Eu, em mim.
Há flores nos olhos das mulheres
Que não amei...
Há ruídos, passos perdidos, nos caminhos
Que não andei...
Há contas, entre os dedos, dos terços
Que ainda não rezei.
Há absolvições em culpas
Que ainda não perdoei...
Há traços, em descompassos, nos versos
Que ainda não terminei
Há rimas, famintas, engasgadas
No poeta que nunca serei...
Há dias inteiros, atrás da cortina
Que jamais abrirei.
E assim, em silêncio, me esqueço e brindo a vida
Que jamais terei...
Tonho França.
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