Puxa vida! Há tempos o usina não me oferecia tanto. Depois do CLAUDIO EUGENIO LUZ e seus minicontos geniais, o João dos Santos acaba de publicar uma série impagável: PAULINHO, O PARANÓICO.
Comecei pelo décimo e último minicapítulo (a série foi desovada há pouco no site, de um só esguicho; não sei se já a terá publicado alhures). Logo de cara, uma expressão que julgava existir apenas no fundo mais fundo das minhas orelhas cansadas: "de jeito maneira".
É claro, não parei mais. Li tudo, de cabo a rabo, como alguns dizem fazer com Brecht. Ri às bandeiras despregadas (conheciam esta?). Em seu preocupante estado, o nosso paranóico não pode nem ouvir a palavra "pau" da boca de uma piranha. Já se põe inquieto. "Pau"?
É claro, tudo a ver com "PAU-linho", o paranóico. É a literatura de namoro com o melhor do cartoon e das miniestóriasemquadrinhos. Lucidez e síntese. Alguém escrevendo longe daqui (o cabeçalho no capítulo inicial está dizendo: Londrinha, tanto de tanto de não sei quanto.
"Quero vê neguinho num cascá o bico de ri!", diria um resenhista oral. Ah, e o João dos Santos não está nem aí pros revisores. Impecável. E impagável [nenhum patrocinador iria mesmo bancar um pândego desses].
CLAUDIO EUGENIO LUZ e JOÃO DOS SANTOS: dois ótimos miniprosadores. Nadando (saúde!) contra a corrente sem grassa que nos leva de roldão.