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Artigos-->A Verdade na Propaganda política -- 25/02/2005 - 14:16 (João Rios Mendes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
É hábito comum desligarmos o rádio, a televisão ou nos concentramos noutro assunto quando se inicia a propaganda política eleitoral, seja ela gratuita ou não. Isso acontece por que, numa análise ligeira, existem quatro aspectos que não ajudam o eleitor acreditar no que alguns personagens da política brasileira falam.



Primeiro vem a decepção com a atuação parlamentar do candidato, seja no cargo de vereador, deputado, senador, governador ou presidente da república. Não existe candidato que se apresente dizendo `vou tentar`, `vou trabalhar para’ o aumento do emprego, do salário, melhoria da educação, da segurança, das condições da saúde etc., todos eles usam a mesma frase `vou fazer`. Assim no imperativo.



A grande maioria das pessoas ignora o funcionamento do Poder Legislativo, onde todas as propostas apresentadas pelos recém-eleitos são discutidas e votadas por todos os membros e só é aprovada aquela que melhor atender os interesses da maioria.



Em segundo lugar é o caso que todos os candidatos de todos os partidos, sem exceção, afirmam que são favoráveis ao aumento e melhoria de todos os itens acima. Bom, se é assim, por que as propostas apresentadas com estes intuitos engrandecedores não são aprovadas por todos os parlamentares de todos os partidos? Falta esta explicação dos congressistas ao povo para que o ouvinte ou telespectador acredite no que está sendo dito horário eleitoral.



Em terceiro lugar, todos os partidos políticos, novamente sem exceção, anunciam em bom e alto som que são éticos. De janeiro de 2002 até dezembro de 2004, os quatro maiores partidos do país se acusaram mutuamente denunciando transações obscuras dos parlamentares tanto de um partido quanto de outro. Pois bem, o indivíduo cair em tentação é até justificável e perdoável, mas o que justifica a blindagem em torno dos denunciados para que não se inicie um processo de apuração dos fatos e assim os eleitores vejam que a ética anunciada durante a campanha eleitoral está sendo seguida pelos parlamentares?



Por último, vem o marketing político. Até que ponto é legal a divulgação de uma publicidade enganosa? A dúvida aparece quando olhamos para os três agentes envolvidos: o publicitário, o candidato e o povo. Qual dos dois primeiros trabalha de boa fé? Ao perceber que o candidato está apresentando idéias inexeqüíveis, é correto o publicitário concluir o seu trabalho? É lícito o candidato, consciente na maioria das vezes, apresentar aos eleitores promessas que estão além do seu alcance?



Os candidatos se apresentam vendendo propostas de todos os assuntos, que vão desde habitação, construção de estradas, segurança, apoio às iniciativas da juventude, respeito aos idosos, e muito mais. Nenhum candidato se compromete com apenas um assunto, não se especializa em um tema, apresenta-se como um faz-de-tudo. Em muitos casos não traz consigo uma história de luta em defesa de uma causa, não empunha uma bandeira e se apresenta como o seu mais legítimo e ferrenho defensor.



Na propaganda de um filme são narrados os melhores diálogos e cenas da trama; numa de um supermercado são apresentadas as melhores mercadorias e preços. Tanto no filme quanto no supermercado nós pagamos para conferir, e geralmente a trama e as mercadorias conferem com o que foi anunciado.



No caso da propaganda política nós desligamos o rádio ou a televisão porque quando conferimos o que o candidato nos vendeu com o que ele fez nos deparamos com um desempenho aquém das nossas expectativas.



Para que continuem a contar com a confiança de seus acionistas e clientes, as empresas divulgam um balanço de suas atividades. Por que os políticos não mostram aos eleitores o que fizeram durante seu mandato, comparando com o que foi prometido no início da campanha?



Talvez isso explique o resultado da reportagem intitulada Confiança zero, publicada no jornal Correio Braziliense, coluna de política, por Denise Rothenburg, no dia 08/02/2005, pág. 05: “A agência de comunicação Edelman, que tem consultores espalhados pelo mundo, fez uma pesquisa em oito países para saber a quantas anda a confiança do povo em relação a empresas. Descobriu, entre outras coisas, que quando os parlamentares falam sobre qualquer companhia privada o brasileiro é um dos mais descrentes. Só 8% confiam no que seus senadores e deputados falam sobre empresas. Mais descrentes do que nós, só mesmo os japoneses (7%). Em tempo: os que mais confiam nas palavras dos parlamentares sobre a iniciativa privada são os alemães e os chineses.”

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