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Artigos-->Dicas de escrita 1999 -- 13/01/2005 - 14:29 (Rodrigo Moreira Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Rodrigo Moreira Martins 1999



FEITOSA, Vera Cristina. Redação de textos científicos, Ed. Papirus, 2ª ed.

Campinas-SP, 1995, 155 pg.



O cientista no processo de comunicação



Você e a redação - a comunicação está em crise, e essa crise se fez notar até mesmo nos meios mais especializados e intelectualizados. Não restam dúvidas de que o ato de escrever demanda tempo, requer considerável esforço intelectual, além de exigir determinadas habilidades que muita gente julga não possuir. Para o pesquisador, para o cientista, o ato de escrever deve constituir-se numa verdadeira oportunidade para o aprimoramento de seu trabalho científico, e num meio de tomar parte ativar no desenvolvimento do país. As afirmativas: “não sei escrever” ou “não estou com tempo para escrever”, são na verdade, reflexo da incompreensão ou da não consideração do ato de redigir como parte integrante do trabalho científico. Não basta escrever, é preciso comunicar. É preciso que você assuma o seu lado de comunicador da ciência. O processo de comunicação pressupõe, no mínimo seis elementos: um emissor, ou codificador, que quer ou deve enviar uma mensagem a um receptor, ou decodificador, que está ou deverá ficar interessado na mensagem. Esta por sua vez se caloca a partir de um código conhecido por ambos, emissor e receptor. Se você utiliza termos que não são do repertório do receptor, ocorrerá um ruído em relação ao código. O uso adequado da língua há de ser uma decorrência natural do desenvolvimento integral da capacidade de comunicar, própria dos seres inteligentes.



As bases da ação.



Ponto de partida: a caracterização do receptor.

A comunicação é um jogo em que ninguém entra sem antes procurar saber quem vai ser o parceiro. É preciso, antes de iniciar a elaboração do texto, tentar definir quem será o leitor.

Quatro perguntas primordiais:

- o que o receptor precisa saber?

- para que o receptor precisa dessas informações?

- Que tipo de conhecimento o receptor já tem a respeito do assunto?

- Qual será a utilização e o alcance do texto?

A adequação do tipo de linguagem e da apresentação gráfica é fundamental para a eficácia comunicativa. Na maioria dos casos os textos técnicos produzidos em empresas e instituições deixam a desejar enquanto veículos de comunicação. Os relatórios técnicos também são veículos de comunicação.

As mensagens transmitidas em relatórios técnicos nem sempre atingem toda a comunidade que delas poderia tirar proveito.



Preparativos para a comunicação eficaz:

O conteúdo deve ser definido em função das necessidades informacionais do receptor.

Reunindo informações.

Definido o escopo do trabalho, é hora de reunir as informações. Michaelson aconselha fazer a redação do texto simultaneamente com o desenvolvimento do trabalho de pesquisa ou engenharia.

Recomendações úteis:

- Não comece um texto sem antes fazer um esboço, mesmo que tenha inicialmente só a função de roteiro e que na hora certa sofrerá modificações.

- Oriente a organização do esboço de acordo com as finalidades para as quais o receptor quer as informações; reserve maior espaço no texto para as informações que ele deverá dar mais valor e apresente-as em lugares de destaque.

- Você não é obrigado a colocar longas informações em seções consagradas, como a introdução ou a conclusão, deixe isso para o corpo, para o desenvolvimento do texto; na abertura ou no fechamento do texto escreva informações relevantes/condensadas para o leitor.



A técnica da linguagem



O autor deve ser o primeiro interessado em que seu texto seja entendido pelo receptor. O leitor, embora não onisciente, é inteligente. O autor deverá definir o grau de tecnicidade da linguagem, seja para o leitor leigo ou o técnico. É importante escolher o estilo em que o texto deve ser escrito, determinar as figuras a serem usadas, decidir sobre a inclusão de tabelas e quadros; indicar o lugar onde serão inseridas as figuras, tabelas e quadros; delimitar as matérias que deverão aparecer em anexos e apêndices; opinar quanto às características gráficas, tais como destaques, ilustrações, disposições da matéria.



A redação do texto



O autor não deve começar já exigindo seu texto total em todos os níveis. O fundamental é dar a partida e vencer a inércia própria ao começo de uma ação de natureza diferente daquela em que se estava engajado.

A primeira versão do texto deve ser vista como um rascunho. Escrever e revisar são tarefas que não devem ser feitas simultaneamente. O texto principal do típico relatório formal se compõe de introdução, corpo do trabalho e parte final.

Para haver comunicação, deve existir um espaço, um vazio, uma lacuna ante o que o emissor tem a dizer e o que o receptor sabe. Ao corpo do trabalho compete tornar realidade as promessas feitas na introdução. A conclusão só pode ser vista como uma fecho natural de um processo que teve determinado desenvolvimento. As tabelas são essenciais quando se quer dar mais clareza as discussões que se respaldam em muitos dados numéricos relacionados a diferentes elementos, itens ou características.



Anexos e apêndices



Segundo a ABNT, em apêndices anexos coloca-se “ao texto de um livro como esclarecimento ou documentação embora não constituiu parte essencial da obra”.



Sumário

O sumário só pode ser feito depois que o texto foi dado como concluído: o esboço serviu para orientar a redação do texto, mas o sumário deve ser tirado do texto pronto, para que haja total coincidência dos títulos e acerto na indicação das páginas onde se encontram as seções e subdivisões.



O resumo



De acordo com a ABNT o resumo é a “apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto” pode se caracterizar como:

- resumo indicativo

- resumo informativo

- resumo informativo/indicativo

O índice consiste numa listagem, por ordem alfabética, seja dos assuntos, seja dos autores, de suas obras, seja de quaisquer outros elementos de uma publicação com a indicação das páginas em que aparecem.



Revisão critica



A revisão do rascunho

O primeiro passo é que se tenha a possibilidade de recorrer a uma ou mais pessoas com as seguintes características:

- conhecimento técnico do assunto igual ou superior ao do autor;

- ótimo conhecimento de língua portuguesa e noções de comunicação

- expectativas em relação ao texto semelhantes ás dos futuros receptores

A busca de informações através da entrevista diretiva, por ser um processo de obtenção e troca de informações entre duas pessoas, a entrevista só terá sucesso se ficar estabelecida uma interação objetiva e positiva entre quem busca e quem fornece a informação.

Os componentes básicos da entrevista são:

- condução da entrevista

- objetivos

- perguntas

- instabilidade situacional

- pontos críticos

- envolvimento do entrevistado



Fases da entrevista



Existem seis fases distintas nas quais o processo de entrevista pode ser dividida:

- planejamento preliminar

- apresentação previa dos tópicos

- motivação do entrevistado

- corpo da entrevista

- sumário das conclusões



Conclusão



Ao analisar os textos de Vera Cristina Feitosa, só temos a concluir que para redação de textos científicos bem como em demais textos, é necessário que o autor esteja inteirado de suas obrigações e deveres como tal, para que possa desenvolver um bom trabalho, sobretudo ciente do seu papel de emissor e que estará fazendo uso da linguagem que por certo deve dominá-la; e ainda, que os recursos por ele desenvolvidos na escrita, devem ter por objetivo atingir o receptor de forma compreensiva, seja ele leitor leigo ou técnico.

Redigir um texto é uma arte, envolta de aventuras que podem ser vividas pelo autor e muitas vezes, principalmente, pelo receptor.

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