"O ladrão Que Assaltava Às Estrelas Viajando Num Comêta "
KaKá Ueno...14 08 02.
( Todos os direitos reservados )
Ele não tinha ninguém, vivia só!
Escrevia contos...
Contava estórias.
Às noites, sentava-se na calçada,
reunia-se, com às crianças:
Tantos foram às viagens imaginarias,
que um dia, ele resolveu realizar seus sonhos...
Nos contos, ele deseja que algumas daquelas estórias,
fossem reais.
Durante uma semana:
Às crianças sentiram sua falta...
Ele havia se recolhido.
Confinou-se:
entregou sua matéria ao retiro,
de corpo, alma e espirito.
Jejuou, dias...
Mortificou-se:
puniu sua carne,
até quase se deteriorar:
Fraco, desfalecido, adormeceu.
O chá das mil ervas:
A combinação para sua mudança...
Rastejando, preparou um banho morno,
e mergulhou seu corpo,
deixando submerso...
Às chagas foram sarando,
no lugar das marcas nasceram penugens:
No último dia da mesma semana...
O contador de estórias não mais existia:
transfigurado, dentro da casa...
Se debatia contra às paredes,
tentando voar,
todas às tentativas fracassavam
Tudo era em vão...
Ele precisava de espaço:
esperou a noite chegar...
E todos adormecerem.
Começou seu plano de liberdade:
voava um pouco,
e caia em cima das arvores...
Tentava novamente,
esborrachava-se, de cabeça para baixo...
Mas, ele era persistente!
Durante três noites...
Ele tentou, tentou e tentou!
No último teste, ele conseguiu.
Agora, precisava traçar os planos...
Seu corpo totalmente modificado:
Seus sonhos estavam apenas começando.
No porão da daquela residência,
onde tudo acontecera:
pela manhã, alguém bate a porta...
Eram às crianças,
queriam saber o que estava acontecendo...
E ele abriu só uma fresta, todo coberto,
disse que estava com febre, não era nada serio,
logo logo, estaria bom!
Fechou a porta e recolheu-se.
Voltou ao porão:
tudo pronto!
Seria esta noite.
Sua jornada começava...
Na fusão da passagem,
Antes do sol se pôr...
E a lua aparecer,
seria neste meio tempo...
Ele observou como a magia acontecia...
Então começou a trazer às estrelas,
num saco de seda:
Não eram pesadas,
o brilho delas iluminavam seu vôo...
Sua estrada.
De volta para casa...
Soltou-as no porão.
Na noite seguinte:
precisava correr...
Ou melhor, voar.
Pegou um comêta que passava:
Na segunda noite, após sua partida,
ninguém em casa...
Algo ofuscava,
alguma coisa brilhava.
Voltando, para casa com o sol,
enquanto a noite, a lua clareava...
Quando o dia amanhecia,
um clarão aparecia...
O que será que esta acontecendo,
no porão do contador de estórias?
Crianças curiosas!
Algumas delas subiram numa arvore...
Alguns galhos pairavam sobre seu telhado...
Foi quando o galho quebrou!?
Neste instante,
ele voltava com a lua...
Tarde demais, às crianças já sabiam.
Um mundo de cores, luzes e fantasias...
O inacreditável acontecia:
E ele, decidiu ser como estava:
Não mais queria voltar a ser gente...
Aquele porão,
nunca mais seria como antes.
KaKá Ueno...14 08 02.
( Todos os direitos reservados )
|