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Artigos-->Estética 120902 -- 31/12/2004 - 21:33 (Rodrigo Moreira Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Prof. Weber

Aluno: Rodrigo Moreira Martins – 120902



1- A partir dos textos de Platão estudados, relacione: mímesis, pensamento, tragédia, mito e filosofia.



“O belo é uma bela jovem” 287e Assim Hípias responde a Sócrates a pergunta central do texto do Hípias Maior, contudo as oposições se seguem buscando a “verdade” 288e , que para Platão não está nas cópias, mas no mundo inteligível. Logo, os belos animais, os belos utensílios, assim como as belas virgens perdem de longe para a deusas, que se aproximariam do belo em si.

Da mesma forma relacionam-se o conhecimento e a filosofia, pois Sócrates sempre pressupõe nada saber com intuito de questionar as rasas conclusões de seus interlocutores. Claro que a sofística presente no contexto da época apontava para essa região, e já que a política era dominada por essa classe de pessoas, natural que o grande sábio quisesse ensinar algo a mais para os cegos de sua época. Através da filosofia irônica Sócrates faz pontes, como mostramos acima, entre a mímesis e o conhecimento praticado na época.

O contexto do séc. IV a.C. em que se passam os diálogos está inserido no contexto maior dos mitos, que em muitos momentos se apresentam no teatro, através das tragédias. A sociedade é retratada nos teatros, que também servem para o ensino e aprimoramento dos dogmas da época. Quando a questão da mímesis entra em cena, esse ensino torna-se questionável, pois “a arte imitativa deveria preservar o caráter de cópia de seus produtos, não querer confundi-los com os objetos reais”. Logo, a relação sensível-inteligível apresentada pela filosofia platônica vem causar cisão no pensamento proposto pelos sofistas da época. As tragédias que ensinavam através dos mitos e vivências sociais, e ainda mais, assim como disse “Goethe ao Chanceler von Müller: ‘Todo o trágico se baseia numa contradição inconciliável.’ Tão logo aparece ou se torna possível uma acomodação, desaparece o trágico” , e desaparecendo o trágico perde-se a noção de filosofia, que caracteriza-se pelo não acabamento dos conceitos. É disso que Platão trata através da boca de Sócrates.

Em fim, temos como fio condutor da discussão: a imitação, que para Platão se conota de forma diferente, apontando para uma idéia de perfeição transcendente. Apresenta, assim, um ponto de vista que estava sendo esquecido em sua época: o conceito, que, ontologicamente falando, é impossível de se definir.

Talvez por questões políticas, de poder, ou morais “as doutrinas estéticas de Platão sejam oscilantes entre uma valorização e uma desvalorização da arte”. E, se só se fala de amor àqueles que são iniciados, como falar de filosofia se não se têm a noção clara de sua infinita busca pela verdade? Com isso, encontramos em Platão uma tentativa de valorizar a arte, pois tenta corrigir os desvios de sua época apontando para uma estética ideal.



2- Demonstre a relação entre o pensamento e mímesis, ressaltando os aspectos fundamentais da tragédia, segundo Aristóteles.



Se para Platão a poesia é ficção, para Aristóteles é algo real. Na tragédia o Homem é um ser imitativo, ou seja, “a tragédia é a imitação duma ação completa. Mas também é uma imitação de acidentes, provocando a piedade e o temor”. Por isso a mímesis aqui difere tanto do conceito em Platão, pois requer realidade naquilo que é exposto no teatro. Ensina com finalidade de se encontrar a felicidade, talvez por isso o herói trágico não escolha errar, mas sim devido a um erro de julgamento, um acidente de percurso desencadeará o efeito do trágico



“O objeto da arte não é o que aconteceu uma vez – como é o caso da história -, mas o que por natureza deve, necessária e universalmente, acontecer. Deste seu conteúdo inteligível, universal, depende eficácia a espiritual – pedagógica, purificadora – da arte.”



É também uma relação com o nosso próprio mundo, algo real, da vida, assim como diz Lesky: “Aristóteles reconheceu claramente quando, na Poética (cap. 6), caracterizou a tragédia não como imitação de pessoas, mas de ações e da vida”. Logo, pensamos em algo moral, ético, que visa à educação através de um instrumento que imita algo melhor, mais perfeito, e que por isso mesmo deva ser seguido, imitado assim como se dá.

A concentração dos ensinos que se apresenta nas tragédias remetem aos mitos, com seus heróis que se assemelham aos deuses. Entretanto quando esse mesmo herói entra em conflito com esses deuses, ele é punido. Mas não é uma punição simples, ela é exemplar e de caráter consciente, assim como no Édipo Rei, afinal, foi ele próprio quem retirou os olhos em punição por suas ações, mesmo que inconscientes. Essa ação demonstra um virtuosismo no herói, algo que deveria ser imitado, buscado. Afinal, “é pois a tragédia imitação de uma ação de caráter elevado, completa e de certa extensão, em linguagem ornamentada e com as várias espécies de ornamentos distribuídas pelas diversas partes [do drama], [imitação que se efetua] não por narrativa, mas mediante atores, e que, suscitando o ‘terror e a piedade, tem por efeito a purificação dessas emoções’”.

Se podemos concluir um pensamento em filosofia, diria que o trágico aristotélico aponta para a realidade vivencial do dia-a-dia, com tons de ensino moral nas ações da sociedade, que é ensinada pela imitação do pensamento concreto e corretamente apresentado.

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