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Poesias-->ASTROLÁBIO -- 09/03/2002 - 18:58 (Ricardo França de Gusmão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ASTROLÁBIO



Não sou teu

Não sou meu

Não sou de Deus

Nem do diabo.

Sou da terra,

Sou do chão

Aonde nasce a plantação,

Onde morro,

Onde nasço.



Não existe beijo sozinho,

A matemática do beijo

Exige carinho, gracejo,

E, também, de outros lábios.

E quando um de nós partir

Não dará para ver, para perseguir,

Os nossos beijos,

Pelos astrolábios.



Ficar para sempre

eternamente

Não pode ser

Tenho que ir simplesmente

Até mais ver

Um dia eu não volto

Inexplicavelmente,

E a lembrança morrerá

Naqueles que lembraram

Da gente.



A notícia não me comunicará

Ninguém saberá

Não interessará a ninguém

A palavra estará morta

E a poesia inútil

Depois da vida a morte é a rota

Torta e fútil.



Não me cabe explicar

Não te cabe entender

O que somos quando somados

E o que deixamos de ser

Quando estamos descopulados

E, subtraídos, de nós menos um,

Deixamos de acontecer.



A lição não está no livro

Não está escrito

O que devo

Nesse mundo

Não está fixo

O meu espaço

E no chão ficou o laço

Do presente que te dei.



Adeus: desafio à permanência.

Saudade: paciência.

Na nossa ausência

A ciência fará um clone

Para o nosso nome

Mas na carne que virá

Nela não estarei

E você, nela não estará.



Mas o beijo

Momento único,

Toque edificado,

Parcela magnífica

Da soma dos nossos lábios,

O beijo

De cromossomo indecifrável

O beijo anticlone

O beijo com o nosso sobrenome

Estará fincado,

Como bandeira,

Como pecado,

Na região indevassável

Do desejo que morreu.

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