ONDE ESTÃO AS MUDANÇAS ?
Filemon F. Martins
Tudo mudou. O mundo mudou. O Brasil também mudou. Houve mudanças no panorama político, nos costumes, nas famílias, na saúde, na cultura, inversão de valores na sociedade, porém uma coisa não mudou: em todo o mundo, entra governo e sai governo e o povo continua “saco de pancada”. No Brasil, o próprio Partido dos Trabalhadores, fundado por um trabalhador e tido por muitos como solução para os problemas brasileiros, chega ao poder e lá se vão as esperanças do povo.
Nada, absolutamente nada do que foi prometido para melhorar a vida do brasileiro, sequer foi tentado. Percebe-se, agora, que tudo não passou de um teatro político bem encenado pelos líderes do partido para obter votos e governar para a elite. Nem mesmo os serviços essenciais, que deveriam ser prestados à população, como saúde, educação, transportes, segurança e manutenção de estradas estão se viabilizando. Sem mencionar a prometida geração de empregos, qualidade de vida, dignidade e melhores condições salariais para o trabalhador. “O espetáculo do crescimento” anunciado com pompas pelo presidente até agora não aconteceu. Onde estão as mudanças ?
Em São Paulo, como em outras cidades brasileiras, nas últimas eleições municipais, o teatro das obras de última hora não funcionou e a prefeita Marta, do PT, não se reelegeu. Em que pese alguns acertos da administração petista, os pontos negativos se sobressaíram, propiciando ao eleitor a oportunidade de se mostrar responsável, coerente e com maturidade na hora do voto. Para o governo federal do PT restam 2 (dois) anos de recuperação, já que os primeiros anos de Lula foram apenas tolerados pelos ricos e detestados pelos trabalhadores em geral, para quem o presidente, em tempos de campanha eleitoral, jurou fidelidade.
É evidente que 2005 será decisivo para as pretensões de reeleição do presidente, que terá a difícil missão de reconquistar o povo, já que a distribuição de verbas e cargos no Congresso Nacional não é suficiente para garantir a satisfação do eleitor, descontente com juros altos, carga tributária elevada, medicamentos a preços altíssimos, imposto de renda cobrado sobre salários, manutenção da CPMF, alimentação caríssima, taxação de inativos, desmatamento de grandes áreas para satisfazer plantadores de soja, em prejuízo do meio ambiente, enquanto a corrupção arraigada pelo Brasil, corrói o dinheiro público.
Nesse contexto, onde o pequeno sempre perde, não obstante a habilidade do presidente em dialogar com o povo, não será tarefa tão fácil reconquistar a confiança do trabalhador, quanto barganhar votos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para aprovação de reformas prejudiciais aos trabalhadores e projetos “sérios”.
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