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Poesias-->Lírios do Nada -- 27/03/2002 - 09:47 (Roberta Fernandes) |
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Eu
Insana em uma cama de palha
Bela, tão feia quanto fraca
Cuspindo fogo em casas hereges
Insana em uma Igreja distante
Doce, tão doce quanto amarga
Clara, tão branca quanto escura
Gentil, tão má quanto a Lua
Bela, esquecida no meio da rua
Lerda, tão rápida que enjoa
Rápida, tão devagar que irrita
Normal, tão simples que surpreende
Eu, tão eu quanto nada
Insana, tão louca quanto uma cama de palha
Cuspindo água em Igrejas hereges
Tentando entender essas palavras
Que vêm de uma casa distante
Tão doce que justifica a diabete
Tão louca que enlouquece o simples
Tão rápida que não tem quem a acompanhe
Tão devagar que não há quem não se surpreenda
Tão eu quanto o mais louco do mundo
Tão fraca quanto a minha anemia
Um real cobrado na porta de casa
A felicidade vendida pela melancolia
Sussurrando palavras em um portão normal
Simplório vendedor de ilusões perdidas
A loucura encheu o seu poço de horrores
E viveu bebendo daquela vida
A alegria vendida a balde
A melancolia batendo de porta em porta
Eu tão sozinha quanto fria
Minha insanidade foi-se embora
Insana em uma cama de palha
Que queima com meus pensamentos destorcidos
Meu estomago enjoado com o simplório
O mal que se tornou meu amigo
Aliados em uma guerra chamada ilusão
Onde não há armas e muito menos perdão
Me deito em um chão lavado com cloro
O sonho iludido se tornou ilusório
Me encontro em uma poesia sem sentindo
Palavras sussurradas com certo temor
O sangue que doía se tornou em alivio
Minha mediocridade se tornou em tumor
Insana em uma cama de palha
Distante, tão longe que não sente
Assisto o fogo queimar essa casa
E em nenhum momento me arrependo por ser herege
Tão morta quanto triste por uma morte
Tão eu, sozinha quanto nada
Tão triste escondendo hematomas e cortes
Apenas eu, insana em uma cama de palha
Carolas do Norte
Sou a morte da minha existência
Minha dor acompanhada
Por melancólicos acordes
Minha vida sozinha se queima
E, ironicamente
As rimas morrem na segunda estrofe
Morra, garota
Morra
Busque por paz neste precipício
Corra, garota
Corra
Em abraço aos seus inimigos
Durma por um momento
No calor deste norte
Pois, todas as rimas morrem na segunda estrofe
Não queira, não tente, não ouse
Ir mais rápido do que eu
Corra, garota
Corra
Eu te alcançarei com seu vicio tão meu
Sou a morte da minha existência
Poesia sangrando na pobreza deste livro
A segunda estrofe foi alcançada com alegria
E o seu desfecho foi a minha morte
Grite, criança
Não hesite
Grite, docinho
Seus sonhos não existem
A cada dia
Você regride
Ao que era
Ou nunca foi
Sua vida é a interminável seqüência de:
“vou deixar para depois”
Corra, garota
E não chore
Pois, toda rima morre
Na segunda estrofe
Rio da Vida
Morto no rio da vida
Caminhando em uma estrada de chacinas
Ouvindo pássaros e aves esbeltas
Nenhuma porta se encontra aberta
Rindo de piadas sem graça
Sorrindo em um mundo de desgraças
Morto na beira do abismo
Principio do suicídio
Morto no rio da vida
Na água pura e sadia
Sem risos ou palavras conscientes
Pessoas que tocam, porém, não sentem
Águas que caminham sem rumo
Sem placas ou horrores nas avenidas
Sozinha, derrubo os meus muros
Em com os entulhos, barreiras são construídas
Rindo de uma insônia crônica
Morta em palavras fundidas
Vejo um ser se banhando e sofrendo
Em cinco segundos ele estará
Morto no rio da vida
Per Vigilium
Nostalgia em uma noite em claro
Em minutos, dormirei horrores
Meus segredos sozinhos se calam
E no escuro, exponho minhas dores
Insônia de uma vida pacata
Burra, adolescente e calma
Se abrindo e fechando em todas as esquinas
Culminando as incertezas da minha vida
Escrevo em primeira pessoa
E me torno inerente a quem sou
Minha letra explora o que sinto
E o que eu sinto é influenciado por onde estou
Conclusões e saídas forcadas
Calmaria de um mar rebelde
Meus sentimentos resumidas a palavras
Paradas, simplesmente
Livros caseiros ou mortos
Assassinados em minha infância
Nostalgia morta nos escombros escuros
Nascidos na ilusão da esperança
Abandono
Todos os vivos morrem em minha vida
E essas mortes, me causam feridas
Entranhadas em minha alma esquecida
E a dor... é apenas minha
Talvez seja eu
Ou talvez o momento
Talvez seja amor
Provavelmente sofrimento
Mas quem saberá dizer quem eu sou
Quando estiver chorando quieta
Por mais uma morte em minha vida
Mas um corte e ferida
Feridas abertas
Feridas fechadas
Serão sempre feridas
Prontas para serem remexidas
Mas de algo serve tal temor
Ao menos sei, quem eu sou
Não mais me escondo
Ou me condeno
Tirei algo de bom
Deste sofrimento
Felicidade
Você morre a cada minuto
E sobrevive a cada dia
E a felicidade se torna
Um sentimento efêmero em sua vida
Atrás da lua mora
A maldade em tonalidade escura
E apesar do frio
Os meus inimigos me pedem perdão
Mas quem... meus inimigos são?
São meus sonhos de escape?
Ou meu sofrimento ilusório?
São todos que me abandono?
Ou sou eu... de corpo nu e retalhado
Em uma cama de batalhas
E confusões... por vezes... cômicas
E minhas veias me impedem
De ver o um sangue correr
Nesta manhã tão cinza
Toda luz está escura
E eu não sou Deus
E muito menos, a cura
Eu não acredito em Deus
Por isso, defina o que quer
E não se agarre aos meus pés
Ao sucumbir ao suicídio
Do qual eu tentei te proteger
E nem a magia dos sinos
Terá efeito sobre você
A lua
E sua tonalidade escura
Sofreu hemorragia
E jogou no céu
Estrelas passageiras que comprovam
Que a felicidade
É um sentimento efêmero na vida
30 de Setembro (às 17:29)
E no ultimo dia de setembro
Eu morri
Complexada em meus pensamentos
Fatos que me torturam
E outros, dos quais eu não lembro
E no ultimo dia
Me encontrei aqui
Envolta de rejeições e provérbios
Pinturas e idéias e nenhuma beleza
Nenhum atributo que me desse atenção
E o meu suicídio
Veio por meio desta mão
Diversos fatos que só agora
Eu estou vivendo
Muito prazer, Vida
Eu morri no dia 30 de setembro
Vento...
Vá de vento em polpa
Contra as efêmeras ondas
Que quebram no mar
Não, não hesite
Mergulhe no desconhecido
Não tema o acabar
Não apresse seus passos
E a musica e o acaso
Não apresse seus passos
Vá, não hesite
Não retorne
A estrada é contínua
E por vezes, escura
Vá de vento em polpa
Não deixe para depois
O que só pode ser feito agora
Não pense duas vezes
Antes de ir embora
Vá de vento em polpa
Contra as efêmeras ondas
Pela Vida
E de tanta fome,
Comi minha anorexia
Meu tormento
Minha dor
Fiz romances, na tragédia
Na fotografia
Na dor
Nadei em piscinas desnudas
Podres
E esbeltas
Percorri meu corpo inteiro
Em busca de harmonia
E encontrei pedras
Num céu, me perdi virgem
E suas nuvens
E tempestades
E nas trovoadas que cospem lírios
Encontrei lagrimas
E verdades
E de tanta dor
Mergulhei na paz suburbana
Encontrei amor nas paredes planas
E por fim, encontrei alegria
Eu estava morrendo de fome...
Faminta pela vida...
Lírios do Nada
Numa estrada
Plantei lírios
Noutra, plantei nada
E o susto repentino
Foi quando vi
Que só o nada desabrochava
Numa estrada
Plantei sonhos
E na mesma, colhi dor
Na estrada vazia
Eu descobri
Quem realmente sou
Numa estrada
Idealizei
Noutra, eu fiz
Foi no impulso
Mais certeiro
Que cheguei até aqui
Numa estrada
Plantei lírios
E da outra, esperei dor
Mas foi no impulso
Deste nada
Que pela primeira vez
Chorei de amor.
Amargura
E de tão efêmeras
Tornaram-se muitas
E de tanta decepção
Acostumei-me a dor
Minha nuca possuía espinhos
E minhas feridas se tornaram
O meu esplendor
O seu carro é sua vertigem
E a sua raiva é a minha cura
Com os vidros que quebram abismos
Entrego-me a minha loucura
Tonta e invisível
Com raiva e confusão
Palavras que trazem alivio
Principalmente, a conclusão
E de tão confusas
Tornaram-se certas
Mais uma escrita tua, Roberta
Que morre insana a cada sono
E jamais se perde no colo de um dono
Mas tudo bem
Talvez um dia
Muito amor com a sua menina
E as duvidas que se tornaram certezas
Mostrarão a todos, a sua beleza
E de tão efêmeras
Tornaram-se muitas
Cabe a você valorizar as melhores
Jamais preste atenção às vitórias
Pois, quem ensina mais
É sempre o corte...
Libra
Eu sou libriana ate as entranhas
Em meus momentos malditos
Em minha vaidade brusca
Em meu humor obliquo
Em meus momentos malditos
Eu sou libriana ate as entranhas
Sem casa ou amor
Insegurança e paixão
Coração partido e dor
Sem casa ou amor
Eu sou libriana ate as entranhas
Nos meus berros nervosos
Nos meus motivos certeiros
E minhas duvidas grossas
Nos meus berros nervosos
Eu sou libriana ate as entranhas
Comendo e expelindo
Desejos de criança
Na raiva sem motivo
No sorriso sem petulância
Nos carros que me atropelam
Deformando o imperfeito
Na coragem de nenhum feito...
Eu sou libriana ate as entranhas
Paladar...
Disseram por ai...
Tantas coisas...
Palavras de pó
LSD de nós
Disseram por ai...
Minha carta de emoção
Minha vertigem e erupção
Proclamando tudo a sós
Disseram por ai...
Sem medo de morrer
Sem medo de sofrer
Palavras de nós duas
Disseram por ai...
Duas meninas nuas
Se amando no aconchego
Da esquina de qualquer rua
Disseram por ai...
Amor só causa dor
Minha menina me abandonou
Não quero mais a lua
Disseram por ai...
Todo sorriso é mentiroso
E no fundo desse poço
Eu saboreio o seu gosto
Disseram por ai...
Pois, essa confissão não é minha
Nem a lua, nenhuma esquina
Apenas o gosto da minha menina...
Copo d’água
Promiscuidade deste momento
Poesia, como eu te como!!!!
Tua roupa eu arrebento
E o teu corpo, eu aprecio
Poesia, como eu te como!
Desnuda neste sorriso
Nas palavras que enfeitiçam a lua
Minha rua cobre o seu brilho
Enquanto eu te sonho desnuda
E os sonhos com pombas e danças
E o beijo de ex-namorada
Objeto de desejo secreto
Que no fim, não leva a nada
Promiscuidade deste momento
Fazendo sexo nas linhas estranhas
Que estupram as minhas entranhas
Me obrigando a ser sincera
E o meu sorriso... eu não mereço
E o seu gosto! Eu não perco
Na lua desnuda na rua
A esquina de minha façanha
E o seu sorriso, não sei se mereço
Ofereço a ti, meu corpo com louvor
Pra você... abro mão do preço...
Faça uso do que restou
Use do corpo e abuse da alma
As conseqüências eu vivo depois
Apenas me dê um copo com água
Com ela... eu lavarei sua alma...
Cores e Sentidos
E a cor daquele abraço
E o toque daquela mão
Uma menina em meus braços
Abusando do meu coração
E a cor daquele momento
Na hora que os minutos pararam
Em meu lado ficou o tormento
Misturado com tal sensação...
Meu corpo mudando a segundos
Tão rápido que não pude registrar
Cada milésimo do que eu sentia
Apenas senti que não podia parar
Na idealização daquele momento
Deitada no chão de qualquer altar
A cor do abraço em meu pensamento
E o cheiro do tormento caído no mar
E tudo no fim foi julgamento
Deitada e cansada de tanto pensar
No teatro da vida onde estava presa
A cor do abraço não superou o gosto do beijo...
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