http://planeta.terra.com.br/arte/vaniadiniz
Matemática da Naninha
Professora dedicada me esperava
O exercício com rigor corrigia,
Sobre as manhas nem ponderava
E a conclusão em ansiedade almejava.
Na varanda de sua casa ficávamos,
O lápis ela me entregava sorrindo,
Tangerinas espalhadas
E o cheiro gostoso
Tão apetitoso
Minha memória
Conservou,
Guardou
com carinho.
Lá ia quando a matemática me irritava,
E não conseguia o raciocínio concentrar,
Ela então com ar sisudo me explicava,
Ensinava,
Elucidava,
Sem que eu tivesse tempo de abandonar.
O portão à nossa frente eu apreciava
Muitas vezes tinha vontade de brincar,
Andar,
E para a rua sair, mas dali não levantava,
Mesmo que os números eu não apreciasse,
E dos problemas não gostasse.
A matemática da Naninha, eu me lembro,
O lápis levantava e a tangerina cheirava,
Eu apreciava o odor gostoso e relembro
Das horas duras, mas agradáveis e aprendia.
Naninha era severa, mas me amava.
A cabeça era boa e o estudo sua crença,
O cérebro privilegiado sempre alimentava,
Enquanto a tangerina nos intervalos saboreava
E nos domingos devota e ligeira ia à missa.
Tarde memoráveis jamais esquecerei,
Nelas sempre pensarei,
Agradecerei,
E a matemática graças a boa Naninha
Sempre compreenderei.
Sua fruta preferida e aromática,
Sempre presente e simpática
Para meu olfato agradar
E com indescritível ternura recordar.
Querida Naninha cheia de sabedoria,
Sentada no jardim pequeno e acolhedor
Que hoje, sem dúvida me sensibilizaria
Com o conhecimento e o aguçado odor.
‘ Vânia Moreira Diniz
|