Agradeço a ti que, por longos anos,
Aturas, sem protesto, sem lamento,
Meus notívagos e agradáveis planos
e nunca me abandonas ao relento.
Com o passar do tempo fiquei certo
És tu que me garantes a alegria.
Assim, sempre feliz e descoberto,
Mergulho, sem temor, na boemia.
Solidário que, sendo abstêmio,
Acompanhas, fiel, este boêmio,
Por bares e boates bem vilãs
Suportando adiposas ingestões,
Regadas com freqüentes libações,
Sem nunca infernizar minhas manhãs.
(para quem não identificou meu amigo mais
íntimo, esclareço que esse soneto dediquei
ao meu fígado.) |