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Artigos-->A TELEVISÃO NOS PERSEGUE -- 15/11/2004 - 23:16 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A TEVÊ NOS PERSEGUE



Francisco Miguel de Moura*





A televisão nos persegue. Mas que fazer, se todos estão vendo televisão? É a novela, o futebol, o Faustão, o Gugu, o Ratinho, a Xuxa, os chatinhos desenhos animados e a chatérrima propaganda eleitoral.

Ainda sou quase infenso a ela. No meio da novela vou ler a tarefa de casa de minha filha de dez anos. Sobre televisão. Felizmente, um texto muito bem preparado, o seu colégio atirou bem na mosca. Título do texto: O que se passa na cabeça de uma garotinha que quer trocar sua mãe pela Xuxa? Tirado da revista VEJA, de 21 de maio de 1997, assinado por Eugênio Bucci. Há uns poucos anos, diz o texto, num debate sobre o poder da televisão numa biblioteca pública da periferia paulistana, um cavalheiro da platéia pediu a palavra e deu seu depoimento. A filha de cinco anos de idade, depois de repreendida pela mãe, reagiu gritando:

“Não sou mais sua filha. Agora eu sou filha da Xuxa”.

A pergunta “o que se passa na cabeça de uma garotinha que quer trocar sua mãe pela Xuxa” devia ser feita à própria criança, que é a pessoa mais interessada. Não à mãe, não ao pai. Não ao programa de tevê.

Por esse episódio corriqueiro para quem observa a tevê e os telespectadores, o que falta na educação das crianças é um diálogo bem conduzido, fora do espaço da tevê. Ou seja, análise crítica do que acontece na vida de uma criança: – a televisão uma dessas coisas. Ela está presente durante três a seis horas de cada dia de uma criança, na melhor das hipóteses. Quando os pais trabalham, que é o que acontece geralmente, aí terão o máximo de tempo. As crianças ficam entregues a empregadas, a tevê aberta, para que vejam e ouçam as baboseiras que a mídia quer impingir, sem nenhum critério.

Proibir por proibir complica. O que pode resolver é vigiar, assistir com elas, criticamente, aos seus programas, tentar desviá-las para os menos ruins. Mas para que ensinemos os nossos filhos a terem um olhar crítico sobre a televisão, é preciso que primeiramente nós o tenhamos. Fazer a distinção entre o que é virtual e o que é real. Televisão não é a vida real, é a vida imaginada. Aquilo tudo são histórias inventadas, artistas inventados, mulheres produzidas, coisas para que a imaginação possa divertir-se, não para acreditar como se fosse o mundo verdadeiro. Os heróis da tevê têm por base os heróis da vida real, mas não são eles. Os da tevê são criados, são simulacros.

Seria uma grande diversão, um ótimo meio de comunicação, não fossem esses percalços. E eles têm que ser minimizados. Depende do cidadão, da cidadã apertarem o cerco junto às autoridades, aos legisladores, para que estabeleçam programas e horários condizentes com o desenvolvimento emocional e educacional das crianças. Que a tevê faça uma varredura total na linguagem que utiliza diariamente – cheia de vícios e cacoetes – substituindo-a por uma forma de comunicação asseada, digna de gente civilizada e que ama sua pátria. E vigiar os falsos artistas que aparecem na mídia como deuses e donos da verdade, e criticar a mídia em sua ganância por audiência, em sua falta de ética mercadológica.

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