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| Poesias-->Ovo da concórdia -- 24/03/2002 - 19:18 (Haroldo Pereira Barboza) |
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Ovo da concórdia
A galinha acordou cedo
Gritando para o povo :
- Por favor, me ajudem.
Acabam de levar um ovo.
Os amigos das cercanias
Se juntaram em pelotão
Comandados pelo galo,
Gritaram : - pega ladrão !
Alguns mais precipitados
No julgamento do fato
Já diziam com certeza :
- Só pode ser o rato !
No entanto, seu vizinho
Que morava logo ao lado
Apontou o tenro leitão
Que vivia esfomeado.
Até mesmo o papagaio
Palhaço com trejeitos
Foi apontado pela turma
Como um dos suspeitos.
Partiram velozes pela mata
Entoando hinos de guerra
Nadaram no caudaloso rio
Subiram a íngrime serra.
No topo da montanha
Onde morava a Esperança
Sussurrava tons alegres
Uma doce e feliz criança.
As mãos sujas de marrom
Alisavam o gordo coelho
Que feliz com o carinho
Dormia em seu joelho.
- Lá está o ovo quebrado
Gritou forte a coruja.
Sapequemos o peludo
Antes que ele fuja !
- Fiquem quietos por favor !
Esbravejou o porco-espinho
Ouçamos o que nos diz
Aquele belo passarinho.
O som límpido ecoava
Pelas trilhas da floresta
Anunciando ao Mundo
Que era dia de festa.
A mensagem foi entendida
Até mesmo pelos irados
A Páscoa mostrou a todos
Como vivermos irmanados.
Haroldo P. Barboza - abril / 99 - V. Isabel
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