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Artigos-->O BRASIL DO ANO 2020 -- 03/02/2005 - 01:27 (Welington Almeida Pinto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O BRASIL DO ANO 2020



Welington Almeida Pinto



O Brasil tem futuro? Sim, lógico. Mas é necessário projetar para o futuro uma Nação que sabe ler e escrever corretamente. Caso contrário, podemos condenar nosso país a crescer bem menos do que os outros e a sofrer as formas mais perversas de colonialismo e opressão.





No final de 2004, a CIA, Serviço Secreto Norte-americano, publicou um relatório sobre perspectivas globais para 2020. Pasmem!... A entidade afirmou que se o Brasil não conseguir diminuir as injustiças sociais e a distância entre ricos e pobres seremos um país muito mais atrasado no futuro. Principais causas: uma dívida pública impagável e uma mão-de-obra desqualificada por falta de investimento na estrutura pública de ensino. Na América Latina, de acordo com as previsões da CIA, pior do que o Brasil, em 2020, apenas o Haiti.



O governo FHC publicou o documento “Brasil 2020”, criando metas ambiciosas para o futuro. Entre elas o fim do analfabetismo e o aumento de vagas nas escolas do ensino público. No governo Lula, o ministro Tarso Genro, da Educação, apresentou o programa “Visão Brasil 2020” praticamente ratificando o que afirmaram os ministros João Paulo Reis Velloso e Ronaldo Sardemberg - desenvolvimento de maneira sustentada e com justiça social. Mas, até agora nada disso virou realidade, de acordo com as atuais estatísticas. O que o Governo precisa mesmo é de uma poda para valer seria no tamanho do estado e deixar de iludir o povo com alistamento em programas sociais? São práticas onerosas e ineficientes... incontroláveis... perversas... que levam o cidadão ao ócio por um lado e, por outro, incentiva a corrupção. E não sobra dinheiro, principalmente para investir na educação. Um velho adágio popular diz: ... o ser humano só valoriza aquilo que constrói com suas próprias mãos, trabalhando - terapia ocupacional que garante dignidade ao homem.



Ah... os burocratas! Qualquer cidadão brasileiro sabe que do jeito que anda a carruagem não tem mesmo a menor chance de construirmos um Brasil soberano para o futuro. Nada muda. As estatísticas mostram ainda que cidade nordestina de Guaribas, nomeada símbolo na implantação do Fome Zero, continua na miséria, sem escola, sem comida, enfim, sem dignidade social. Depois, não adiante fazer mea-culpa contra tudo e conta todos.



LIÇÃO NÚMERO UM



O verdadeiro crescimento começa pela melhora da qualidade do ensino de toda a população. Para tanto é preciso aperfeiçoar o procedimento atual, no qual o aluno conclui o ensino fundamental - quando termina – praticamente como entrou, vazio de conhecimento. É o fim. Diante da hipotética aprendizagem o diploma de um jovem, notadamente o de classe social mais pobre, vale muito pouco para concorrer em um mercado de trabalho cada dia mais exigente - até concurso para gari exige que o candidato saiba ler e escrever certo.



Países europeus que saíram do subdesenvolvimento aplicaram muito dinheiro na educação. O governo espanhol disponibilizou cerca de 125 milhões de euros para estimular a leitura no país e converter o livro em assunto de interesse geral na vida cotidiana da sociedade. O Chile também. Para incentivar o hábito de leitura, lançou recentemente a campanha “Chile Quer Ler” com o propósito de ampliar os acervos das 411 bibliotecas públicas do país. Em 1973, a Irlanda elaborou um pacto pela educação, destinando todo o dinheiro recebido dos países mais ricos do continente para o sistema educacional. Resultado: 31 anos depois o país apresenta a maior renda “per capita” da Europa e ocupa o 12º lugar entre as nações de melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).



No Brasil temos que fazer o mesmo. Deixar o discurso de lado e investir pesado na educação. Manter uma escola pública com professores valorizados, prazeirosa, agradável e de boa qualidade. Bem aparelhadas, em qualquer lugar do mundo, elas constituem a instancia onde é disputada a hegemonia das Nações.







VIVA LEITURA



O Governo central está anunciando, com muita euforia, que os Ministérios da Cultura (MinC) e da Educação (MEC) vão lançar em abril uma campanha nacional de incentivo à leitura. A campanha fará parte do calendário das comemorações do Ano Ibero-Americano da Leitura, o VIVALEITURA 2005, realizada em 21 países da Europa e Américas.

A volta aos livros ajuda a alfabetizar e preparar o jovem para o futuro. Portanto, temos que abrir novos caminhos para incentivar os brasileiros a ler mais. Nas escolas e fora delas. Mostrar aos nossos alunos o valor e a função social da palavra escrita ou falada desde a infância, despertar neles o sentimento de lutar por uma sociedade mais equilibrada e justa.



Em artigos anteriores sugerimos ao Comitê de Regulamentação da “Lei do Livro’, entre outras coisas, formas de garantir recursos para Bibliotecas públicas, como instituir a Loteria Cultural com bilhetes da Loteria Federal, lançados no dia do aniversário de grandes escritores brasileiros, como Guimarães Rosa, Monteiro Lobato, Jorge Amado e outros, que poderão emprestar nome e prestigio a favor de uma causa para gerar recursos destinados à implantação, reforma e reposição livros nas Bibliotecas. Exemplo: Prêmio Machado De Assis, no dia 21/06 (nascimento) ou 29/09 (encantamento). Além disso, estender o Selo Social dos correios para livros nos moldes da Carta Social.



Também é muito importante a inclusão de um Livro Infantil na Cesta Básica do Trabalhador, atitude que há mais de quinze anos lutamos pela implantação. Agora, uma boa notícia: a Marbel, empresa na área de cestas de alimentos de Rio Claro (SP), anunciou ao MinC que vai bancar no ano que vem a distribuição de 1 milhão de exemplares. Ver para crer.



* * Welington Almeida Pinto é escritor, autor de Santos-Dumont no Coração da Humanidade e A Saga do Pau-Brasil, entre outros livros. Mais reportagens: www.educacaoemfoco.kit.net/artigos - Site pessoal: www.welingtonpinto.kit.net – E-mail:welingtonpinto@yahoo.com.br



***. Reprodução permitida/JANEIRO/2005

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