era apenas mais um teste; eram elogiados por resistir, mas antes de serem liberados deviam jurar manter segredo daquilo junto aos outros recrutas que ainda iriam passar pela prova; só então o estagiário era julgado apto a freqüentar uma escola dos ases da espionagem soviética, cujo treino iria durar 10 longos anos;



4º ESTÁGIO: os cidadãos soviéticos escolhidos para trabalhar no estrangeiro, como chefes de subversão clandestina, recebiam treinamento em setores especiais das mesmas escolas que formavam os ases da espionagem (veja Escolas mencionadas acima). A Escola mais conhecida era a de Graczina, que formava subversivos e espiões para atuarem em países de língua inglesa. Desde que chegavam a Graczina, todos os estudantes só podiam falar inglês; recebiam um nome inglês e eram obrigados a esquecer a língua russa e a nacionalidade soviética; o período de 10 anos em Graczina era considerado pelos diretores do serviço secreto como o mínimo essencial para o condicionamento do cérebro humano à nova língua. Eram despertados à noite e obrigados a responder perguntas inesperadas, qualquer um deles em seu papel de espião estava convencido de sua nova identidade; os diretores achavam que nem tortura, lavagem de cérebro ou drogas conseguiriam dobrar os seus agentes; no setor do Reino Unido em Graczina, existiam réplicas perfeitas de ruas, casas, cinemas, restaurantes, bares, pensões e outros estabelecimentos tipicamente ingleses; as roupas usadas eram inglesas, os estudantes viviam em pensões, apartamentos, comiam refeições tipicamente inglesas, como batatas assadas, rosbife, pudim Yorkshire e peixe; andavam em ônibus ingleses, gastavam dinheiro inglês, liam jornais ingleses e assistiam programa de TV gravados na Inglaterra; os professores da língua inglesa eram membros do Partido Comunista (PC) escolhidos a dedo, antigos cidadãos do Reino Unido que desprezavam a pátria e se tornaram cidadãos soviéticos. Mais pessoas naturais da Inglaterra contribuíam para que o ambiente fosse autêntico, como garçonetes, polícias de rua, motoristas de ônibus, recepcionistas de hotel e outros. Esse treino geralmente levava 5 anos; não houve um só aluno de Graczina que tivesse sido preso pela Scotland Yard ou pelo FBI que se deixasse trair por sua imperfeição de linguagem. Os outros 5 anos eram destinados a trabalhos especializados para a prática da moderna técnica de espionagem: códigos (memorização de), comunicações por rádio (montagem e desmontagem de aparelhos de recepção e transmissão; usavam equipamentos modernos que podiam transmitir e receber longas mensagens em segundos); aprendiam a utilizar os mais modernos aparelhos fotográficos, que reduzem plantas de grandes dimensões a pontos microscópicos. Depois de 10 anos, os estudantes saíam da Escola mais ingleses do que muitos ingleses legítimos.



Mais do que sempre, lembrar é preciso!





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