Acabou. Os trinta minutos se passaram. Vesti minhas roupas e tacitamente me direcionei ao carro. Entrando, percebi que aqeula sensaçào de prazer temporário se extinguira de meu corpo. Agora, minha consciência direcionava-se unicamente a um sentimento de culpa.
Sublimes idéias chegavam a minha mente, trazendo desagradáveis lembranças. Elas me desnorteavam. Enquanto atravessava aquelas interminéveis curvas e viadutos, cenas se passavam diante de meus olhos, sem uma razão lógica. Eu percorria, neste exato momento, labirintos, com elevações e precipícios invitáveis, que, apenas, levar-me-iam a um profundo abismo.
As memórias daquele ambiente fétido e imundo me abalavam. Toda essa retrospectiva de dias prazerosos me faziam sentir o mais ínfimo homem do planeta. Eu não imaginava que tudo aquilo acontecera comigo. Lembro-me de minhas mãos percorrendo aqueles corpos, minha boca beijando aqueles lábios, e meus olhos fitando àqueles olhos, que só expressavam agústia e desilusão. Agora percebo que traí todos os meus princípios e valores, até aqueles menos tradicionais.
Olho ao redor e percebo que o mundo transcorre sem se preocupar com a minha dor. Não seu até quando me recordarei do que realizou meus instintos por inúmeras vezes. Minhas mãos estào sujas, minha alma está poluída, e minha mente passará o resto de seus dias pagando por um erro que só me deu alguns minutos de satisfação.
Arrependo-me por usar aquelas mulheres em prol do meu único bem. Esqueci-me que elas são seres humanos, com sentimentos também. Disponho-me a pagar qualquer preço, para me livrar desses terríveis pesadelos, que enternecem e destróem minha vida.