Usina de Letras
Usina de Letras
159 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62210 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10356)

Erótico (13568)

Frases (50604)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140797)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->O SENHOR DO MAL -- 06/02/2005 - 08:46 (Jeovah de Moura Nunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O senhor do mal



(é Deus quem manda no céu / no inferno quem puder, /mas, no Brasil é senhor / quem mais dinheiro tiver) – (autor desconhecido).





Lemos o artigo “Tarifoduto” de Marcos Cintra, professor e vice-presidente da FGV, editado no Comércio de 18.01.05, sobre a vida difícil do brasileiro com relação à rede bancária, que esmaga nossos sonhos e deturpa nossas vidas, uma vez que existem apenas para explorar e confiscar nosso parco e pobre dinheiro. Só não concordei com a referência do digno professor apenas à classe média, como se os pobres não fizessem uso do banco. Todas as classes fazem uso da rede bancária, mas somente os pobres têm seu dinheiro confiscado pouco ou muito pelos bancos. Até mesmo para receber o seu salário o pobre sai perdendo.



Quando uma empresa paga com cheque aos seus funcionários, acontece a inevitável espera em filas enormes. E quase sempre o empregado não tem tempo de ir ao banco receber seu salário, o qual já é uma miséria. Se a empresa abre contas em nome de seus funcionários, aí piora a situação. Além da espera e do tempo que não se tem para ir receber o dinheiro, este virá com desconto daquela droga chamada CPMF. Enfim, tudo o que fizermos com e nos bancos a gente acaba perdendo dinheiro. Nunca se ganha, só perde.



Já as classes média e média alta sempre ganham alguma coisa em troca do que perdem. Isto porque eles têm dinheiro aplicado em investimento de médio e longo prazo. Se o banco cobra o festival de tarifas deles, esta sangria será coberta com os juros que recebem do capital aplicado.

O que nos causa espécie é a mansidão beneditina com que o governo brasileiro sempre se curvou para os banco. E digam-se todos os governos desde o império. Todos sabemos que os bancos são as meninas dos olhos do capitalismo. No entanto, necessário se torna uma regra específica e sedimentada para a cobrança dessas tarifas, que rapidamente vão se tornando abusivas e intoleráveis. E essas tarifas jamais deveriam ser cobradas, posto que ao realizarmos nossos depósitos, o banco imediatamente passa a ganhar dinheiro sobre eles, uma vez que investem nas bolsas. E ganham sobre nosso dinheiro enquanto estamos dormindo, isto é por noite, no chamado “overnight”. Os juros que eles nos pagam não compensam nossas aplicações. Isto acaba tornando essas instituições creditícias, (se é que são isto), coisas inúteis em nossas vidas. Chegará num ponto que será melhor quardarmos nosso pobre dinheirinho dentro de cofres, ou buracos escondidos no subsolo de nossas casas. O tijolo baiano é muito bom para se esconder dinheiro. Estará mais seguro, tendo em vista que não recebemos o suficiente para ensejar aplicações. Quanto aos pagamentos de contas as casas lotéricas mostram muita mais eficiência.



Outra vergonhosa atitude dos governos para com os bancos é quando um deles quebra. Neste caso, a democracia capitalista brasileira atinge o ápice de sua injustiça, quando socorre com toda pompa de imperadores romanos o banquinho quebrado. Dá todas as dicas para o banqueiro proprietário tomar um chá de sumiço por uns tempos e nós, o povo, ficamos sem o dinheiro de nossa conta. Se houvesse democracia verdadeira o banco poderia sim ser socorrido, mas a lojinha da esquina, onde a senhora desesperada vive pagando e pagando mensalmente ao seu sócio majoritário, que é senão o governo deveria também ser socorrida. Esta é a diferença que jamais se chegará num acordo de sermos ou não um país democrático. Não o somos ainda e não o seremos tão cedo, por conta dessas injustiças que também são sociais.



A citação do professor Marcos Cintra de que os bancos no Brasil vivem num grande mar de rosas é a mais acertada que já vimos. Eles vivem sim num mar de rosas e o poder deles é igual ou superior ao poder governamental, porque este não consegue, não quer, ou não tem coragem de exigir que os bancos sejam mais condescendentes com os mais humildes, os quais têm nojo e terror de entrarem num banco. Os legisladores incompetentes como sempre, também não se preocupam com o problema. Apreciam as filas e são nelas que eles fazem políticas, pedindo votos e fazendo promessas mirabolantes.



Parece que está tudo bem nesta terra de ninguém. Os poderes regurgitam corrupções; os impostos aumentam proporcionalmente ao humor dos donos do poder; o salário do trabalhador é o mais vergonhoso do mundo e os bancos fazem suas festas de explorações através do spread, das tarifas exageradas, dos serviços que valem ouro e das vendas casadas. Imaginam toda essa gente que esse céu na terra não acaba nunca. Assim é que todos os homens maus também imaginam isto, nesta terra em que só é Senhor de todas as coisas quem possui mais dinheiro. E quase sempre este Senhor é uma pessoa má, vestindo o uniforme dos maus: terno e gravata, assim como existe também no dizer de George W. Bush: “o eixo do mal”.



Jeovah de Moura Nunes

poeta, escritor e jornalista



(matéria enviada ao jornal "Comércio do Jahu" há um mês, e até agora não foi publicada. Por que será? É claro que com certeza vão dizer que não receberam a matéria. Ainda bem que existe a USINA DE LETRAS).

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui