O Grito do Mestre Egídio
(por Domingos Oliveira Medeiros
O grito vem de longe. De nossas matas. De nossos rios. O grito é do tamanho do volume das águas. Imenso. Altaneiro. O grito sugere um conflito. De interesses, sim. Mas não interesses menores. São interesses grandiosos. Interesses maiores. De um mestre que escreve seus escritos. Pedras preciosas. Pérolas raras. Anos de sentimentos guardados. Dentro de sua bela alma. Que nos apetece e nos acalma.. Versos bonitos. Versos de um soldado. Versos de cabo e sargento. Versos de oficiais superiores. Versos de momento. Versos de todas as patentes e de todas as cores. O grito dos aflitos. O grito dos que amam. Dos que servem ao próximo. Com dignidade. Sem nada pedir em troca. A não ser um pouco de respeito. Que é de direito. O grito da verdade. O grito do mestre Egidio. Que parece ecoar no deserto. No deserto da incerteza. Na areia quente da indiferença. Nem um pequeno oásis à vista. Uma linha sequer, no horizonte. Nada se vê. Todos foram embora. Com medo ou com vergonha. Falta do que dizer. Falta de quê? . Não há resposta. Ninguém por perto. Mas o grito se faz ouvir. Vem de longe. Uma só justificativa que seja. Uma palavra apenas. Para quem já dedicou milhares e milhares de palavras. Todas bem educadas. Sem mágoas, porém indignadas. Ouçamos o cantar do passarinho. Da patativa da Usina. Se permite a correlação. O grito do mestre Egídio assim termina. Dentro de todos nós. Pois é um grito que sai pela garganta. Mas que a todos encanta. Pois é o grito do coração. Atendam o mestre. Que nada mais quer do que servir melhor. De evitar o pior. Para todos nós. O seu silêncio.
