A melhor maneira de entender um cachaceiro profissional é tomando uma. Esqueça aquele detalhe sórdido de que uma leva a outra. Isso é intriga da oposição.
Seguindo as informações técnicas do produto você pode beber e beber até cair. Caso uma não fizer efeito, o que geralmente acontece, experimente a segunda. Tomando o cuidado de não chegar tarde em casa e confundir a geladeira com o banheiro.
A primeira desce rasgando, mas desce. E isso é importante. Porque o resto vai no embalo. Com tempo o paladar amacia e então começa a apurar o sabor, sentir a textura e posteriormente a embriagues. Vamos tratar disso depois.
Beber é questão de filosofia. Há quem bebe somente para esquecer, outro para recordar o que bebeu e se comeu. O que dá no mesmo. Em casos mais delicados o bêbado é um instrumento e a bebida é a personagem central.
Bêbado rima com tudo até com o poder. Isso daria uma tese de mestrado. A bebida é uma tonta abelha que só produz o mel. Por isso é um tipo exportação. O bêbado que é problema acaba com a moral da bebida.
Por isso a cachaça é nobre. Apesar de todas as teorias suspeitas que a recheia de mistério a mesma ainda surge com relevada estima nas rodas das realezas.
Cá entre nós: depois da ressaca terrível do carnaval nada como uma caninha turbinada, daquelas que sossega até Leão tarado, né?