Usina de Letras
Usina de Letras
161 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62190 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22534)

Discursos (3238)

Ensaios - (10352)

Erótico (13567)

Frases (50593)

Humor (20028)

Infantil (5426)

Infanto Juvenil (4759)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->SLOTERDIJK 111203 -- 31/12/2004 - 21:24 (Rodrigo Moreira Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Rodrigo Moreira Martins - 111203

Profª. Ana Thereza Dürmaier



SLOTERDIJK, Peter. Regras para o Parque Humano: uma resposta à carta de heidegger sobre o humanismo. Tradução de José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Estação Liberdade, 2000, p. 20-37.



Sloterdijk, em seu prólogo (p. 20-22) apresenta Heidegger respondendo a Jean Beaufret sobre a questão do humanismo, ou seja, faz referência à carta sobre o humanismo que fora anteriomente escrita, apresentando as principais teses e possíveis intenções de seu autor, para depois rechaçá-lo apresentando seus argumentos históricos como refutação.



Para Heidegger deve-se abandonar a palavra humanismo (p. 23), que apresenta os tres remédios na crise européia de 1945 – cristianismo, marxismo e existencialismo (p. 23), fugindo, assim, da questão sobre a essência do ser humano. Heidegger critica a postura metafísica européia de definir o ser humano como animal rationale, e diz que a essência do ser humano jamais pode ser expressa em uma perspectiva zoológica ou biológica. (p. 25).

Afinal, a tese de Heidegger apresentada por Sloterdijk é a seguinte:



No núcleo desse pathos antivitalístico, atua a idéia de que existe entre o homem e o animal não uma diferença de gênero ou de espécie, mas uma diferença ontológica, razão pela qual o primeiro não pode ser concebido sob nenhuma circunstância como uma animal com algum acréscimo cultural ou metafísico. (p.25)



Ora, para heidegger o ser humano é o pastor do ser, e o local em que esse emprego é válido é a clareira, ou o lugar onde o ser surge como aquilo que é. (p. 27)

Mais uma vez vemos Sloterdijk apontar sua munição contra a Heidegger, ele diz: Heidegger eleva o ser ao papel de autor exclusivo de todas as cartas essenciais e nomeia a si mesmo como seu presente relator. Diz ser impossível haver pastores selecionados pelo ser para a transmissão de suas cartas, mesmo porque não há nenhum cânon público dos acenos do ser. (p. 29)

Heidegger apresenta um caminho pedagógico para o ser humano acessar o ser, ou melhor, ser “investido” a ser um partor desse ser, seu caminho é a ascese reflexiva, um intenso exercício ontológico de humildade. O problema é que esse método é chamado por Sloterdijk de anacrônico, e lança sua tese, que é a de fazer uma leitura histórica da clareira extática na qual o homem dá ouvidos às palavras do ser. (p. 32)

São duas histórias:

1) A história natural da serenidade, em virtude da qual o ser humano pôde se tornar o animal aberto e capaz para o mundo;

2) A história social das domesticações, pelas quais os homens originalmente se experimentam como aqueles seres que se reúnem para corresponder ao todo.



Ora, a tese principal de Sloterdijk é que a história real da clareira – da qual deve partir qualquer reflexão aprofundada sobre o ser humano que pretenda ir além do humanismo – consiste portanto de duas narrativas maiores que convergem em uma perspectiva comum, a saber, a explicação de como o animal sapiens se tornou o homem sapiens. (p. 33) Pois o fato de que o homem pôde tornar-se o ser que está no mundo tem raízes na história da espécie. O ser humano poderia até ser definido como a criatura que fracassou em seu ser-animal. Ao fracassar como animal, esse ser indeterminado tomba para fora de seu ambiente e com isso ganha o mundo no sentido ontológico. (P.34)

Enfim, uma última acusação a heidegger, como que um golpe de misericórdia:



Mas a história da clareira não pode ser desenvolvida apenas como narrativa da chagada dos seres humanos às casas da linguagem. Pois assim que os seres humanos falantes começam a viver junto em grupos maiores e se ligam não só às casas da linguagem, mas também a casas construídas, eles ingressam noi campo da força do mido de vida sedentário. Daí em diante, eles estão não apenas resguardados por sua linguagem, mas também domesticados por suas habitações. Erguem-se na clareira – como sua marca mais vistosa – as casas dos homens (com os templos de seus deuses e os palácios de seus senhores). (p.35)

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui