Resumo do Amor Lúbrico – segunda parte –
publicado por inteiro em Erótico.
(Domingos Oliveira Medeiros)
Mas a primeira noite ninguém esquece. Principalmente se ela atendeu às nossas expectativas. Entramos no apartamento. Fechamos as portas e acendemos as luzes; era uma iluminação discreta. Coloquei um CD de nossa preferência. Tiramos o excesso de roupa e ela sentou-se no sofá. Estava um pouco cansada. Eu também. Tínhamos ido dançar e jantar fora. Uma espécie de comemoração. No apartamento eu preparei uma bebida suave, como era de seu gosto, e outra para mim, além de alguns salgados para beliscar. E sentei-me ao seu lado. E ali ficamos desligados do mundo. Conversando. Relembrando fatos. Comentando o baile. Sorrindo e relaxando. A música começava a ser notada, primeiro com mais força, depois foi baixando, e nossa aproximação física foi aumentando. Abraçamo-nos. Trocamos algumas carícias. Mãos entrelaçadas. Vozes baixas, sussurros. Declarações de amor. De felicidade. Promessas. Algumas bobas, outras nem tanto. Seus olhos brilhavam com muita intensidade. E diziam tanta coisa!
Meu coração anunciava um ligeiro aumento de seus batimentos. Ou seria o dela encostado ao meu? Àquela altura resolvemos sentar no tapete. No chão. E voltamos a ouvir a música, que havíamos esquecido de ouvir. E nos beijamos. E nos acariciamos. Várias e várias vezes. Era o prelúdio. A fase mais importante do amor. Aos poucos e aos beijos fomos tirando nossas roupas. Fazia um pouco de calor. E nos levantamos. Fomos dançar. Bem juntinhos. Seu corpo passou refletido no espelho, quase um vulto, na pequena escuridão da sala. Começava a sentir o seu cheiro, depois o meu, e mais tarde era o nosso cheiro que tomava conta do ambiente. Beijos, muitos beijos. Abraços, muitos abraços. Carinhos, muitos carinhos. Sussurros , muitos sussurros. Quase não entendíamos o que dizíamos. Mas sentíamos o que falávamos. Declarações. Sentimentos. Promessas. E fomos para o quarto.
Estávamos completamente nus. As roupas ficaram pelos caminhos. Deitamos. Mais beijos, mais abraços, mais carícias. Eu apertava seu corpo, com suavidade, contra o meu. Ela me puxava contra o seu. Nossas mãos, vez por outra, se encontravam e se apertavam. Falavam, na sua linguagem, o quanto nos queríamos. Notei que ela estava aflita. Uma aflição consentida. E fomos para o ato do coito, propriamente dito. Sempre devagar. Sempre com cuidado. E nos misturamos. Nos entrelaçamos. E ficamos algum tempo parado, depois com viéramos movimentos leves, nova troca de beijos, de carícias, de frases incompletas e, de certa forma, sem sentido, e fomos aumentando nossos movimentos.
Até que ela deu um leve grito e veio um suspiro junto com a frase “eu te amo”, o sinal por mim entendido, que nem sequer cheguei a responder, “eu tam.....’, e terminamos este nosso primeiro encontro. Esta nossa comemoração de um grande amor. E ficamos deitados. Sua cabeça encostada no meu peito. E conversamos muito e baixinho. Sobre tudo. Assuntos que fluíam naturalmente. E sempre tinha alguma coisa em comum com a gente. Enquanto conversávamos, notamos , de repente, que não havia mais ninguém além de nos dois. E não ficamos com medo. Ninguém do lado de fora do apartamento. Ninguém na rua onde morávamos. No bairro todo. Na cidade. No país? No mundo? E rimos bastante de nossas bobagens. E pegamos no sono. Coisas do amor. Do amor lúbrico.