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Artigos-->AS RELIGIÕES E O ESTADO DE LOUCURA -- 22/11/2004 - 13:03 (Lauro Denis) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos






A PRÁTICA EXACERBADA DAS RELIGIÕES E O ESTADO DE LOUCURA







Existiria uma relação direta entre uma religião e a loucura ? Por praticarem cultos da igreja Católica, participarem de sessões na Igreja Universal ou presenciarem e se envolverem em fenômenos mediúnicos em Sociedades Espíritas, uma pessoa estaria mais propensa à insanidade mental ?



Segundo o “honesto e infalível” Padre Quevedo, a resposta seria “sim”. Embora todos saibam que, tudo o que ele escreve, no fundo, tem um único objetivo : Atacar a Doutrina Espírita, mesmo que isso exija desvirtuamento da verdade e que as atitudes não sejam pautadas pela retidão de caráter. E ele ataca tanto em nível teórico quanto em dimensão prática. Senão vejamos um pouco mais do que consta da página 120 da brochura pretensamente didática, escrita por ele : “O QUE É A PARAPSICOLOGIA” :



“O Doutor A. C. Pacheco Silva, que foi diretor do Hospício Juqueri em São Paulo, de 1923 a 1936, declarou : “Em nenhum país do mundo, talvez, a influência nefasta do espiritismo se exerça com tanta intensidade sobre a saúde mental do povo... No exercício de mais de vinte anos de clínica psiquiátrica em nosso meio, temos observado um sem-número de débeis mentais, sugestionáveis e crédulos, incapazes de um juízo crítico severo, apresentarem surtos delirantes após presenciarem sessões espíritas ou delas participarem”.





FLAGRANTE MENTIRA ! Pois embora esse Livro do Quevedo tenha sido escrito no final da década de 70, já havia dados mais atualizados que ele possivelmente analisou, mas por conveniência, ignorou !





O que os pesquisadores das Ciências Psíquicas pensam hoje é muito diferente do que pensavam em 1923. E o mesmo acontece com os médicos. Aliás, mesmo no passado, opiniões tolas como a do Dr. Pacheco e Silva, diretor do hospital de loucos, também de triste memória, foram pulverizadas de modo arrasador !!! Para não ir longe como o padre Quevedo, e acabar cansando os leitores que nos acompanham, aqui nos limitamos a transcrever, em torno do assunto, breve trecho do Livro "ESPIRITISMO E LOUCURA", do Dr. Carlos Imbassahy ( pagina 16, Editora, São Paulo, 1949 ) :





“Em uma estatística publicada pelo Journal of the A.S.P.R - American Society for Psychical Research, 1922 ( portanto contemporânea dos dados levantados por Quevedo ), extraída dos arquivos daquela Instituição, numa terra, onde se diz, há maior número de Espíritas de todo o mundo ( Brasil ), viu-se que em 100.000 loucos, de todos os tipos, nenhum foi classificado como louco espírita.





Além disso, em monografia publicada por G. Gobron, intitulada – L’Enquête du Sunday Graphic, pergunta Ele :



“As práticas mediúnicas arrastariam à loucura ? E responde, baseado no resultado da enquete :



"Nada mais fantasioso !!! A mediunidade praticada com discrição, conhecimento e humildade é, ao contrário, benéfica !"



"...a percentagem de loucura entre os espíritas é inferior a das demais religiões e é a metade do desequilíbrio mental que, infelizmente, existe entre os sacerdotes e fiéis das igrejas católicas e protestantes,
fato esse demonstrado pelas mais recentes estatísticas ".





Com tudo o que foi dito acima e sem possuir o poder de ofertas gratuitas, oferecemos ao Padre Quevedo apenas um conselho, de graça :





- Cuidado, reverendo ! Porque senão quem terminará no Juquery, não seremos nós ...





Fonte : Livro de Nazareno Tourinho, “Padre Quevedo – De acusador anti-Espírita a culpado”.







* * * * * * *







Por outro lado, ao número das causas de loucura, é preciso ainda acrescentar o medo. E o medo do “demônio” tem desequilibrado, sobremaneira, vários cérebros.



Por acaso, saberia alguém dizer o número de vítimas que se fez, amedrontando-se mentes fracas com essa ameaça do “tinhoso” pintado com detalhes hediondos ? O diabo, diz-se, não assustaria senão as crianças e é um freio para torná-las sábias; sim, como o bicho papão e o lobisomem, e quando elas não têm mais medo, sentem-se enganadas e isso em nada contribui para o seu desenvolvimento moral.



E, para esse “belo” resultado, não se conta o número de epilepsias causadas pela comoção de um cérebro delicado e ameaçado pela capa do demônio e suas possessões, o qual é uma carta na manga das religiões católicas e principalmente evangélicas, carta essa sempre usada para amedrontar seus ingênuos fiéis, com espetáculos deprimentes de pessoas subjulgadas e humilhadas nos palcos das igrejas, por supostos representantes da Palavra de Deus ...





E se quiséssemos relacionar religião e loucura, o estudo da história nos daria subsídios interessantes. Nenhuma mente sã e saudável poderia ter empreendido as guerras religiosas sangrentas e cruzadas da Igreja católica, onde os conquistados foram sacrificados, homens, mulheres, e crianças, até mesmo os recém nascidos foram simplesmente mortos à espada porque eles eram "infiéis" ou "hereges". Os calabouços e câmaras de tortura da “Santa” Inquisição não poderiam ter sido dirigidos por mentes sãs e saudáveis.



E foi uma mente religiosa e louca que amarraria uma mulher a uma estaca, com uma pilha de madeira ao seu redor, queimando-a viva pelo crime de ouvir vozes que a levaram a defender seu País dos invasores.







* * * * * * * * *







Sobre outro prisma, podemos inferir que, a posição da comunidade médica brasileira sobre o Espiritismo, parecia acompanhar os acontecimentos históricos e políticos relacionados a essa Religião no Brasil. A perseguição feita aos Espíritas durante governo do Presidente Getúlio Vargas, parece ter influenciado a posição da comunidade médica, na época, o que a tornou francamente avessa ao Espiritismo ( Do contrário, seria tachada de subversiva ).



Face à pressão exercida pela ditadura de Getúlio Vargas, durante as décadas de 1920 e 1930, a Liga de Higiene Mental passou a consider o Espiritismo como um problema de saúde psíquica ( Costa, Jurandir Freire. 1976. História da Psiquiatria no Brasil. Rio de Janeiro. Documentário ). O Dr. Murillo de Campos e o Dr. Antônio Xavier de Oliveira, médicos que integravam a liga, escreveram sobre o Espiritismo e outras religiões mediúnicas como um problema social ( Ribeiro, L. e Campos, M. 1931. O Espiritismo no Brasil. Contribuição ao Seu Estudo Clínico e Médico-Legal. São Paulo. Editora Nacional ). Durante esse período, muitas Sociedades Espíritas foram fechadas ( Hess, D. 1991. Spiritists and Scientists. Ideology, Spiritism, and Brazilian Culture. Pennsylvania: The Pennsylvania State University Press ).





Porém, hoje libertos da ditadura de tristes épocas e do autoritarismo que impunha as suas “verdades” e as legitimavam à base de decretos inquestionáveis, analisamos a questão com mais autonomia, tranquilidade e com extrema facilidade podemos dizer que o Espiritismo, didaticamente aplicado, não tem nenhuma influência sobre o estado mental das pessoas.



E Iremos mais longe : A Doutrina Espírita, se bem compreendida, preserva o indivíduo contra a loucura e o suicídio !






Entre as causas mais freqüentes de superexcitação cerebral, é preciso contar as decepções, os desgostos, as afeições contrariadas, que frequentemente levam ao estado de depressão, a qual contribui com as causas mais freqüentes de suicídios. Ora, o verdadeiro Espírita vê as coisas deste mundo de um ponto de vista mais abrangente, e as tribulações não são para ele senão os incidentes desagradáveis de uma viagem.





Aquilo que produziria uma emoção violenta aos descrentes da reencarnação, aos Espíritas afetaria levemente. Os seguidores do Espiritismo sabem, aliás, que os sofrimentos da vida são provas que servem para os seus adiantamentos, porque serão recompensados de acordo com a coragem com a qual as tiver suportado. Suas convicções lhes dão, pois, uma resignação que os preservam do desespero, e, por conseguinte, de uma causa permanente de loucura e de suicídio.



Além disso, os Kardecistas sabem, pelo que se vê nas comunicações com os Espíritos, da sorte deplorável daqueles que abreviam voluntariamente seus dias, e esse quadro basta para fazê-los refletir. Por isso é considerável o número daqueles que se detiveram diante da possibilidade do suicídio, fazendo-os pensarem duas, três, mil vezes antes de cometer tal desatino. Eis aí um dos resultados do Espiritismo relacionados à saúde mental dos indivíduos.









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