Usina de Letras
Usina de Letras
252 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62073 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10302)

Erótico (13562)

Frases (50483)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->PIAGET 011002 -- 01/02/2005 - 02:43 (Rodrigo Moreira Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Rodrigo M.Martins 011002





Fichamento



Prof. Silas de Oliveira



PIAGET, Jean - Para Onde vai a Educação. Lisboa: Livros Horizonte, 1990





A conjuntura sócio-política dos últimos tempos tem mostrado uma melhora significativa na região do ensino, contudo, ainda há problemas de ordem estrutural, tais como a dificuldade crônica de formação e substituição do efetivo docente nas entidades de ensino. Assim, a pesquisa de ordem psicopedagógica tem afluído em direções diversas, das quais citaremos três: um tipo de associação empirista; um retorno à lingüista aplica à razão de forma fixa e predeterminada; e a construtivista, que optamos, por ser uma espécie de junção das duas últimas citadas, e que proporciona uma melhor aceitação por parte dos aprendentes ao ensino a ser realizado.

Este construtivismo pode incitar os aprendentes a pensar o processo por onde aprendem, fazendo com que os focos de estudo saiam do mero estudo por utilidade, para algo relacionado com prazer e o desenvolvimento criativo e eficaz das várias áreas do ensino, suprindo, assim, valiosos postos de que todo país necessita com pessoas bem formadas que aprenderam a não somente reproduzir, mas também relacionar e construir o novo. É o professor realizando a tarefa de orientar para o pensar, construir; muitas vezes apresentando situações relacionadas com a realidade para que, através do raciocínio, os aprendentes possam tentar as possíveis soluções, construindo assim o conhecimento de forma sólida. Está implícito que as novas perspectivas para o ensino são vistas em relação à criatividade e inventividade incitadas pelo professor nos alunos, é disso que o futuro vai precisar, e é para esse horizonte que ele nos aponta.

Em relação à ampliação e ao aprofundamento deste modelo de ensino, temos uma ferramenta de singular valor: a interdisciplinaridade. É a conexão entre as várias estradas do conhecimento, de suas várias faces demonstradas através das matérias estudadas nas escolas que, muitas vezes, não parecem ter ligação com a própria vida, mas que agora urge reapresenta-las com objetivos integradores. Claro que a psicologia tem muito a contribuir para essa união. Além disso, os profissionais capacitados com este tipo de entendimento ainda são escassos, pois numa linguagem nova, a construção do conhecimento a partir da conexão com outras disciplinas é uma tarefa realmente desafiadora. Entretanto, como dissemos no começo, é uma questão de aprofundar e ampliar horizontes, e para isso será necessário um esforço conjunto, tanto da parte dos professores quanto dos alunos. Talvez dispositivos de incentivo à pesquisa e leitura sirvam para melhorar o relacionamento destes com o construtivismo ainda embrionário na mente de muitos. Toda essa prática chegaria por fim a uma familiarização com o modelo de pensar que leva a construir, inventar para crescer.

Citamos, ainda que rasamente, questão do preparo dos professores, ensinadores que levam no dia-a-dia sua função de ensinar com muito ardor e destreza. A formação intelectual mistura-se com a moral, pois numa profissão como esta, requer-se muito mais do que simples posse do conhecimento de modo eficaz, também é requerido vocação por parte daquele que se propõe a ensinar. Assim, uma possível solução seria uma sólida formação universitária, juntamente com noções psicopedagógicas para que se possa alcançar os atributos ressaltados na Declaração Dos Direitos Universais da ONU.

Afinal, toda pessoa tem direito à educação, e este direito baseia-se na formação do próprio gênero humano, que foi construindo seu conhecimento a partir de vivencias próprias, inclusive na sua língua. Então, aprender é construir a partir de horizontes lógicos, mas não somente por lógica dada, mas sim percebida e até mesmo inventada (como segui-se no decorrer dos tempos). Logo, essas vivencias caracterizam-se por processos sociais que levam o aprendente a realizar sonhos impossíveis, a superar o status quo. Claro que sonhar diante duma realidade restringente é difícil, por isso tem-se que pensar a educação como instrumento livre e grátis, de modo que todos tenham acesso com as respectivas responsabilidades, porque a situação é cronicamente inviável, pois, como já dissemos, a falta de um sistema formador do corpo docente e de políticas motivadoras, impendem um pleno desenvolvimento desta área tão fundamental à toda sociedade que se quer livre.

Um grande obstáculo à implantação de novas propostas à educação é os próprios pais das novas gerações, que ainda se sentem seguros em relação ao antigo, e não desejam investir no novo e ousado. Pensam somente no modelo clássico, não conseguem enxergar a construção possível de um futuro já às portas. É na alteridade que temos que projetar nossos objetivos, assim diz o construtivismo e as leis que direcionam a nova fonte do saber.

A psicologia nos tem ajudado a investigar os processos de aprendizagem presentes, por exemplo, quando a matemática é ensinada de forma contextual, colocada na realidade, os aprendentes se sentem facilitados a pensar e responder com simplicidade, portanto, nos anterior método aqueles que estão tentando aprender encontram dificuldades em dissociar a lógica das figuras matemáticas, e assim seguem as dificuldades até que possamos obter algum resultado a partir do contexto. Em fim, como aplicar ao ensino geral, tanto intelectual como moral, o método construtivista sem misturar ingredientes importantes tais como o amor e o respeito à condição do aprendente? Não temos saída a não ser conduzir o aprendente de forma que ele mesmo descubra seus caminhos, tudo isso num ambiente em que esse ser que está em processo de aprendizagem se sinta bem com a o ambiente e pessoas que o estão cercando para produzir, junto com ele, o conhecimento que servirá todos.

Estamos em meio à uma situação de conhecimento global, e claro que uma educação que se apresente contemporânea será eficiente de tiver alcance internacional. Temos visto também que o respeito pela diversidade e pluralidade de culturas e meios de conhecimento tem feito a diferença na questão de aprender para o mundo. O que se pretende é uma formação capaz de interagir tanto moral como intelectualmente com o mundo hodierno, e a ferramenta certa é aquele que produz não somente os meios para atingir esse objetivo, mas também proporcione pensar sobre os processos a que levaram a construir esse novo tipo de relação de conhecimento.

Finalizando, temos uma lei de cunho universal que diz que todos tem direito à educação de forma completa; parece que está implícito nessa proposição que não tiveram esta sorte aqueles que nos antecederam e, talvez por isso mesmo, devemos respeitar as novas formas olhando sempre para o passado para não cometer os mesmos erros. Quem sabe também o sonho do respeito mútuo e universal aos novos aprendentes não se realize a partir deles mesmos. Só assim vislumbraremos um crescimento em relação ao conhecimento construído de modo eficaz, em rocha firme, e disposto sempre a avaliar-se para não ficar perdido no tempo.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui