Rodrigo M. Martins 300703
BODEI, Remo. As tendências atuais. In: BODEI, Remo. A história tem um sentido? Tradução de Reginaldo Di Pietro. Bauru: EDUSC, 2001, pp. 61-70.
De modo didático, o autor apresenta três estratégias para uma possível reação diante da falência das filosofias da história.
A primeira é a renúncia a qualquer projeto teleológico, visto ser o sentido da história algo complexo e disperso, demonstrando, assim, a impossibilidade de um fim definido. Em segundo lugar, temos a racionalidade universalística, aos moldes kantianos; o agir-comunicativo de Habermas. E, de modo oposto mas complementar, o relativismo extremo de Gadamer, segundo o autor.
O terceiro momento é o mais desenvolvido no texto de Bodei, visto apresentar uma estratégia literária para se reagir à falência vivente. Fala-se do esquema triádico das fábulas, que seriam utilizados pelos historiadores para dar um final feliz à história, tratando-a como arte histórica.
Logo, em seqüência, o autor passa a apresentar alternativas para um possível sentido da história mais atualizado, ou seja, distingue a história por meio da arte, com a história regida por acontecimentos reais (p. 67); também apresenta critérios de julgamento para os fatos históricos. É o nós entrando em ação para que o sentido histórico seja mais consensual, e já agora temos “dois elementos, da salvação do esquecimento e o de dar significado aos acontecimentos, que fazem parte integrante da atividade do historiador”. (p. 68) Também fala de um construtivismo histórico, onde, mais uma vez, o “nós” estaria em primeiro plano para significar a história, visto essa ser feita de indivíduos que possuem características únicas e vivências singulares que se moldam umas às outras por meio do contexto onde vivem.
Enfim, parece que já começamos a verificar no autor um certo apontamento do que seria o sentido da história para o nosso contexto contemporâneo, ainda mais quando ultrapassamos a visão teleológica que nos aparece superficialmente na mentalidade comum.
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