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Artigos-->UMA FOLHA EM BRANCO -- 06/01/2005 - 16:25 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


UMA FOLHA EM BRANCO

(Por Domingos Oliveira Medeiros)



A Igreja celebra, neste seis de janeiro, o Dia de Reis; a Epifania do Senhor, vale dizer, a manifestação de Jesus ao mundo inteiro. Dia de Reis, como é sabido, numa alusão aos Magos de Jerusalém; que representam os povos de todas as línguas e nações que seguem o mesmo caminho, indicado por Deus, para adorar Jesus.



“Os reis de Társis e das ilhas trar-lhe-ão presentes. Os reis da Arábia e de Sabá oferecer-lhe-ão os seus dons. Todos os reis o hão de adorar, hão de servi-lo todas as nações”. (Sl 71; Salmo responsorial da missa de 06 de janeiro).



“Ao saírem os Magos de Jerusalém, a estrela que tinham visto no Oriente precedia-os, até que se deteve em cima do lugar onde estava o menino . Ao verem a estrela, eles sentiram uma imensa alegria”. (Evangelho, segundo São Mateus: 2,11).



A Epifania é a festa da fé. Participam desta festa tanto os que chegaram à fé como os que se põem a caminho para alcançá-la. A Epifania recorda-nos que devemos esforçar-nos por todos os meios para que os nossos familiares, amigos e todos os nossos demais semelhantes se aproximem de Jesus, seja através da leitura de um livro de boa doutrina, seja através de boas palavras para que se decidam trilhar pelo caminho indicado por Deus; para que se decidam pela necessária formação espiritual. Todo ano, a bem da verdade, e graças a

Deus, recebemos uma folha em branco. Para os novos tempos que se anunciam. E devemos refletir bastante para que possamos fazer bom uso dos registros de nossas pegadas na folha do tempo; do nosso caminhar rumo ao encontro do Pai.



Para tanto, é preciso alguns cuidados. Cuidados iguais ao que deve ter qualquer escolar. Do ponto de vista da ortografia e da caligrafia, caprichar na letra, evitar a grafia errada dos vocábulos e os garranchos que não podem ser compreendidos pelos nossos semelhantes, dificultando a comunicação; evitar letras grandes, que desperdiçam tempo e que sugere um comportamento egoísta, próprio dos vaidosos; evitar o uso de letras pequenas, nos dois sentidos, ilegíveis e que não dizem nada de construtivo; e que escondem verdades temidas, que devem ser expostas, com a franqueza e a humildade de quem se arrepende e precisa de perdão para continuar sua caminhada; evitar a abreviação de palavras, que pode significar tanto indiferença como a preguiça ou a tibieza, este, um pecado de grande monta.



Do ponto de vista do conteúdo: ser claro, conciso, franco e direto. Evitar a prolixidade e a agressividade. Jamais valer-se da mentira, da distorção, da omissão, da calúnia ou da injúria.



A data de hoje é propícia para que façamos um balanço do ano que passou e fixarmos novas metas para o ano que começou. É boa oportunidade para rever nossos atos. Para pedir e conceder perdão. Pelo que não fizemos, ou pelo que fizemos de errado. Pelos momentos que podíamos ter praticado a tolerância, a caridade, a fraternidade, e não o fizemos. Para agradecermos a Deus por todos os benefícios que nos concedeu, e que nos passou despercebido.



Cada dia é um tempo, uma folha em branco, que Deus nos concede para enchê-lo de amor por Ele, “de caridade para com aqueles que nos rodeiam, de trabalho bem feito, de virtudes e de obras agradáveis aos olhos do Senhor. (...) O tempo de que cada um de nós dispõe é curto, mas suficiente para dizer a Deus que o amamos e para concluir a obra de que o Senhor nos encarregou a cada um. Para isso, São Paulo nos adverte: “Vivei com prudência, não como néscios, mas como sábios, aproveitando bem o tempo, pois em breve vem a noite quando já ninguém pode trabalhar”.



“ Verdadeiramente, é curto o nosso tempo para amar, para dar, para desagravar. Não é justo, portanto, que o malbaratemos nem que atiremos irresponsavelmente este tesouro pela janela fora”. (Bem-aventurado Josemaria Escrivã, em Amigos de Deus).



Não podemos esquecer que somos filhos de Deus. Diz-nos São João: “Deus-Pai, por sua livre vontade predestinou-nos para sermos seus filhos adotivos por Jesus”.



Diz-nos Francisco Fernandez Carvajal, em sua brilhante obra “Falar Com Deus, Volume I, Ed. Quadrante: “A filiação divina é o fundamento seguro da paz e da alegria. Nela, o cristão encontra a proteção de que necessita, o calor paternal e a confiança perante um futuro sempre incerto”.



E continua, mais adiante: “O sentido de nossa filiação divina define e encaminha as nossas atitudes e, portanto, a nossa oração e a maneira de nos comportarmos em todas as circunstâncias. É um modo de ser e um modo de viver. Quando vivemos com sentido de filhos de Deus, aprendemos a tratar os nossos irmãos, os homens sem discriminação. O Senhor veio trazer a paz, a boa nova, a vida, a todos os homens. Não apenas aos ricos, nem apenas aos pobres. Não apenas aos sábios, nem apenas à gente simples. A todos. Aos irmãos que somos, pois somos filhos de um mesmo Pai-Deus. Não existe, pois, senão uma raça: a raça dos filhos de Deus. Não existe mais do que uma cor: a cor dos filhos de Deus. E não existe senão uma língua: essa que, falando ao coração e à cabeça, sem ruído de palavras, nos dá a conhecer Deus e faz com que nos amemos uns aos outros.. (...) Na nossa caminhada para Deus, não pode deixar de haver tempestades, que o Senhor permite para purificar a nossa intenção e para que cresçamos nas virtudes; e é possível que, por repararmos demasiado nos obstáculos, surja no nosso íntimo a falta de esperança ou o cansaço na luta. É o momento de recorrer a Maria, invocando seu nome. Se levantarem os ventos das provações, se tropeçares com os obstáculos da tentação, olha para a estrela, chama por Maria. Se te agitarem as ondas da soberba, da ambição ou da inveja, olha para a estrela, chama por Maria. Se a ira, a avareza ou a impureza arrastarem violentamente a nave da tua alma, olha para Maria. Se, perturbado pela recordação de teus pecados, desorientado com a lealdade da tua consciência, temeroso ante a idéia de Juízo, começares a afundar-te no poço sem fundo da tristeza ou no abismo do desespero, pensa em Maria. Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria”.



Por fim, leva para tua caminhada de reflexão os bons ensinamentos colhidos no seio de tua família. Posto que a família é a forma básica e mais simples da sociedade. É a principal “escola de todas as virtudes sociais”. É a sementeira da vida social, pois é na família que se pratica a obediência, a preocupação pelos outros, o sentido de responsabilidade, a compreensão e a ajuda mútua, a coordenação amorosa entre os diversos modos de ser.



Com efeito, está mais do que comprovado que “a saúde de uma sociedade se mede pela saúde das famílias”. Esta é a razão pela qual os ataques diretos à família são ataques diretos à própria sociedade, cujos resultados negativos não tardam a manifestar-se: a violência, os vícios, a indiferença pelos semelhantes, a descrença e a desesperança e o desamor, para citar apenas alguns dos aspectos negativos Nada mais adequado, nesta hora, portanto, do que rogar aos céus para que Cristo Senhor, Rei do Universo, Rei das famílias, esteja presente, como em Cana, em cada lar cristão, para dar luz, alegria, serenidade e fortaleza. E, de modo especial, pedimos à Sagrada Família por cada um dos membros da nossa família e pelo mais necessitado dentre eles.



Hoje, na grande festa da Epifania do Senhor, devemos refletir, perguntando-nos, no íntimo de nosso coração: “Por que deixo, às vezes, que a minha vida siga luzes obscuras do meu capricho, dos meus temores, do meu comodismo? Por que não me aproximo sempre da luz do Evangelho, que é onde está a minha estrela e meu futuro de felicidade? Por que não dou um passo à frente e abandono minha situação de mediocridade espiritual?



Texto baseado em capítulos do livro FALAR COM DEUS, Volume I, Editora Quadrante, de Francisco Fernandez Carvajal.



06 de janeiro de 2005













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