Meus versos doces,
de serpente,
envolvente,
ilusão de amor,
renderam-se aos sonhos,
delírios, alucinações,
de um poeta perdido
em suas perdições.
Pus-me a percorrer
Caminhos a esmo,
Tateando as teias
Tecidas às pressas,
Por versos reversos
E tu, meu vate,
Um poema livre,
Hermeticamente livre,
À procura de um ponto final.
Dobra-te em Eros
(como te quero)
Desnuda-me a alma híbrida,
Mescla de bem e mal,
De homem e animal,
E vem brincar de dor,
Que hoje estou disposta
A ensinar solidão.
Vem compor comigo
Através das eras,
Todas as letras frias
Com que banhamos os corpos
Fervilhantes de vida.
Vem recitar meu peito
Ruflando
anunciando o poema
nessas noites insones
de buscas e trotes,
onde apenas escrevemos
tolices,
dessas que o mundo inteiro sabe
que desconhecemos.
Lílian Maial |