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Artigos-->REPORTAGEM SOBRE DISLEXIA EM O POVO, CE -- 12/02/2005 - 10:14 (vicente martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
APRENDIZAGEM

Disléxico! Preguiçoso, não



Na volta às aulas, o Ciência & Saúde desperta a reflexão sobre um problema malcompreendido por pais e professores: a dislexia. As crianças com esse transtorno são consideradas ‘‘burras’’ ou preguiçosas, mas a dislexia é um distúrbio de aprendizagem de origem genética. Há formas de acompanhamento psicológico e fonoaudiológico que permitem que a criança se torne um adulto sem prejuízos



[22 Janeiro 15h22min 2005]



O problema da dislexia se torna mais visível a partir da segunda série do ensino fundamental, mas um diagnóstico precoce é possível



Ler com dificuldade, sem conseguir associar o símbolo gráfico (a letra) com o som que ele representa. A dislexia é um distúrbio de aprendizagem na área da leitura que atinge 10% da população, segundo estimativa da Associação Brasileira de Dislexia (ABD). Não é uma doença, não tem causa evidente, mas a pessoa nasce com esse problema e precisa aprender a conviver com ele, substituindo as formas padrões de aprendizagem por estratégias que compensarão dificuldades.



O distúrbio é geralmente hereditário, mas apesar das dificuldades em ler e escrever, o disléxico é inteligente, sem apresentar doença neurológica ou psiquiátrica e sem ter alterações significativas auditivas ou visuais. O problema é mais freqüente entre garotos, numa proporção de três meninos para cada menina disléxica. ‘‘Não classificamos a dislexia como doença. E ao contrário do que muitos pensam, o disléxico está acima da média de inteligência e se sobressai entre outras pessoas em algumas áreas’’, afirma a psicóloga e psicopedagoga Aurea Stavale Gonçalves, da equipe do Centro de Avaliação da Associação Brasileira de Dislexia.



Segundo Aurea Stavale, as crianças com dislexia ‘‘são brilhantes, mas não sabem a ordem do alfabeto ou meses do ano’’, por exemplo, além de ser comum terem péssima caligrafia, com letra difícil de entender. O problema da dislexia se torna mais visível a partir da segunda série do ensino fundamental, mas um diagnóstico precoce é possível. Pais e professores devem observar se há histórico de dislexia na família, se a criança não se interessa pelos livros, se confunde a direita e a esquerda e se não consegue se expressar bem por meio da escrita, mas se sobressai em provas orais.



Até mesmo as palavras mais familiares podem ser difíceis de serem reconhecidas pelo disléxico durante a leitura. Isso porque ele troca as letras, inverte sílabas. ‘‘Uma mesma palavra pode ser escrita de diversas formas’’, diz Aurea Stavale, acrescentando que, por apresentar essas dificuldades, a criança disléxica é muitas vezes humilhada, sendo chamada de preguiçosa ou burra.



O preconceito vem sendo reduzido nos últimos oito anos, desde a fundação da Associação Brasileira de Dislexia e outras entidades que tentam descaracterizar esse distúrbio de aprendizagem. Embora a dislexia tenha sido descoberta há um século, o estudo desse distúrbio, mesmo em países de primeiro mundo, somente vem sendo aprofundado nas últimas décadas, segundo Aurea Stavale.



Para a psicopedagoga, o professor é fundamental para que a criança disléxica possa superar suas dificuldades. ‘‘Já que há discrepância entre sua produção oral e a leitura, então que ele (aluno) seja submetido a testes orais ou tenha mais tempo para suas avaliações escritas, por exemplo’’, orienta. Segundo ela, o ensino multissensorial, fazendo uso de imagens, é muito mais proveitoso para o disléxico.



A Associação Brasileira de Dislexia orienta que o fato de apresentar alguns dos sintomas não indica necessariamente que a criança seja disléxica, sendo necessária uma avaliação feita por equipe multidisciplinar formada por psicólogo, fonoaudiólogo e psicopedagogo, para se ter a certeza do problema e dar início a um acompanhamento para melhoria do aprendizado.





COMO PROCEDER COM A DISLEXIA





1. Não o chame simplesmente de preguiçoso ou de desleixado.

2. Evite fazer comparações com outros membros da família ou com colegas de classe.

3. Não exerça pressão sobre ele a ponto de o amedrontar com a perspectiva de não passar de ano ou de deixar você desapontado.

4. Não exija que ele leia em voz alta perante seus colegas (sem seu consentimento).

5. Não espere que aprenda a soletrar uma palavra após escrevê-la repetidas vezes, com a finalidade de lembrá-la. Certamente não se lembrará.

6. Não fique surpreso se facilmente se cansar ou se desanimar.

7. Boa caligrafia é muito difícil. Assim, não se preocupe se a caligrafia for irregular ou feia.

8. Não se surpreenda se o desempenho for incongruente; se em algumas ocasiões se sair bem e em outras não.

9. Incentive nas coisas que ele gosta e faz bem feito, sem dizer somente tente esforçar-se .

10. Manifeste sua apreciação pelo esforço, como por exemplo, elogiando-o por tentar escrever uma história. Mesmo que ela contenha muitos erros, diga que a maioria das palavras estavam certas.

11. Estimule a olhar as palavras detalhadamente, poucas letras de cada vez.

12. Fale francamente sobre dificuldades dele.

13. Ajude a reconhecer que há muitas coisas que pode fazer bem.

14. Motive a ir devagar, dando tempo ao tempo.

15. Colocar o aluno numa das carteiras mais próximas do professor para que este possa acompanhar com atenção suas dificuldades.

16. Eliminar possíveis focos de distração (materiais desnecessários, janelas, colegas desconcentrados, barulhos...).

17. Procure ensino especial (possivelmente no sistema individual, através de alguém que seja especialista em dislexia).



Fonte: Associação Brasileira de Psicopedagogia

http://www.noolhar.com/opovo/cienciaesaude/440010.html
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