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Teses_Monologos-->TJN - 004 = A Estúpida Arrogância dos Pequenos Seres -- 05/09/2007 - 19:54 (TERTÚLIA JN) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A ESTÚPIDA ARROGÂNCIA DOS PEQUEMOS SERES

O homem vulgar parece estar “programado” para crer no que vê e no que a sua lógica e razão aceita, o resto é dúbio e místico. Mas no seu subconsciente, ele sente que algo de irreal, ilógico, irracional e espiritual existe. No fundo, ele sente que existe ou pode existir algo que o transcende e que é responsável por tudo o que acontece sem explicação lógica, racional ou científica. Estes sentimentos serão mais fortes quanto mais ele depende dos mistérios que ainda não conseguiu desvendar. Nestas condições, o Homem está predisposto a aceitar uma crença, uma religião com seus rituais e princípios, que o ajude a compreender melhor tais mistérios e dogmas ao mesmo tempo que o moraliza, civiliza e o ensina a viver em sociedade. Assim nascem as religiões. (Mitos e Rituais Cosmogónicos)
Com o avanço da ciência e a urbanização da espécie, a tendência do homo-urbanus tem sido o abandono das práticas religiosas uma vez que, para ele, basta a explicação científica de certos fenómenos para que tudo esteja explicado, deixando de haver razão para acreditar naquilo que se não vê ou não se quer ver.
No entanto, um homem evoluído e inteligente mesmo não acreditando em artifícios religiosos e em ritos disparatados, usa uma postura mais prudente, quanto muito, agnóstica e fica na expectativa de provas mais concludentes pois mesmo com toda a sua sabedoria, continua a sentir-se um ser limitado e, no seu âmago, a acreditar que existe algo que o transcende. Sente-se ainda sem capacidade para compreender os impenetráveis mistérios divinos, o que está para lá da fronteira da sua compreensão. A religiosidade que inspira o desconhecido, continua, como confessou Einstein. (Realidades ou Horizontes Incognoscíveis).
Pelo contrário, uma inteligência medíocre, um homem ainda em processo de desenvolvimento, sem grande poder imaginativo, espanta-se com aquilo que já sabe e desdenha arrogantemente de todas as crendices em que seus antepassados acreditavam porque, no seu entender, não estavam esclarecidos como ele, considerando-os simplesmente gente atrasada e ignorante.
O que acontece é que este tipo de pessoas pensam, erradamente, que já não dependem de deuses para sobreviver (basta vender umas coisas ou o ordenado ao fim do mês) e já encontram explicações científicas para os tais mistérios até aí inexplicáveis. Mas descobrir como o tal Ser que nos transcende faz as coisas, como tudo está sublimemente organizado e como tudo se processa e evolui, não significa que não exista ainda o grande Mistério, algo para lá da fronteira do entendimento humano. Pelo contrário, à medida que vai tendo conhecimentos, mais crente devia ser porque mais razões teriam para isso.
A Ciência vai-nos mostrando a mente de Deus e o Homem ainda nem sequer tem conhecimento da simples organização universal, do universo dos universos, duma teoria unificada. Mesmo as arrojadas teorias de Stephen Hawking, a Teoria das Cordas, pouco desvendaram nesse plano, apenas fenómenos periféricos. (A Teoria dos Patamares Integrados e Transcendentes).
Quanto à obra dos minúsculos seres, atente-se que tudo o que o Homem faz à margem da Natureza, é grosseiro, inerte, desequilibrado, indegradável, conspurca e torna-se no lixo que já não consegue controlar. Reparem na “linha de montagem” da Natureza, onde tudo se processa holisticamente sem esforço, em equilíbrio, esteticamente belo, imensamente perfeito, ciclicamente renovável, com energia própria e sem lixo. Nada se cria tudo se transforma. Só a ignara interferência humana pode desequilibrar e degradar tal processo com efeitos irreparáveis. Já alguma vez se fez artificialmente, com matéria simples, algo com vida própria? Uma simples folha de planta ou um organismo vivo por mais primitivo que seja? Nunca. O artifício que não se renova, que não se assimila e o manuseamento perigoso das leis imutáveis da Criação trarão sempre problemas cada vez mais imponderáveis e a procura constante de energias para fabricar e manter activos os seus produtos, está a levar ao desastre total. (O Aprendiz de Feiticeiro)
Há grandes e inequívocas razões para que o Homem seja mais modesto e prudente, devendo estar ciente das suas limitações e aguardar tranquilamente a chamada Hora da Verdade. Não pode nem deve desdenhar da fé e da crença dos seus semelhantes. Atente-se que muita crença pode vir da ignorância mas a descrença também.
Nada de estúpidas arrogâncias, pequenos e insignificantes seres que poderão desaparecer, de um momento para o outro, com o seu planeta, seu sistema solar e todo o Cosmos já por si perscrutado, que o Universo sem fim e insondável nada sofrerá nem nada se notará nas imensuráveis distâncias que ultrapassam o seu Saber e a sua Razão.

5/06/99
Reinaldo Beça

(reibessa@hotmail.com)

Nota: Entre parêntesis estão obras, do mesmo autor, em preparação.


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