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Artigos-->A JUSTIÇA DIVINA É JUSTA? -- 15/03/2005 - 15:11 (ANTICRISTO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Desde milhares de anos, o homem tem tentado justificar o deus em que acredita; mas sempre mostram uma justiça muito suspeita. Como em tudo que se faz é normal criar aperfeiçoamentos para corrigir as falhas dos modelos anteriores, isso tem ocorrido com as religiões; todavia até hoje não conseguiram ainda mostrar o deus perfeito, justo e bom que se prega. O espiritismo tem uma das mais novas idéias de justificação de Deus, mas ela ainda não se mostra justa.



Um dos escritores bíblicos assim louvou a bondade de seu deus:



“Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Todo-Poderoso descansará. Direi do Senhor: Ele é o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio. Porque ele te livra do laço do passarinho, e da peste perniciosa. Ele te cobre com as suas penas, e debaixo das suas asas encontras refúgio; a sua verdade é escudo e broquel. Não temerás os terrores da noite, nem a seta que voe de dia, nem peste que anda na escuridão, nem mortandade que assole ao meio-dia. Mil poderão cair ao teu lado, e dez mil à tua direita; mas tu não serás atingido. Somente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios. Porquanto fizeste do Senhor o teu refúgio, e do Altíssimo a tua habitação, nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos...” (Salmos, 91).



Entretanto, não precisamos ser gênios para ver que isso está extremamente distante da realidade. Os fatos que presenciamos dia a dia nos mostram que os bons não estão livres das doenças, nem dos acidentes, nem dos malfeitores, assim como os maus nem sempre são mais atingidos por essas coisas.



Um outro escritor bíblico reconheceu essa realidade nas seguintes palavras:



"Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao mau, ao puro e ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento. Este é o mal que há em tudo quanto se faz debaixo do sol: que a todos sucede o mesmo. Também o coração dos filhos dos homens está cheio de maldade; há desvarios no seu coração durante a sua vida, e depois se vão aos mortos. Ora, para aquele que está na companhia dos vivos há esperança; porque melhor é o cão vivo do que o leão morto. Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco têm eles daí em diante recompensa; porque a sua memória ficou entregue ao esquecimento. Tanto o seu amor como o seu ódio e a sua inveja já pereceram; nem têm eles daí em diante parte para sempre em coisa alguma do que se faz debaixo do sol. Vai, pois, come com alegria o teu pão .e bebe o teu vinho com coração contente; pois há muito que Deus se agrada das tuas obras. Sejam sempre alvas as tuas vestes, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça. Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias da tua vida vã, os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vida vã; porque este é o teu quinhão nesta vida, e do teu trabalho, que tu fazes debaixo do sol. Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças; porque no Seol, para onde tu vais, não há obra, nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma." (Eclesiastes, 9: 2-10).



Uma vez que não há como negar que esse último estava certo, atualmente o espiritismo apresenta uma outra teoria, que parece quase prefeita; mas, se analisarmos bem, não podemos ver nela justiça alguma:



"Em primeiro lugar, é preciso entender que nenhuma pessoa na Terra está vivend sua primeira existência como ser humano...

Então, se você já sabe que todos nós já vivemos outras encarnações aqui na Terra; sasabe que existe uma Lei de harmonia e perfeição que rege o universo; que é "dado a cada um segundo suas obras", também sabe que ninguém sofre injustamente.



Isso mesmo! Se você está sofrendo, faça o que Kardec aconselhou: procure as causas na vida presente. Se após um exame profundo e sincero (o que as vezes é dificílimo) você chegar à conclusão de que nada fez para sofrer tantos infortúnios, então, pode-se dizer que as causas encontram-se no passado distante, antes desta sua atual encarnação. É que somente agora chegou o tempo das sementes daninhas que você plantou na sementeira dos próprios passos darem resultado. Nestas circunstâncias, é preciso buscar forças, cada um a seu jeito, para transformar o sofrimento em lição bendita e passar pelas situações difíceis da melhor maneira possível." (Revista Cristã de Espiritismo, nº 31, março/2005, págs. 7, 8).



Com essa explicação, parece terem encontrado a solução de todos os problemas enfrentados pelo deus perfeito e justo que pregam. Ninguém lembra de ter vivido uma outra vida. Assim, tudo que a pessoa estiver sofrendo será atribuído a conseqüências de suas maldades da vida pré-existente, e encerrado fica o assunto.



Se muitos acham tão simples assim, enganam-se redonda ou quadradamente. Isso é tão justo quanto a justiça de Yavé dos hebreus, que trazia vingança das maldades dos pais sobre os filhos até a terceira geração, coisa que nem os legisladores atuais aceitam.



Imagine você nascer já em precárias condições de saúde; viver uma vida medíocre, diante do mundo que não lhe dá nenhuma chance de sucesso junto dos mais bem dotados. Você não consegue um bom emprego e ainda é constantemente humilhado por seu chefe e seus colegas no miserável emprego que lhe restou, porque os melhores ficaram para aquelas pessoas a quem a vida privilegiou com melhores condições de se prepararem. Você é tão bonzinho, nem se vinga dos que o maltratam, mas nenhuma recompensa tem; quando melhor você tenta ser, mais é tachado de bobo, e a sua vida segue mesquinha até a morte. Vem o espírita e explica que tudo isso é conseqüência da sua maldade em uma outra vida. Mas você não tem nenhuma consciência dessa maldade. Seria justo ou sábio lançar as pessoas na prisão sem lhes explicar por que razão? Isso seria como aquele pai malvado que bate no filho e diz: "não sei por que lhe estou batendo, mas você deve saber por que está apanhando". Se o menino não sabe por que está sendo castigado, como irá deixar de fazer algo errado que tenha feito?



Se você disser isso para um espírita, ele irá tecer centenas de argumentos para tentar convencê-lo de que esses absurdos não constituem nenhuma injustiça. Mas acho que ainda não inventaram uma resposta para corrigir uma outra falha, como veremos a seguir:



"Em primeiro lugar", diz o artigo da revista, "é preciso entender que nenhuma pessoa na Terra está vivendo sua primeira existência como ser humano".



Raciocine um pouco matematicamente. Como todos são reencarnações de pessoas que viveram anteriormente, vamos imaginar a hipótese de que nossas últimas vidas tenham ocorrido no século passado. O mundo hoje tem aproximadamente seis bilhões de habitantes; mas há um século, não tinha nem a metade desse número. Como todos nós poderíamos ter vivido outras vidas no século passado? Foi uma solução pouco pensada, que deve estar sendo repensada atualmente depois desse questionamento, que não devo ser o primeiro a fazer.



Aquela teoria de que as maldades feitas aqui na Terra seriam pagas num purgatório, criada pelos católicos seria muito mais justa e menos contestável do que todas as outras tentativas de justificar o deus que o homem criou, se não tivesse adotado o inferno para amedrontar mais as pessoas. Porque um inferno de tormento eterno, em que crêem eles e a maioria dos religiosos, é a coisa mais hedionda em matéria de justiça e injustiça que se pode imaginar. Um tormento perpétuo por uns poucos momentos de maus procedimentos não reflete nenhuma medida de justiça. Ante todas essas invenções, acho que os religiosos ainda estão por inventar uma coisa melhor para justificar o deus que criaram.



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