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Artigos-->Formação para Vida 010402 -- 31/12/2004 - 21:43 (Rodrigo Moreira Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Rodrigo M. Martins



FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura)



Formação para Vida



Num contexto sócio-histórico plural e ideologicamente estriado, temos nossas vidas impulsionadas por altas ondas semânticas; avalanches que fazem da vida algo pequeno – indigno. Refletindo sobre o texto de P. Freire, podemos aprofundar nossos conhecimentos acerca da maneira de formar para vida, uma formação que é autonoma, pois a vida requer autonomia para o crescimento ético universal.

Paulo Freire apresenta três temas básicos para construir a Pedagogia da Autonomia, que leva à formação para vida, são eles: a) não há docência sem discencia; b) ensinar não é transferir conhecimento e; c) ensinar é uma especificidade humana.

Infelizmente não temos espaço para comentar todos os subtópicos do texto em questão, entretanto,, faremos nossa resenha reflexiva levando em conta as ideias centrais de cada capítulo.

Toda reflexão pretende ampliar horizontes e, dependendo da ideologia presente, construir para vida. Necessário é esclarecer que a educação contém ideologias contextuais, das quais fazem parte a formação do professor e a situação vivencial do aprendente. Logo, a reflexão para educar deveria a priori de ideologias. Contudo, não se trata de questões metafísicas, mas sim de vivências: trata-se de educar para vida. Por isso a reflexão tem como referencial ético a vida.

A vida pretende gerar vida a partir da morte. Esta é uma questão de superação, de construção. É a dialética colocada em movimento. A prática da docência não é possível sem entender essa dialética, quem tem como tese a função contextual da formação do ensinador e, como antítese, a questão de que ninguém sabe todas as coisas, nem ao menos tem condição de tratar de todos os assuntos referentes à vida, pois esta é plural. “O educador que escuta, aprende a falar com o aprendente” p. 128. Por isso não há docência sem discencia.

Também é o reconhecimento de uma ética universal que parte primeiramente da pessoa que vai apontar para a formação da vida através de uma pedagogia da autonomia.

Nesta primeira parte, verificamos alguns apontamentos acerca dos pensamentos de Paulo Freire em relação à forma de ensino, para isso, partimos do contexto para uma vida de superação. Agora, refletiremos sobre “a formação docente ao lado da reflexão sobre a pratica educativa-progressiva em favor da autonomia do ser dos educandos, que é a temática central em torno de que gira este texto.” p.14

Diante desta proposição, o autor apresenta seus indicativos para uma construção progressiva da educação. Além de apresentar esta temática central, o autor leva durante todo o texto a questão dos excluídos como ponto de reflexão para uma vida mais humana, que gere educandos para ser gente. Logo, “é preciso formar e não treinar”p.15

A questão da ética universal se apresenta dizendo que “a melhor maneira de por ela lutar é vive-la em nossa prática, é testemunha-la, vivaz, aos educandos em nossas relações com eles” p. 17.

Ainda no primeiro capítulo, vemos que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua produção e construção. Além disso, não significa ser mecanicamente memorizador, mas sim desafiador de novas ideias. P.29.

No mais, o próprio contexto ético universal, leva o educador a apresentar-se como alguém aberto à duvida, ao novo, fazendo com que o educando caminhe junto nesta aventura do saber.

Falando neste momento sobre transferir conhecimento e ensinar algo construtivo em função da vida, temos outro conjunto de caminhos, contudo, ainda com a mesma mentalidade. A ética universal, humildade, e da contextualizaçao verificada a partir dos oprimidos e necessitados. Aqueles que não tem voz ativa mas vivem sem a possibilidade de conhecer, a curiosidade como panheira para a construção da vida autonoma.

Aprofundando-nos um pouco mais, vemos que a educação grita contra um mundo fatalista dos mais abastados, ou seja, é a favor dos oprimidos. A consciência de presença no mundo faz o aprendente refletir e pensar a vida como possibilidade de ser mais e melhor. Não do modo globalizado e ideologicamente egoísta, mas sim conforme a ética universal autonoma.



“Sou professor a favor da decência contra o despudor, a favor da liberdade contra o autoritarismo, da autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a ditadura de direita ou esquerda. Sou a favor da luta constante contra qualquer forma de discriminação, contra a dominação economica dos indivíduos ou das classes sociais. Sou contra a miséria na fartura. Sou a favor da esperança”. P. 115-116



Já a questão da liberdade em relação com a autoridade é apresentada dialeticamente, conforme as contradições que proporcionam uma superação da situação presentes. É a necessidade do limite ser assumidamente ético pela liberdade, tendo a decisão como um processo responsável. P. 118-120.

Ninguém é sujeito da autonomia de ninguém p. 121, ou seja, é vir a ser. Logo, a pedagogia da autonomia tem de estar centrada em experiência estimuladora de decisão e da responsabilidade, vale dizer, em experiência respeitosa da liberdade. P.121.

O contrário disto, é justamente as avalanches que fazem da vida algo indigno, sofrível. Que sustenta a todo custo a globalização, entenda-se todo custo como extorsão dos oprimidos, dos pobres.

Enfim, a educação autonoma deve construir gente que é mais gente. Que sente como gente a gente.

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