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Cronicas-->Povo Sofrido e Sorridentre -- 15/11/2001 - 13:02 () Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Vània Moreira Diniz

Há muitos anos atrás costumava ir ao Morro Dona Marta no Rio, com as professoras do colégio em que estudava, dar aulas às crianças da minha idade que não puderam ser alfabetizadas. E hoje percorrendo a periferia de Brasília vejo que o quadro é mais devastador: Crianças estão à míngua, pais desesperados, pessoas passando toda a espécie de sofrimento, as doenças diversificadas e cada vez mais devastadoras e a violência que amedronta não só outras regiões, mas principalmente aquela com tanta escassez de recursos.
Creio que há tempos atrás havia mais solidariedade, menos desamor e desesperança e um horizonte que, senão promissor, ostentava pelo menos um futuro com algumas possibilidades.Olhamos as pessoas nas piores situações com indiferença, e parece que a dor, o sofrimento, a miséria, a fome, o desespero são plenamente naturais.
No mundo brutal em que vivemos, onde a segurança saiu de moda, em meio às tristezas que os fatos de hoje causam, o mais aterrador de tudo é a maneira pouco emotiva como encaramos as situações amargas do dia a dia, daqueles que não tem um mínimo de subsistência e também dos que são atacados mais ostensivamente pela violência.
Apreciando o nosso Presidente brilhar seguidamente no exterior admito que ele tenha uma cultura rara e que sua inteligência seja brilhante. Não estamos colocando em dúvida a maneira dele se portar nem a elegància e o carisma que dominam sua personalidade absolutamente encantadora. E também não posso deixar de observar sua atitude de vitória e vaidade, quando a mídia esquecida que nossos problemas são mais urgentes, expõe exclusivamente as qualidades positivas do Presidente. Isso naturalmente acirra sua vaidade instintiva e quase sinto seu júbilo interior.
Eu me pergunto porque o nobre mandatário da nação, não preferiu continuar como Ministro das Relações Exteriores ou se fez diplomata em vez de sociólogo. Teria mais tempo para assumir suas qualidades intelectuais, e certamente suas conferências teriam a luz intensa da notoriedade, cercada de todos os elogios que ele tanto aprecia.
Nesse momento difícil, enquanto a violência faz do mundo um planeta alvo de absoluto barbarismo, e penetramos numa densa massa de ataques de todo o tipo, tão maquiavélicos quanto subjetivos, e por isso mesmo hediondos, o Sr. Presidente continua com a mesma atitude professoral de sempre lecionando suas teorias no exterior , recebendo aplausos e se orgulhando de sua própria figura.
Creio que o desespero se faz presente, quando crianças em número cada vez maior não têm o que comer, quando pessoas são sequestradas e se vêem humilhadas e perdidas, quando outros perdem o emprego sem uma razão coerente, ou quando os funcionários públicos continuam vivendo precariamente sem nenhum aumento há sete anos, embora saibamos que essa economia em nada adiantará para o país. E não adiantará porque há outros tipos de gastos mais onerosos, porém que as autoridades não abrem mão. E como conviver com essa lenta e progressiva agonia? Com esse desrespeito ao ser humano no que há de mais básico e necessário?
Não devemos apenas olhar o horror mundial que nos traz esse virus pavoroso transmitido, até via correio, mas também conclamar, para que nossas autoridades se apiedem inicialmente de um país que está desmoronando, mas que por ingenuidade e extrema generosidade, se mantém fiel às tradições de um povo sofrido e sorridente.
escritora@vaniadiniz.pro.br
www.vaniadiniz.pro.br]



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