1.
Meu poeta do cordel
teu lugar tá no meu peito
e num me olha de efeito
com esses zoio de céu
que eu me mudo de papel
faço a mocinha pudica
que o que pensa não publica
nem aqui, nem lá na China
pois que tu nem imagina
o que essa mente fabrica.
2.
meus trancos e arremessos
eu quero deixar bem claro
não ando atrás do teu falo
inda mais que num conheço
dessa dor eu não padeço
reconheço o meu lugar
sempre pronta para amar
em cima, embaixo, de lado
viúvo, solteiro, casado
que saiba me conquistar.
3.
até fiquei assustada
com a descrição dos detalhes
não fora certos entraves
como a selva desmatada
de resto, carne rosada
leves toques de pimenta
que inté baiano num güenta
quando en riba no galope
vai suar pra dar IBOPE
e sair fogo das venta.
4.
é ruim ter medo de jeba
essa potranca arretada
que dá coice e gargalhada
ao mesmo tempo que entrega
é boa nisso e não nega
quando encontra um bom parceiro
faz ele ser o primeiro
seu nome diz com fervor
se esquece do pudor
ao se embolar nos seus pêlos.
5.
vamos pôr pingos nos is
traço de pinga a champanhe
dependendo o que acompanhe
pra que eu me sinta feliz
não vem metendo o nariz
se achando rei da cocada
que a mulher que é bem amada
não troca seu companheiro
por nenhum Zé Presepeiro
que faz rima na trepada.