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Contos-->Lucíola e o julgamento no céu -- 12/02/2002 - 15:32 (Rose Maura Fleixer) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Era dia de finados e Lucíola foi visitar o túmulo da avó.
Girou por entre várias quadras e meio perdida, foi até a administração do cemitário pedir informações. Lá deram-lhe o número da quadra, da tumba e referências.
Ao chegar lá, qual foi sua grande surpresa. Não era o nome da avó que ali grafado se encontrava, mas o seu próprio nome, com a sua data de nascimento e falecimento (exatamente o do dia anterior àquele).
Claro que algo de errado havia acontecido e foi quexar-se ao administrador do cemitério. Este, ao ouvir calmamente sua reclamação, pediu-a que sentasse-se e explicou-lhe:
- Dona Lucíola, isto ocorre com certa freqüência, os mortos aqui vêm sem querer aceitar o inevitável e eu é que tenho que aguentar toda essa ladainha.
Lucíola, obviamente, chamou-o de louco e se foi.
Chegando em casa encontrou a mobília toda coberta com lençóis; ramalhetes espalhados por toda a sala e uma placa de "vende-se" no jardim da casa.
Resolveu tomar satisfações com a família sobre a brincadeira de mal gosto e lá chegando, encontrou todos enternecidos com o funesto acontecido.
Ninguém lhe ouvia, ninguém a via e ela achou que a brincadeira já estava indo longe demais, quando, cansada de tanto tentar falar com quem não lhe dava atenção, sentou no sofá, ao lado de sua falecida avó (aquela que deveria estar no cemitério) e, estarrecida, gaguejando, perguntou o que estava acontecendo, quando a avó lhe disse: -Lucíola, ainda não entendestes?, ou não queres aceitar?.
- Como vovó, não tá dando prá entender nada. Se morri, como é que não me lembro?.
- Pensas, querida neta, não morrestes, exatamente, acabastes de nascer para uma nova vida e eu só estou aqui para te buscar.
- Não aceito. Me recuso. Não foi justo!, quero recorrer...

A briga continuou no céu. Lucíola era advogada e soube bem como contra-argumentar com as autoridades de lá. E pela primeira vez no céu se formou um julgamento, onde Lucíola era a advogada de defesa e a promotoria composta por uma legião de anjos que se mataram de estudar para enfrentar Lucíola.
A ré alegava a pouca idade, a satisfatória saúde, o bom cumprimrnto de seus deveres e os cuidados devidos com a sua vida, mas os anjos diziam que para fenescer nada disso serviria de argumentos, que quando se chega a hora, não há argumentos razoáveis, é uma questão de aceitar e pronto.
Foram para a segunda instância, até que Lucíola deu-se por vencida. - Tá bom, fico por aqui, mas ó que é que eu vou fazer por aqui?
- sabe o que é, Lucíola, dizia São Pedro, é que a carência de bons advogados aqui tem sido grande, a maioria tem optado pelo inferno, lá os serviços são mais prazeirosos nesta área. E só então que Lucíola entendeu porque fora chamada e indignada retrucou:
- Tá bom, fico por aqui, mas ponho uma condição: Só defendo bandido e ladrão.
De imediato São Pedro, enfático, determinou aos anjos, levem-na de volta, ela realmente é muito boa. Acabou de ganhar a questão!
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