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Artigos-->Trotes universitários -- 28/12/2004 - 18:21 (Érica) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os trotes ou "pegadinhas" ou brincadeiras práticas por cima de calouros universitários ainda é uma epidemia nacional. A grande alegria sentida por ter entrado na faculdade deve ou pode ser celebrada. Mas celebrar através de sadismo é incoerente com uma sociedade que se acha civilizada. Nem os chamados bárbaros, os indígenas, os bugres, fazem malvadeza nas suas passagens cíclicas da vida. Um adolescente entra na puberdade em meio a festanças, concursos e comilanças; uma menina entra na adolescência também com festas, ainda que mais discretas, incluindo-se isolamento nominal por alguns dias. Em todas as sociedades os ritos de passagem são celebrados.



No Brasil, o rito da passagem para a Faculdade é sadisticamente imposto nos "calouros". Poucos diretores no ensino superior conseguiram fazer respeitar a lei que impede agressões físicas nos recém-ingressados na Universidade. Esses que conseguiram, alcançaram o feliz objetivo de fazer com que os estudantes olhassem para outras dimensões da sociedade - a dimensão dos carentes. Então se fizeram postos de doação de sangue, de roupas, de calçados. Vi isto em SP há uns anos atrás. Além daquele momento, não soube que se repetissem estes atos altruístas.



Pelo contrário, continuam cortando ou raspando a cabeleira dos calouros, continuam pintando com tinta indelével o rosto das moças, e continuam, pior que tudo, obrigando os "noviços" a coisas menos inocentes.



Há alguns anos, um rapaz que ingressou na Faculdade foi jogado numa piscina. NInguém sabia que ele era epiléptico. Quando queria sair, tentando dizer que estava passando mal, davam-lhe "caldo", isto é, o obrigavam a voltar para baixo da água. Afogou-se e foi salvo por um milagre - o pai de um dos estudantes estava passando por lá e viu o corpo inerte do rapaz. Pulou na água e o puxou para fora, onde ele terminou de ter o seu ataque de epilepsia. Desde então sua condição piorou. Brincadeiras assim tiveram resultados muito piores.



Uma moça foi enrolada em gaze - devia ter ingressado na Medicina, pelo aparato. Tampouco alguém sabia que ela tinha sido operada e ainda estava em fase de cicatrização. A brincadeira custou-lhe nova operação.



Exemplos extremos? Longe disto. Não é preciso ser epilético nem convalescente para sofrer seqüelas para o resto da vida.



Brincadeira bárbara, ainda que aqueles a quem chamamos bárbaros sequer participam disto - ou sequer sabem que nós, os civilizados, temos tanto gozo em fazer estas brincadeiras. Que não têm a mínima graça para os que são suas vítimas.

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E.E.
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