Com a ida das moças para as mesas dos bares houve uma remodelagem completa do segmento. Algumas, eu acredito, foram bastante importantes para o setor.
A comunicação melhorou e houve um avanço significativo de forma geral. Aqueles modos chulos e despojados foram empurrados contra o muro e ali grudaram.
Na verdade o próprio bêbado profissional, aquele que realmente curte a cachacinha nossa de cada dia, por devoção, sofreu uma remodelagem completa: tornou-se intelectual, prosador, e deveras boêmio.
Legal! Isso se refletiu no atendimento do balcão. Eu não suportava mais aqueles copos de cachaça com dois dedos de fundo. Se o cara não estivesse bem preparado ele caía no quinto só com o peso do copo. Aquilo era uma gozação de gente baixa, sinceramente!
A moçada de saia justa e calça jeans optaram pela tulipa do tipo vidro fino. Interessante.
A maior extravagância que a turma do copinho pé de chumbo cometia, era um limão para espantar a mosca da beira do copo. As minas tomam de tudo e com tudo: com refri, energético, bolado e outros detalhes modernos. Ficou fácil, né?
Pior! Os bares não são mais os mesmo. Acabaram aqueles ambientes escuros, secretos, na penumbra de quem não tem o que fazer. Agora a coisa foi para a calçada. É lá que a bebedeira se arranja. Daí para melhor.
Melhorou pra caramba! Ninguém é mais jogado porta á fora. O máximo que pode acontecer é o cara escorregar da cadeira e deparar com a sarjeta pelo pau da cara. Tudo bem!, faz parte. Mas e daí? Pelo menos não foi chutado. O que é chato é a agressão.
Porém, tem um pequeno detalhe que eu não consigo engolir, essa história da galera querer reduzir tudo ao: fdp, tomar no nariz, ou coisa do gênero; só para ser elegante, me causa náusea.
Se você não pode ir num bar e tomar uma pinga pura daquelas que entorta até a noção do tempo; xingar a mãe, a sogra do seu vizinho com palavrões da largura da alma, você vai fazer o quê?
Sacanagem! Isso é destruir uma cultura popular milenar. Pode parar.