Distante, bem distante, se aproximando do horizonte,
se destaca uma pequena ilha, quase uma ilhota, apenas
menor, denominada “Areia Vermelha”. De trinta em
trinta minutos, pequenos barcos levam turistas para
visitá-la. Fui convidado mais a vaidade fez-me recusar
a oferta. Vaidade, porque queria exibir o meu lado
atlético: Nadar esses dez quilômetros que distancia
à praia da Areia Vermelha. Um bom percurso se
levarmos em consideração as ondas. Mais uma cerveja
bem gelada e estava pronto. Pulei nas águas frias e
esverdeadas e comecei a nadar. Os primeiros trinta
minutos foram uma maravilha apenas uma ligeira câimbra,
que paralisou momentaneamente uma das pernas,
devido à temperatura da água. Depois, por mais dez
minutos, tudo transcorreu bem. Mais após, o atleta já
começou a beber água. E a água era salgada e não mais
azul . E pior, faltavam mais de dois terços da distância.
O poeta atlético resolveu se concentrar na poesia e
se esquecer de que estava em alto mar. Foram centenas
de poesias gravadas mentalmente. E já à distância de
dez metros da ilha, os seus olhos avermelhados vislumbrava
um quilometro. Mas conseguiu. Mas também conseguiu
regressar de barco. Praia do poço, tentação divina, não
me incentive mais a nadar. Deixe-me sentado à uma
mesa sorvendo a cervejinha gelada, apreciando a
paisagem presente.
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