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Artigos-->EM QUE VERDADE ACREDITAR ? -- 05/01/2005 - 15:52 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


VALEU A PENA LER DE NOVO

(Por Domingos Oliveira Medeiros)



Aceitei o convite implícito do amigo Fernando Zocca, acerca de seu propagado artigo que, entre outros temas - de certa forma correlatos -, aborda a questão do espiritismo e do curandeirismo, no meu modo de ver, de maneira distorcida e preconceituosa.



Sou católico apostólico romano e, nessa condição, não tenho qualquer interesse em defender esta ou aquela religião; muito menos levantar crítica pessoal ao nosso companheiro de letras. Procurarei, apenas, seguindo no rumo sugerido pelo próprio colega, oferecer críticas calcadas na honestidade de propósitos, em busca de maior elucidação dos fatos, objetivando alcançar a verdade verdadeira: que é única e que não tem dono.



Peço desculpas ao nobre companheiro, mas não posso concordar com a pretensão de colocar o Espiritismo como sinônimo de loucura ou que, “esse tipo de filosofia” guardaria estreita relação com sanatórios e doenças mentais.



De outra parte, o amigo foi infeliz ao misturar o charlatão, o falso curandeiro, o que abusa da crença alheia, a troco de dinheiro ou bens materiais, com os adeptos do espiritismo, como Chico Xavier, que dedicou toda a sua vida à caridade, ao bem do próximo; que nos falou de paz, de amor, de fé e de esperança. De bondade, de respeito e de humildade. De amor ao próximo.



Chico Xavier que doava, em vida, todas as receitas provenientes da venda de seus inúmeros livros psicografados, para diversas casas de caridade. E que morreu pobre. Chico Xavier que nos deixou o legado da paz e do amor. Que usou da palavra para confortar, amparar, ajudar e orientar o seu semelhante.



Muitas pessoas obtiveram melhoras em suas vidas. Pessoas cultas, Pessoas nobres, Pessoas ricas. Pessoas simples. Pessoas humildes. A todas elas Chico Xavier atendia com a mesma dedicação. Com o mesmo olhar. Com a luz da fé. Nunca lhe atribuiu poderes especiais. Ao contrário: ele se dizia instrumento do bem.



Quanto aos curandeiros, também não posso concordar com o tratamento generalizado que é dado ao tema. Há coqueiros que dão coco, como na canção de Ari Barroso. E outros coqueiros que dão cocos pequenos; que não são cocos. Tal como certos curandeiros.



Na cultura indígena, o curandeiro sara a parte física, a parte material e orgânica do doente. Seu principal instrumento é a sabedoria, que é dom de Deus, e que se encontra exposta na natureza, em sua rica flora.



É pelo conhecimento das ervas que se fazem os chás e os xaropes que curam. E pelas folhas se fabricam as compressas, que cicatrizam feridas e queimaduras. E pela fé, pelo canto, pela dança, pela louvação ao invisível da floresta, é que se curam os males da mente. Como dizem, aliás, psicólogos, guardadas as devidas proporções e diferenças de ordem tecnológica e cultural.



Não é engodo, portanto, conforme afirma o amigo, que a “ilusão”em nada ajuda na cura da doença. A bem da verdade, a “ilusão”, que eu chamaria de esperança, de fé, de entusiasmo ou de auto-estima, pode mudar, sim, e muito - para melhor -, a cura do paciente. Tanto do ponto de vista mental, como orgânico, físico ou material.



E isto porque a mudança de comportamento, induz à mudança de atitude; que é motivada pela aceitação espontânea de novas crenças e valores; que, uma vez aceitas pelo enfermo, provoca mudanças químicas no organismo, fortalecendo seu sistema imunológico, tornando-o menos vulnerável às infecções e complicações de toda ordem.



Quanto aos males suscitados pelas receitas e cirurgias ávidas pelos curandeiros, e sem pretender estabelecer polêmica em torno do assunto, vale o registro de que, com todo o aparato legal, com toda estrutura organizada de Conselhos e de Associações de profissionais de saúde, com todo e imenso aparato tecnológico de que se valem os médicos, que lhes permitem sofisticados procedimentos e realização de exames responsáveis por diagnósticos precisos, ainda assim, ao contrário do que pensa o nosso amigo Fernando, são incontáveis as mutilações e mortes causadas por erros médicos.



Na área de fármacos, então, nem se fala. O curandeirismo é bem pior. Basta ler a bula. As drogas nunca fazem apenas o bem. Sempre estão sujeitas às reações adversas. Às interações medicamentosas. Às alergias. Sem falar nos remédios falsificados. E sem falar, por fim, nas Clínicas e nos Planos de Saúde que só visam o lucro.



Pelo visto, o amigo Fernando, ,salvo melhor juízo, fez uma certa mistura de temas que, por natureza, são heterogêneos, no sentido de incomparáveis. E valeu-se, repito, de uma certa dose de preconceito. Primeiro, de ordem religiosa, porque todas as crenças e religiões estão acobertadas em nossas Constituição. Segundo, porque não teve o devido cuidado de separar o joio do trigo. Depois, aos olhos de Deus, somos todos irmãos. E todos merecemos a sua misericórdia. E, por fim, a medicina, como de resto todo o conhecimento humano, carece de rigor e exatidão técnica capazes de substituir o muito oque existe de sobrenatural. Há mais coisas entre o céu e a terra do que possa imaginar nossa vã filosofia”, já ensinava o poeta e grande escritor inglês.



Em que verdade devemos acreditar?



05 de janeiro de 2005

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