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Artigos-->DEUS EXIXTE. Dizem os Cientistas -- 29/11/2004 - 10:34 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos










O IMPORTANTE É SABER QUE DEUS EXISTE

(Ou, na pior das hipóteses, de que seus ensinamentos são corretos)

(por Domingos Oliveira Medeiros)



“Há mais coisas entre o céu e a terra do que possa sonhar nossa vâ filosofia”. Assim, resumia o grande escritor Shakespeare, na sua famosa obra.



Ainda que possamos estar simplesmente provocando uma grande discussão, penso numa outra possibilidade: a de que sempre existem pessoas com dificuldades existenciais necessitando, provavelmente, de um esclarecimento a mais, de um novo rumo ou de uma nova motivação, que lhe devolva a esperança e, assim, possa encontrar a solução para resolver algum problema de que tenha sido vítima, dentre tantos inerentes à nossa frágil condição humana. Ainda bem que Deus existe.



Diria, preliminarmente, que a maior prova da existência de Deus é, exatamente, a incapacidade do homem de provar sua inexistência. Pelo menos, durante mais de 2.000 anos da Era Cristã, esta verdade tem sido incontestável. E não tem sido por falta de tentativas. Muitos cientistas e pseudos-intelectuais, por mera curiosidade, ou mesmo vaidade ou egoísmo, bem que tentaram. Mas, não obtiveram qualquer êxito.



O escritor Jorge P. Cintra, Doutor em Engenharia e professor de Filosofia da Ciência e da Técnica da USP, em seu livro “Deus e os Cientistas” – Ed. Quadrante, assim se pronuncia: “Segundo o mecanicismo, a pedra filosofal já não necessitaria de ser procurada (...) ela estaria dentro de nós mesmos, representada pela razão e pela ciência. (...) nada ficaria por explicar: era apenas uma questão de tempo. E, com a explicação científica, muito em breve a religião deixaria de existir ou pelo menos deixaria de ser necessária”. É o que supracitado escritor define como “Reducionismo Científico”.



No entanto, enfatiza o escritor mais adiante, que o afã de explicar todas as coisas pela via do “cientificismo”, é uma pretensão que vem se mostrando ao longo de tempo, totalmente descabida. Basta lembrarmos do dia em que o homem, pela primeira vez, pisava a superfície lunar.



Este feito científico, datado de 1969, e visto pela televisão por milhares de pessoas, ao vivo, foi o acontecimento mais importante do século. Falava-se que o feito iria causar profundo desgaste nas convicções religiosas. O tempo passou. E a religião continua, com suas verdades, imutáveis.



A única coisa que ficou comprovada, a partir daquele acontecimento, é que continua a intromissão, ingênua e irresponsável, de amadores e profissionais da ciência, movidos talvez pelo egoísmo e pela vaidade, em campos que lhes são desconhecidos, em especial o da religião, onde tentam descobrir “furos” para que suas teses contrárias à existência de um Ser Superior, possa dar lugar ao espaço pretendido por eles para substituir o próprio Deus.



La Place, por exemplo, “pretendeu atingir uma compreensão total do mundo a partir da simulação do universo, valendo-se de um sistema de equações diferenciais em função do tempo. O conhecimento de um estado inicial (a posição e a velocidade de todas as partículas do universo) e a correspondente solução das equações, teria como conseqüência a possibilidade de prever o futuro e de conhecer o passado com precisão.”



Esta afirmação, mais recentemente, foi levantada por outro cientistas, chamado Henri Poincaré, que modificou o argumento levantado por La Place para incluir o método dos elementos finitos e o cálculo por computador. “Referidas pretensões, como não poderiam deixar de ser, foram consideradas, posteriormente, inconsistentes e improváveis.” Seus autores teriam desconhecidos alguns detalhes importantes: de um lado, as limitações da própria ciência, e de outro, da própria inteligência humana. E, por fim, não menos importante, deixaram de levar em conta “a riqueza, a imensidão e a inesgotabilidade do mundo real”, conforme nos ensina Jorge P. Cintra, em “Deus e os Cientistas”, Ed. Quadrante, página 19.



Já o grande filósofo e matemático Descartes, reconhecidamente um dos grandes nomes da ciência de todos os tempos, tentou extrapolar suas convicções matemáticas para todos os ramos do conhecimento humano, chegando ao cúmulo de pretender realizar racionalmente o grande sonho do mundo antigo e medieval: a fonte da juventude. “Uma medicina matemática” haveria de permitir-nos viver para sempre, coisa que Descartes decerto almejava. “Nem será preciso dizer quem ganhou esta corrida contra o tempo. Descartes, como qualquer mortal, acometido de uma pneumonia aguda, faleceu em fevereiro de 1630.”



Diante da beleza e das maravilhas do universo em que vivemos, todos os homens sonharam, levantaram teses ou simplesmente admiraram ou escreveram sobre ele um punhado de versos, carregados de emoção. E alguns pensaram em dominá-lo, excluindo ou negando a presença ou a existência do Criador.



A mecânica e a astronomia conseguiram fazer muitas descobertas e previsões, descrevendo trajetórias, calculando posições de astros no espaço e explicando fenômenos até então surpreendentes e desconhecidos. Estes fatos, tal como Descartes havia feito com a matemática, levaram alguns cientistas a servir-se das teorias inseridas na mecânica para tentar explicar todos os fenômenos da natureza, chegando a conceber o universo inteiro como sendo um conjunto simplório de máquinas e mecanismos. Era o determinismo universal que negava a liberdade humana e a existência de Deus. La Place foi vigoroso adepto desse tipo de cientificismo. “Decorridos quase trezentos anos, os cálculos astronômicos ainda não explicam perfeitamente sequer o movimento dos planetas.”



O próprio Newton, fundador da Mecânica, reprovava alguns físicos por “excluírem das suas considerações toda a causa que não seja a matéria pesada, ou imaginarem hipóteses (puras elucubrações mentais sem apoio na realidade) para explicar mecanicamente todas as coisas”. Contrariamente aos que pensavam como os mecanicistas, Einstein afirma: “Não há teorias eternas em ciência. Sempre acontece que alguns fatos previstos pela teoria são dasaprovados pela experiência”.



Auguste Comte, depois de rejeitar a teologia e a metafísica, em suas pesquisas, deixou de lado o “porquê” das coisas para ficar somente no “ como”. As leis, e não as causas, seriam a única explicação válida para qualquer fenômeno. Com o passar dos anos, Comte foi se dando conta de que estava redondamente enganado. E passou a percorrer o caminho inverso do que tinha até então pregado em seu positivismo: partindo da ciência, passou pela filosofia para acabar na religião. No fim da vida, Comte sentia-se cada vez mais convencido da “santidade” de sua missão.



A conclusão de tudo isto é a de que “se se rejeitam a filosofia e a religião por não serem suficientemente científicas para explicar a realidade, acaba-se chegando a um mundo estranho, que destrói a própria ciência, substituindo-a por um sucedâneo de tipo filosófico ou pseudo-religioso que, no final das contas, não se justificam por princípios racionais ou científicos.



O autor de “Deus e os Cientistas” nos ensina que “todas as ciências são importantes: todas elas têm um lugar ao sol, e nenhuma pode ter a pretensão exclusivista de considerar-se a mais importante ou de querer impor o seu método às demais”.



Ao longo de nossas vidas, o conhecimento que adquirimos ou vem por meio da experiência direta ou através da confiança na palavra daqueles que nos transmitem as informações, ou seja, através da fé humana. :Para viver, temos que acreditar no que dizem os jornais, os livros, os professores, os cientistas, a televisão, o cinema, etc., naturalmente que para tanto necessitemos, sempre, praticar o exercício do bom senso crítico. O que não podemos, ou não devemos é, a todo tempo, nos colocarmos em posição de desconfiança, posto que, desse modo, não viveríamos. Dizemos isso para lembrar que a fé religiosa é também uma forma de conhecer. Significa acreditar nas verdades reveladas por Deus. Neste sentido, a fé não é uma luz no final do túnel. Nem uma confiança cega. É um meio de acesso a uma série de verdades que dificilmente seriam atingidas por outros meios.



“Contrariamente ao que pensam alguns, a fé não é, portanto, algo puramente subjetivo, emocional ou mesmo irracional, no sentido de ser totalmente absurda e incompreensível”. A fé, é, também, um ato de razão, que reflete e entende o seu conteúdo, “ainda que imperfeitamente, como aliás acontece com muitas verdades naturais”.



E continua o autor do citado livro: “As verdades da fé são supra-racionais, no sentido de que superam a nossa capacidade de compreensão, mas não são irracionais (contrárias à razão). Não existe uma ruptura entre a fé e a razão, mas sim uma harmonia e equilíbrio, como magistralmente o estabeleceu São Tomás de Aquino. A razão, trabalhando sobre as verdades da fé, pode chegar muito longe, como se vê pela evolução e pelo alcance dos diversos ramos da teologia”.



Entretanto, sempre haverá gente disposta a acreditar somente no que vê e no que sente. Sempre haverá, por conseguinte, os que permanecerão adeptos do materialismo. Para estes, vale lembrar que os conceitos de espaço, tempo, matéria, energia e vácuo, segundo o Dr. Jorge P. Cintra, já citado, têm um significado físico diferente dos seus semelhantes em metafísica. Por isso, não faz sentido falar de fenômenos físicos anteriores à criação do universo. Não cabe, portanto, insinuar qualquer elo causal entre a criação do universo e o famoso Big Bang, pois antes desta propalada grande “explosão” , já havia algo, ou seja, justamente aquilo que teria explodido. “O nada metafísico (a ausência de ser) não se confunde com o vácuo da física nem com a ausência da matéria, pois aí continua a existir alguma coisa, pelo menos o espaço físico”.



Outro falso mito é o de que os cientistas não acreditam em Deus. Este mito, além de ser falso, tem como objetivo maior, dar entender que todas as pessoas inteligentes e esclarecidas não aderem às invenções ou fábulas de religiosos. E que, esses gênios, os cientistas, por isso mesmo, já teriam chegado à conclusão inevitável que Deus simplesmente não existe. Uma grande balela, esta sim, de quem não tem argumento convincente para consolidar o seu desejo injustificável da não existência de Deus. Talvez, quem sabe, para evitar um confronto futuro com a verdade verdadeira, com a sua verdade, que é sempre aparente. A verdade que lhe interessa.



Não bastassem todos esses argumentos, arrolamos, em seguida, alguns pronunciamentos de cientistas famosos, de cujas capacidades intelectuais não podemos duvidar, contidos no livro que serviu de base a este nosso pequeno artigo:



1. Isaac Newton (1642-1727) – fundador da física clássica – “A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode”.



2. William Herschel (1738-1822) – astrônomo, descobriu o planeta Urano. “Quanto mais o campo das ciências naturais se dilata, tanto mais numerosas e irrefutáveis se tornam as provas da eterna existência de uma Sabedoria criadora e todo-poderosa”.



3. Alessandro Volta (1745-1827) – físico italiano – descobriu a pilha elétrica. “Submeti a um estudo profundo as verdades fundamentais da fé, e (...) deste modo encontrei eloqüentes testemunhos que tornam a religião acreditável a quem use apenas a sua razão”.



4. André Marie Ampére (1775-1836) – físico e matemático, descobridor da lei da eletrodinâmica – “A mais persuasiva demonstração da existência de Deus depreende-se da evidente harmonia daqueles meios que asseguram a ordem do universo e pelos quais os seres vivos encontram no seu organismo tudo aquilo de que precisam para a sua subsistência, a sua reprodução e o desenvolvimento das suas virtualidades físicas e espirituais” .



5. Jons Jacob Berzelius (1779-1848) – químico sueco, descobridor de vários elementos. “Tudo o que se relaciona com a natureza orgânica revela uma sábia finalidade e apresenta-se como produto de uma Inteligência Superior”.



6. Karl Friedrich Gauss (1777-1855) - astrônomo, físico e, considerado um dos maiores matemáticos de todos os tempos. “Quando tocar a nossa última hora, teremos a indizível alegria de ver Aquele que em nosso trabalho apenas pudemos pressentir”.



7. Agustin-Louis Cauchy (1789-1857) - matemático, desenvolveu o cálculo infinitesimal. “Sou cristão, isto é, creio na divindade de Cristo como Tycho Brahe, Copérnico, Descartes, Newton, Leibniz, Pascal (...), como todos os grandes astrônomos e matemáticos da antigüidade”.



8. James Prescott Joule (1818-1889) – físico – estudioso do calor, do eletromagnetismo e descobridor da lei que leva seu nome. “Nós topamos com uma grande variedade de fenômenos que (...)em linguagem inequívoca falam da sabedoria e da bendita mão do Grande Mestre das obras”.



9. Ernest Werner von Siemens (1816-1892) – engenheiro inventor da eletrotécnica e estudioso de telecomunicações. “Quanto mais fundo penetramos na harmoniosa dinâmica da natureza, tanto mais nos sentimos inspirados a uma atitude de modéstia e humildade; (...) e tanto mais se eleva a nossa admiração pela infinita Sabedoria, que penetra todas as criaturas”.



10. William Thompson Kelvin (1824-1907) – físico, pai da termodinâmica. “Estamos cercados de assombrosos testemunhos de inteligência e benévolo planejamento; eles nos mostram através de toda a natureza a obra de uma vontade livre e ensinam-nos que todos os seres vivos são dependentes de um eterno Criador e Senhor”.



11. Thomas Alva Edison (1847-1931) – inventor com mais de 2000 patentes, entre as quais, a da lâmpada elétrica. “Tenho enorme respeitok e a mais elevada admiração por todos os engenheiros, especialmente pelo maior deles: Deus!”.



12. Guglielmo Marconi (1874-1937) - físico, inventor do telégrafo sem fio, Nobel de 1909. “Declaro com ufania que sou homem de fé. Creio no poder da oração. Creio nisto não só como fiel cristão, mas também como cientista”.



13. John Ambrose Fleming (1849-1945) - físico, descobriu a válvula de diodo. “A grande quantidade de descobertas modernas destruiu por completo o antigo materialismo. O universo apresenta-se hoje ao nosso olhar como um pensamento. Ora, o pensamento supõe a existência de um pensador”.



14. Arthur Eddington (1882-1946) – físico e astrônomo. “A física moderna leva-nos necessariamente a Deus”.



15. Max Plank (1858-1947) – físico alemão, criador da teoria dos quanta. Nobel de 1928. “ara onde quer que se estenda o nosso olhar, em parte alguma vemos contradição entre ciências naturais e religião, antes encontramos plena convergência nos pontos decisivos. Ciências naturais e religião não se excluem mutuamente, como hoje em dia muitos pensam e receiam., mas completam-se e apelam uma para a outra. Para o crente, Deus está no começo; para o físico, Deus estás no ponto de chegada de toda a sua reflexão”.



16. Albert Einstein (1879-1955) – físico, judeu alemão, criador da teoria da relatividade. Nobel de 1921. “Todo o profundo pesquisador da natureza deve conceber uma espécie de sentimento religioso, pois não pode admitir que seja ele o primeiro a perceber os extraordinariamente belos conjuntos de seres que contempla. No universo, imcompreensível como é, manifesta-se uma inteligência superior e ilimitada. A opinião corrente de que sou ateu baseia-se num grande equívoco. Quem a quisesse depreender das minhas teorias científicas, não teria compreendido o meu pensamento”.



17. Werner von Braun (1912-1977) – físico alemão radicado nos EUA. Diretor técnico da NASA, responsável pela colocação do homem na lua. “Não se pode de maneira nenhuma justificar a opinião, de vez em quando formulada, de que na época das viagens espaciais temos conhecimento da natureza tais que já não precisamos de crer em Deus. Somente uma renovada fé em Deus pode provocar a mudança que salve da catástrofe o nosso mundo. Ciência e religião são, pois, irmãs, e não pólos antitéticos”. E: “Quanto mais compreendemos a complexidade da estrutura atômica, a natureza da vida ou o caminho das galáxias, tanto mais encontramos razões novas para nos assombrarmos diante dos esplendores da criação divina”.



Conclusão: “A ciência bem feita conduz a Deus”. A ciência verdadeira, autêntica e livre. A propósito, algumas idéias sobre autenticidade e liberdade, só para concluir nosso tema, baseadas no livro Autenticidade e Cia., de Francisco Faus.



Ser autêntico parece que está na moda. Faça o que fizer, desde que seja autêntico, dizem algumas pessoas. O importante é que esteja de acordo com o que você é, pensa e sente. E Deus, o que pensa disso? O que Ele nos pede é sinceridade. Deus ama a verdade do fundo do coração. De onde brotam nossos pensamentos, nossas intenções e nossas decisões. Deus não gosta é da duplicidade, do fingimento, das segundas intenções, do coração cheio de embuste. Desde o início de sua missão divina aqui na terra, Jesus Cristo proclama que a pureza de coração é imprescindível para ver a Deus.



Aparentemente, o que Cristo prega está em plena sintonia com o que todos nós pensamos. Se é verdade o que só tem valor o que é sincero, o que sai de dentro do coração, por outro lado, não podemos nos esquecer que o nosso coração, nem sempre, ,é totalmente puro. Muito ao contrário, está cheio de coisas imperfeitas e impuras. Isto significa dizer, num primeiro momento, que o que nos sai do coração só indica o que há dentro do coração, seja bom ou mau. “Toda árvore boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos.” (Mt 7,17). Com isso, Cristo quis dizer que o que sai do coração, em si, não tem a garantia da bondade ou da autenticidade. Do coração, também, provém as coisas ruins. Na verdade, quando se fala hoje de autenticidade, na maioria das vezes está-se confundindo com outra coisa: a espontaneidade.



Assim, muitos confundem suas idéias. É verdade que nada é mais espontâneo do que nossos desejos. Assim quando confundimos espontaneidade como autenticidade, somos obrigados a pensar que uma atitude autêntica seria a de seguir nossos desejos. Seja autêntico, dizem alguns. Se tem vontade de beber, beba. De largar a família, largue. De fazer sexo, faça. Siga as asas dos seus desejos. Seja autêntico.



Mas não é bem assim. Autêntico é uma palavra classificada como adjetivo, e não um substantivo. Não há, portanto, ninguém que seja autêntico, e mais nada. Só autêntico. Um adjetivo isolado não tem sentido. Fica faltando o substantivo. Você quer ser autêntico em quê ? Quando Cristo , ao ver Natanael que se aproximava cheio de alegria, exclamou: “Eis um verdadeiro israelita, em que não há falsidade.” Neste exemplo, o fato de estarmos diante de um homem de verdade, pode-se aplicar, com justiça, o termo autêntico. A autenticidade, portanto, guarda elo causal com a verdade, com a justiça, com as coisas boas e retas.



Por isso, para ser coerente consigo mesmo, para ser um autêntico homem, deve, o ser humano, esforçar-se para entender o sentido da vida. Orientar suas vida consciente e livremente, pelos rumos que a razão lhe indica. Justamente por termos uma inteligência e uma vontade livre, somos os responsáveis pela nossa vida. Que fazemos dela? Que faremos dela?



Amamos a autenticidade, mas às vezes a entendemos erradamente. Confundindo-a com espontaneidade. Do mesmo modo, amamos a liberdade, sem entendê-la muito bem. A liberdade não seria, como tantos pensam, ou seja, poder fazer o que quer, sem imposições, com a autenticidade que julgam possuir. Não estar tolhido pelos outros. Será?



E você visse na rua um homem batendo com uma pedra na cabeça de uma criança e atirando pedras nas vidraças das casas, você poderia dizer que ^se trata de um homem livre, porque está fazendo o que quer? Claro que não. Trata-se de um louco. “A liberdade é o poder, baseado na razão e na vontade, de agir ou não agir, de fazer isto ou aquilo, portanto de praticar atos deliberados”, diz o Catecismo da Igreja Católica.



O exemplo acima trata de uma falsa liberdade. A liberdade de destruição. A liberdade orientada para o mal. A liberdade de quem usa a ciência atômica para o mal. E assim por diante.



Ademais, não existe verdadeira liberdade sem um fim. A finalidade, em função da qual queremos ser livres, é o indicador da categoria e da autenticidade da nossa liberdade.

Mas isso já é um outro assunto.



Domingos Oliveira Medeiros

Reproduzido (a pedidos)



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