Usina de Letras
Usina de Letras
186 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62270 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10450)

Cronicas (22539)

Discursos (3239)

Ensaios - (10381)

Erótico (13573)

Frases (50661)

Humor (20039)

Infantil (5450)

Infanto Juvenil (4778)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140816)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6204)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Oitava Camoniana - Zéferro x Valdez -- 21/11/2004 - 22:23 (J Ferreira (ZÉFERRO)) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Zéferro

oh poetas tangei as vossas liras,

pra cantar os sentires que guardais,

não deixai que somente a dor vos fira,

emiti vossos cantos e os ais!

pois poeta é aquele que retira

luz do verbo, sentir chulo, jamais!

vamos todos erguer a nossa voz,

vamos todos da deusa Erato em pós!



valdez

Meu querido Ferrim, homem sem pêta,

Se abraçais, com fervor, tal incumbência,

É mister que esqueçais dessa marreta,

Ponteando na lira com decência...

Versejando, capricheis na etiqueta,

Fazei versos viris, com competência.

Nossas musas, vereis, aplaudirão,

Se tocais nessa lira com paixão!



zéferro

eia! grande momento de alegria!

nosso mestre adentra esta liça

ponteando saber e poesia

com a sua linguagem mais castiça,

e jamais usarei algaravia

pra terçar com tão sobre senhoria!

vejam todos, poetas do Ateneu,

eis que troa a voz de Prometeu!



valdez

Prometeu, criador de nós, humanos,

Foi por Zeus firmemente acorrentado.

Num rochedo ficou trinta mil anos,

O seu fígado às águias ofertado.

Se não queres prover tais desenganos,

Bem melhor me farias se, calado,

Contivesses, ao largo, o pensamento,

Me poupando, de pronto, o sofrimento.



zéferro

eu não quis referir ao seu castigo,

mas ao bravo que ousou roubar o fogo,

arrostando a ira e o perigo

sem cuidar que sua vida estava em jogo!

é assim o poeta, inimigo

dos que tudo açambarcam com malogro;

se a voz do poeta troa alto,

a bravura que mostra eu exalto!



valdez

Prometeu já de Hefesto há furtado

Muito fogo pra dar aos vis mortais.

Das sequelas não viu, mal informado;

Fez do mundo um curral para animais:

Deu-lhes fogo de amor, incontrolado;

Deu-lhes fogo pras guerras mais brutais.

No meu peito convivem dois teimosos:

O guerreiro e o poeta valorosos.





zéferro

mas em tudo fez Deus com perfeição:

se no Homem deixou criar-se a fera,

também deu-lhe um doce coração,

que mil versos de amor à musa gera

e o redimem dos crimes co a paixão,

viva ele em palácio ou tapera!

no poeta Deus fez o equilíbrio,

e a Fera rendeu-se ao Seu Princípio



valdez

No princípio Jeová fez a bebida,

Fez o vinho vertendo dos vinhedos;

E num porre feliz compôs a vida:

Um macaco boçal fez de levedos.

Mas, sentindo sua obra indefinida,

Fez Pandora, senhora dos segredos.

E, cansado, esquivou-se da empreitada...

Desde então, que saiba, fez mais nada!



zéferro

e não era preciso mais fazer,

pois a musa já dera ao poeta;

o que mais ias tu inda querer

se a terra do belo era completa,

da mulher, para nos enlouquecer?

Erato de poesia a fez repleta!

hoje o canto podemos entoar,

pois a deusa nós temos pr adorar!



valdez

Um facheiro de luz rompendo os ares

Resplandece nas vestes celestinas:

São meus versos brilhando quais quasares,

Minhas rimas estrelas vespertinas;

Os meus cantos, em tudo, singulares

Sobrelevam potências masculinas.

Tudo em mim se queimando em fogo imenso,

Tudo em mim desejando ser intenso.



zéferro

meteoro rasgando com sua luz,

pelos céus estrelados da poesia,

quero ser só o bardo que traduz

o amor com a minha melodia,

e em braços macíos, minha cruz,

quero ter meu castigo noite e dia,

pois eu sou o poeta que bem quer

minha vida doar pr uma mulher!



valdez

À mulher concedemos nossas vidas,

Desde tempos perdidos no passado;

Todas elas são minhas preferidas,

Sem nenhum pontifício recusado.

Mas, se queres privar das pretendidas,

Que os pudores se tenham conservado.

Os pudores no amor são prazenteiros,

Se cuidares gozá-los verdadeiros!



zéferro

eu as amo assim, na plenitude,

e as quero sem ver raça nem cor,

os pudores a que o mestre alude

pra gozá-los enfrento qualquer dor,

entoando mil loas co alaúde,

sem ser rude tal qual Admastor!

pra mulher eu empunho minha tocha

mas não quero findar feito uma rocha!

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui