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Artigos-->Karl Marx e a Política 260402 -- 31/12/2004 - 21:47 (Rodrigo Moreira Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Aluno: Rodrigo Moreira Martins 270803 – UEL



Karl Marx e a Política



Um ser só se considera autônomo, quando é senhor de si mesmo, e só é senhor de si, quando deve a si mesmo seu modo de existência.

Tomamos esta afirmação como proposição para trabalhar com alguns autores que tratam com Karl Marx. Claro, não pretendemos uma reflexão profunda do pensamento marxista e muito menos de sua política impregnada de dialética determinista. Contudo, é necessário atentar que o pensamento de Marx gira em torno de um eixo econômico, logo, sua política está dependente dessa classificação.

É através de um “jogo” dialético que Marx pretende “profetizar” um novo tipo de Estado: o Socialista. Resultado de uma luta de classes utópica. A crítica posterior e a realidade vão demonstrar que suas teses não vingaram, contudo, seu pensamento apresentou à uma humanidade predisposta à uma fuga de responsabilidades sociais, caminhos a ser considerados. Novas perspectivas surgiram de suas idéias materialistas, posteriormente aprofundadas por seus seguidores e críticos.

Vejamos, então, alguns tópicos sobre o desenvolvimento do marxismo, procurando uma aproximação com seu pensamento político.



O Materialismo Histórico



A segunda metade do séc. XIX foi o período de apogeu do Materialismo em todas as suas manifestações: científica, naturalista, monista, evolucionista.

Na mesma época, Marx e Engels formularam o Materialismo Histórico ou Dialético, fundamentados no método hegeliano. Marx se considerava um hegeliano às avessas: “o meu método dialético não difere do método hegeliano somente na base, mas é absolutamente oposto”. Para Hegel a realidade era a idéia (idealismo absoluto), para Marx a realidade passou a ser considerada no plano econômico, enfim, o homem com suas necessidades humanas materiais (materialismo histórico).



“Marx era determinista. Para ele, as idéias do homem, os ideais sociais e outros são determinados por suas circunstancias e, em particular, por sua circunstancias econômicas. As classes trabalhadora e capitalista são inimigas naturais; e dado que só o que existe é a natureza, e sendo o que são as forças econômicas operantes no âmbito das sociedades opostas, nada pode impedi-lo. Aquilo que deve ser nada tem a ver com isso; o que deve ser e o que é são idênticos, e ambos são igualmente determinados pelas mesmas leis históricas necessárias”.



As utopias comunistas, porém, não datam da era contemporânea. Desde a antiguidade notamos as concepções de um estado socialista ideal, como por exemplo a República de Platão, passando depois à Utopia de Tomás Morus, à Cidade do Sol de Campanela, à Nova Atlantis de Bacon e tantos outros.

Todavia, a Marx e Engels devemos a concepção do materialismo histórico de nossos dias, que deveria redundar num estado socialista ideal.p.196



“O termo ‘marxismo’ sempre comportou uma dupla acepção: designava tanto um projeto teórico para a compreensão do mundo social como projeto político para sua mudança. Tradicionalmente, esses objetivos eram pensados como complementares: a teoria marxista deveria orientar a direção, e mesmo, talvez, o conteúdo da teoria marxista. Nesse sentido, historicamente, o marxismo sempre teve uma dimensão ‘emancipatória’. No seu conteúdo, e no seu aparato explicativo, ele tinha como objetivo compreender aspectos da compreensão humana e, teorizando as condições de eliminação dessa opressão, avançar na luta pela liberdade humana.”



O materialismo dialético marxista apresenta a seguinte fórmula: o Capitalismo (tese) gerou o Proletariado (antítese); a luta entre essas duas classes provocará a revolução proletária, da qual surgirá o Socialismo (síntese).

No sistema capitalista atual, o burguês paga ao proletariado um salário suficiente para manter a mão-de-obra, mas o valor do produto do trabalho é maior. Essa diferença ou mais-valia, fica com o burguês, que aumenta gradativamente seu capital. Chegará um dia em que frente ao grupo cada vez menor de capitalistas se levantará a massa imensa dos proletários. Os expropriadores serão expropriados e a hora do proletariado terá chegado. Com isso, estará salva a humanidade e será instaurado o reino do homem.p. 198



“Consoante o socialismo marxista, o ideal, o fim supremo do homem, é imanente e material. E tal felicidade deve ser alcançada pela coletividade humana mediante a organização estatal”.



O marxismo está plenamente convicto de que se pode provocar o progresso social acirrando a luta de classes. Isso explica a violência empregada até nossos dias.



“Foi para o segundo congresso da Liga que Marx e Engels prepararam o célebre Manifesto Comunista. O texto abre-se com uma análise da luta de classes e termina convocando os operários do mundo inteiro à união. Marx estava visando a fins precisos. O movimento comunista apresentava, antes de tudo, um caráter utópico. Reduzidos a uma pobreza crescente, conforme aumentava a riqueza da sociedade, os operários passavam a sonhar com uma sociedade sem classes, em que a abolição da propriedade privada garantiria a todos a satisfação de suas necessidades. Como imprimir a essa força social utópica um cunho científico, capaz de uma crítica teórica efetiva da sociedade capitalista, que redunde num programa político? É nesse sentido que o Manifesto Comunista insiste na necessidade de substituir o programa contra a propriedade privada em geral pelo projeto da apropriação coletiva dos meios de produção, atingindo, pois, pela raiz, tanto o funcionamento do modo de produção capitalista, quanto a fonte da alienação do homem que vive numa sociedade desse tipo”.



O marxismo fixou a atenção no “aspecto econômico” da história, que havia sido muitas vezes olvidado pela historiologia clássica. Acontece, porém, que Marx levado pelo seu doutrinarismo, “exagerou” sua importância. Os fatores econômicos influem na história, mas não são os únicos, e nem sempre são os mais decisivos. P. 199



Concluindo, vemos que o pensamento político de Marx aponta para uma necessidade de reapropriação da consciência alienada pelo jogo de interesses da classe dominante. O dinheiro é o elemento pelo qual se representam as fantasias de todos. Ele é uma representação do sistema de produção para a consciência, fazendo com que a consciência perca sua identidade. A alienação é um poder desumano, opressor e gerador de pobreza de muitos e enriquecimento de alguns, como vimos com WRIGHT.

A política, portanto, se apresenta como forma de governo que pretende beneficiar o sujeito, o individuo. Ela busca resgatar a dignidade do ser humano através da emancipação do indivíduo que adere à luta de classe para que o capitalismo deixe de oprimir o trabalhador com a mais-valia, gerando assim o socialismo, onde as classes desapareceriam, e todos seriam iguais. O pensamento de Marx é uma saída ideal, porém utópica, como a história tem mostrado, além do que pressupõe que há um sentido determinista para a história, mas esse já é um outro assunto.



Referências bibliográficas:



FONTANA, Dino F. – História da Filosofia, Psicologia e Lógica. São Paulo: Saraiva, 1969.

OLSCAMP, Paul J. – Introdução à Filosofia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1980.

PADOVANI, Umberto & CASTAGNOLA, Luis – História da Filosofia. São Paulo: Melhoramentos, 1978.

MARX, Karl – Manuscritos Econômico-Filosóficos e Outros Textos escolhidos. São Paulo: Abril Cultural, 1978. (Coleção Os Pensadores)

WRIGHT, Erik Olin; LEVINE, Andrew; SOBER, Elliott – Reconstruindo o Marxismo: ensaios sobre a explicação e teoria da história. Petrópolis: VOZES, 1993.

MCLELLAN, David – Karl Marx: vida e pensamento. Petrópolis: VOZES, 1990.

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