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Artigos-->RUSSOS ELIMINAM MASKHADOV, O MODERADO -- 08/03/2005 - 18:46 (Vitor Gomes Pinto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos






RUSSOS ELIMINAM MASKHADOV, O MODERADO



Vitor Gomes Pinto

Escritor, Especialista em Relações Internacionais





Vladimir Putin, o presidente-ditador da Rússia, afinal conseguiu sua vingança quando o Comando Militar do Cáucaso arrasou o bunker onde, em desespero de causa, refugiara-se Aslan Maskhadov, que cometera o pecado indesculpável de derrotar as forças invasoras soviéticas na 1a. Guerra da Chechênia (de 1994 a 1996), para em seguida ser democraticamente eleito presidente checheno. À época Putin, um advogado e ex-oficial da KGB soviética, era o chefe do Conselho de Segurança em Moscou no governo de Boris Yeltsin. Quando conquistou a presidência ordenou uma das mais violentas ofensivas dos tempos modernos – a 2a. Guerra da Chechênia -, bombardeando a então próspera e bela Grosny, a capital, com suas mesquitas às margens do mar Cáspio, transformando-a em ruínas onde os miseráveis podvalshiki atacam tudo o que se move e terroristas islâmicos promovem atentados contra os cerca de 75 mil soldados da força de ocupação russa que dá sustentação ao governo de Alu Alkhanov, pró-Moscou, o qual sucedeu a Akhmad Kadyrov, assassinado após um mandato de somente sete meses depois de ser imposto como substituto de Maskhadov, desde então considerado por Putin um fugitivo e um terrorista do mesmo naipe que Bin Laden.

Maskhadov era o único líder checheno com legitimidade para negociar em nome de seu povo e chegou a ser apoiado por Washington que tentou compensar sua omissão para com os massacres da 2a. guerra. No período de breve autonomia em que governou sua terra, não conseguiu controlar a nascente máfia local que negociava com drogas e com o abundante petróleo que vem das profundezas do mar Cáspio ou flui pelo oleoduto que o traz dos poços do Azerbaijão a caminho do porto de Novorossisk no Mar Negro. Instalou-se o caos e ele foi considerado por Moscou como incapaz de governar. Desde ai tem tentado dialogar, ao mesmo tempo em que comanda a resistência, da qual se aproveitam grupos ultra-radicais seguidores do seu ex-comandante em chefe, Yuri Basayev, com forte participação de talebans escorraçados do Afeganistão. Putin tem colocado Maskhadov e Basayev no mesmo saco e ofereceu cerca de 10 milhões de dólares para quem desse informações para capturá-los. No entanto, foi Basayev quem assumiu alguns dos atentados mais destrutivos contra o inimigo russo: em julho de 1995 ao tomar o hospital de Budiónovsk com 95 civis mortos no contraataque militar; em janeiro de 1996 quando as forças soviéticas bombardearam indiscriminadamente um povoado do Daguestão dominado pela guerrilha; em outubro de 2002 por ocasião da invasão do teatro Dubrovka de Moscou por um comando checheno que foi liquidado junto com 129 espectadores e no ano passado no colégio de Beslan, na Ossétia do Norte, com 330 vítimas, a maioria crianças.

Ao que tudo indica, uma das últimas oportunidades de solução por fontes diplomáticas acaba de ser perdida. Maskhadov, nascido há 53 anos no Casaquistão de pais chechenos deportados por Stalin, era a versão local de Yasser Arafat e há uma semana renovara a oferta de um encontro pessoal com Putin para equacionar um tratado permanente de paz. Quis o destino que o único líder moderado do conflito no Cáucaso fosse abatido em Tolstói-Yurt, pequena localidade a 35 km de Grosny cujo nome é ao mesmo tempo uma homenagem singela a Leon Tolstói, o inesquecível autor de Guerra e Paz e de Ana Karenina, e às tendas que servem de morada aos nômades das estepes russas.





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