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Artigos-->LINGUA VIVA? -- 18/01/2005 - 01:18 (Edson Campolina) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
LÍNGUA VIVA?





Semanalmente, no Jornal do Brasil, o professor e escritor Deonísio da Silva agracia-nos com a origem de algumas palavras do nosso português, diga-se, com muito mérito. Sejam elas eruditas – formalizadas – ou simplesmente coloquiais – informais. Muito feliz a escolha do título da coluna, que agora lhe tomei emprestado para esta minha dissertação incluindo a interrogação. O professor mostra-nos o quão é aberta, receptiva e democrática nossa língua portuguesa, e o fez inclusive na escolha do título. Mas preocupa-me tal abertura e democracia...



O ex-ministro da cultura Sérgio Paulo Rouanet – gravem bem a pasta que este homem ocupou no governo Collor – um pós-graduado em economia e doutor em Ciência Política e membro eleito da Academia Brasileira de Letras, em artigo na revista Veja no final de 2004, critica severamente o nacionalismo cultural que muitos, e eu faço gosto em me incluir, pregam há muito tempo. O título de seu artigo – “o nacional-burrismo” – taxa-nos implacavelmente de pequenos colonos num discurso totalmente elitista. Nega qualquer possibilidade de domínio pelas nações-potências através da cultura. Prega a globalização da cultura.



Ora, pois! Toda a cultura de um povo origina-se de sua língua em todas suas formas de apresentação (falada, cantada, escrita). A linguagem não é exclusivamente para comunicar-se, é a primeira forma de expressão da cultura de um povo. Cultura transcende qualquer forma de globalização. É preciso que se desmistifique a palavra globalização para que demagogos de plantão, lingüistas ou não, literatos ou não, artistas ou não, deixem de usa-la como argumento a seus idealismos. Romperam-se barreiras da informação, do tempo e da distância na globalização, mas não é isto que apagará a riqueza do regionalismo, seja ela em escala nacional, continental ou global; muito pelo contrário.



Daí meu receio quanto à democracia demasiada de nossa língua portuguesa, retratada semanalmente pelo professor Deonísio. De viva, se não cuidarmos de suas normas, tornar-se-á empobrecida, agonizante e falecida. A adoção de adjetivos, verbos e substantivos estrangeiros na linguagem oral e depois na escrita (formalização) tem invadido nossa cultura a cada nova edição de dicionários reconhecidos até no mundo acadêmico. O que diria o Dr Houaiss que, também ex-ministro da cultura, recepcionou na Academia Brasileira de Letras o Dr Rouanet?



Atualmente o elitismo já domina nossa ABL, mais política que literária. Dos vivos – dos mortos podemos contar nos dedos de uma só mão – não temos representantes que sejam fiéis ao rico regionalismo brasileiro. Se alguém conhecer ou lembrar-se de um cordelista na ABL, por favor, me informe. Quem sabe algum dos que lá tomam seus chás e fofoquem à tarde já não publicou um dicionário retratando nosso português mineiro, ou nordestino, ou amazonense, ou sulista? Mais fácil encontrar alguém de fardão que tenha um dicionário português-inglês! Ou um ex-embaixador que mais se preocupou em nos trazer a cultura de seu país anfitrião que levar a nossa!



Antes de nos tornarmos um “cidadão do mundo”, é preciso que nos diplomemos em cultura brasileira, que dominemos nossa língua, que entendamos que o neologismo estrangeiro exagerado é prejudicial à nossa linguagem. Recentemente, após um curso sobre finanças e mercado financeiro, brinquei com os colegas usando alguns termos estrangeiros no texto abaixo. Ficaria muito feliz se o Dr Rouanet o decifrasse e desse uma opinião sobre o domínio da língua inglesa no mercado financeiro.



ESQUECERAM DO TAG ALONG



O mercado estava em alvoroço, afinal a CAMPO&LINA S/A anunciara o UNDER WRITING. Todos sabiam que seriam mais BLUE CHIPS no pregão, nem precisariam verificar o BETA dela, pois certamente seria uma opção de STOK PIKING. Os DEALERs enlouquecera. A carga no HOME BROKER das CTVMs foi grande e até a CLEARING HOUSE aumentara sua capacidade. Alguns Bancos Múltiplos arquitetaram novos fundos para seus portfólios e já preparavam os DISCLAIMERS. Não seria um SPLIT, mas a liquidez esperada requereria um futuro INPLIT, diziam os videntes economistas, e alegavam que seria a hora do MARKETING TIMING e até cogitaram o lançamento de ADR’s. Muitos até sugeriram que imediatamente aquelas opções deveriam fazer parte do IBOVESPA, pois certamente elevaria o BENCHMARK dos fundos referenciados que o usavam.

Mas eis que, a CVM, de olho na COMPLIANCE, e sem falar na CHINESE WALL dos principais bancos de investimentos, proibiu o DAY TRADE e o AFTER MARKET. Então deu um STOP na operação, pois a CAMPO&LINA S/A, aberta, esquecera do TAG ALONG.







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