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Artigos-->mIGUEL GUARANI-UMA BIOGRAFIA 1 -- 17/03/2005 - 17:20 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MIGUEL GUARANI, UMA BIOGRAFIA (1)



Francisco Miguel de Moura*



A biografia é a história de uma vida. Toda biografia é também um romance, dependendo do desenvolvimento que o escritor quis dar. E os romances comportam no mínimo quatro dimensões: espaço, tempo, imaginação e fatos.

Aqui e agora começa a biografia do mestre Miguel Borges de Moura, que depois, em virtude de sua atividade de violeiro, passou a ser mais conhecido como Miguel Guarani.

Miguel Guarani nasceu no Diogo, um lugarejo da fazenda Jenipapeiro, hoje município de Francisco Santos, Piauí, no dia 18 de maio de 1910. Não se sabe se foi uma festa ou não quando nasceu o segundo filho (e o primeiro varão) do casal Feliciano Borges de Moura/ Rosa Maria da Conceição, pais de Miguel. Comumente no Nordeste o é.

Como era o Diogo de então? À margem do rio, para o lado do norte subia um planalto que chamavam de “Serra” ou “Gerais” onde fazia limite com o Ceará. Atravessado pela estrada real que vinha do povoado Jenipapeiro e corria para o sul, no rumo de Picos, passando antes por Rodeador, Bocaina, Sussuapara, era a única via de comunicação com o mundo, porém apenas para pessoas e animais. Nem mesmo por carro de boi podia ser percorrida, em virtude do areal tremendo na maioria do seu percurso. O solo sáfaro, cansado de tanto sofrer queimadas, composto de areia, lajedos, cascalhos, quase nada fornecia à agricultura que não fosse um pé de mandioca, feijão, abóbora, melancia para subsistência. Somente quando Sinhô do Diogo subiu a “Serra” e chegou aos “Gerais” foi que encontrou melhores terras e a agricultura prosperou. A renda maior era tirada da vazante do rio, onde se plantava, na estação seca. Na formação da terra do Diogo havia caldeirões que durante a estação chuvosa serviam para os bichos beberem mais perto – a fonte principal era o Rio Riachão – e os meninos tomarem banho. Miguel deve ter tomado banho nessas águas frias e gostosas do começo do inverno como todos os meninos de sua época. Porém, por pouco tempo, que a sua infância foi curta: O trabalho da roça e, agora, as letras, o absorviam.

No mais, o Diogo era só moitas de mofumbo, pequiá, catingueiras, imbuzeiros (com cujos frutos a garotada fazia a festa nas primeiras águas), juremas, marmeleiros, macambira, xiquexique e arbustos sem muito valor. No inverno enverdeciam, na estação seca secavam, tinham a cor cinza. Para se ver a cor verde era necessário olhar para os juazeiros e carnaubeiras, nos longes da beira do rio. Não havia nenhuma árvore grande no quintal nem na frente da casa grande de Feliciano (Sinhô do Diogo). Havia uma “latada” coberta de folhas de oiticica, complemento comum das habitações naquele tempo.

Os filhos do casal Feliciano/Rosa foram nascendo um atrás do outro, chegaram a dez. Uma família e tanto. Sinhô do Diogo, não podendo contratar um mestre-escola para ensinar aos filhos em casa, alfabetizou o mais velho dos varões, Miguel Guarani, que depois se tornaria o professor dos irmãos e irmãs. E assim se fez o começo do que viria ser o maior e mais conhecido mestre-escola da redondeza de Picos.





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*Francisco Miguel de Moura é escritor.























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