dá-me teu beijo para que nele reencontre minha umidade perdida,
minha noite de lua e sonho, meu verso amoroso, minha cantiga.
dá-me teu colo para que nele possa reaninhar meu corpo,
aquecer minha pele, reacender meus sentidos.
me põe Ema madrugada afora, me acorda com teu verso,
com tua certeza de que te pertenço, que o tempo te disse isso.
reacende a nossa fogueira, reescreve nossa história,
porque somente tu podes fazer isso.
faz qualquer coisa que me retome ou que me enlouqueça,
porque teus ruídos distantes me martirizam.
me aparece com outra, me mostra fotografias,
faz versos para mulheres, me conta os nomes,
me manda cartas, poesias.
anda, homem, preciso que rompas de vez esse fio.
desafio-te - destrói o que restou de nós – minha fantasia.
se não o fazes, aqui fico perdida, fugindo de amores,
- recusando beijos, quem diria! -
alegrando-me pouco, com tuas declarações esparsas,
com uma saudade que juras ter,
mas que não me busca, não me cerca,
só me inquieta, me agonia.
ah, como as mulheres precisam de provas de tudo.
tanto de amor, quanto de vazio.
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