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Discursos-->Entrevista de FHC -- 20/08/2007 - 17:49 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Pinçado da entrevista de FHC (from Brown University/Rhode Island), publicada na Revista Piauí


"Em que momento nos sentimos uma coisa só, uma Nação ? Talvez só no futebol. A parada de 7 de setembro é uma palhaçada".

"Quais são as instituições que dão coesão a uma sociedade? Família, religião, partidos, escola. No Brasil, tudo isso fracassou. Na América Latina, em certos lugares, 50% das crianças não têm pai"...

"Se é para falar de mim mesmo, é fácil. É uma das coisas que mais gosto de fazer... Acontece que nunca fui um idealista, no sentido de utópico. Sou um realista, sei até onde é possível ir. Há um momento em que a realidade se impõe. Sou um pragmático"...

"Firmei um contrato de 5 anos com a Universidade Brown (aqui no minúsculo Estado de Rhode Island, Estados Unidos). Eles me pagam um dinheirão, 70 mil dólares por ano, com a obrigação de eu passar no mínimo quatro semanas aqui. Antes, recebi um convite de Harvard, não aceitei. Brown me pagava o dobro. A Ruth ficou indignada: "Mas
é Harvard!"

"A esta altura do campeonato, eu não preciso de glórias, preciso é de dinheiro".

"Queriam que concorresse ao governo de São Paulo. Eu disse: aí eu ganho, no dia seguinte tem rebelião em presídio e prefeito querendo encontro. O Senado é igual. Aquela convivência é muito desinteressante. Chega!"

"No meu governo, universalizamos a escola. Mas, pra quê ? O que se ensina ali é um desastre. A única coisa que organiza o Brasil hoje é o mercado e isso é dramático. O neoliberalismo venceu. Ao contrário do que pensam, contra a minha vontade".

"Sou cartesiano, com um pouco de candomblé. Porque, no Brasil, sendo só cartesiano não se vai longe. Já o Lula é o Macunaíma, o brasileiro sem caráter, que se acomoda".

"Não acredito que o Lula tenha práticas de enriquecimento pessoal. O que há é que ele é um pouco leniente. O partido ajuda daqui, ajuda dali, ele vai deixando, acha normal. No fundo, não há nada de muito grave nisso. Mas era melhor dizer: - Fulano me ajudou a comprar o apartamento, o partido me deu tal dinheiro. Lula não pensa em dinheiro. Gosta do poder e da vida boa".

"José Dirceu é outra coisa. É o Putin que fracassou".

"Os militares fizeram coisas bem-feitas. De certa maneira, construíram um Estado. Telecomunicações é coisa deles. Collor, este sim, seguiu uma receita neoliberal burra e destruiu o Estado".

"Mas, antes dele, quem realmente desmanchou a máquina do Estado fomos nós da oposição, o PMDB, o governo Sarney. Foi quando começou o loteamento dos cargos. Todo mundo querendo uma fatia, uma sede tremenda e o Sarney entregando. Tudo foi trocado contra favores. Uma vergonha".

"O regime militar tinha ocupado as empresas estatais, militares reformados em diretorias, essas coisas. Com o PMDB, o que se loteou foi a máquina do Estado: ministérios, hospitais, todo tipo de órgão, até o mais insignificante, tudo. O Estado desapareceu, virou patrimônio dos políticos".

"Sou mesmo a única oposição, mas estou me lixando para o que o Lula faz. O problema é a continuidade do que foi feito. Serra quer ser presidente e então vai àquele encontro dos governadores, em que a Lei de Responsabilidade Fiscal foi posta em xeque. De concessão em concessão, a vaca vai pro brejo. Serra não disse nada porque vai se beneficiar com isso. Serra seria um bom presidente. Quebra lanças".

"Aécio é mais conservador, acomoda mais. Isso dito, politicamente Aécio é fortíssimo. Pode ser menos preparado que o Serra, mas é popularíssimo. Não precisa provar mais nada. Serra precisa. O governo dele em São Paulo é que decidirá. E o início não foi brilhante".

"Agora, o Aécio gosta demais da vida privada dele. Pode parecer banal, mas é assim que as coisas funcionam. Com a presidência, muda tudo. Como ele não poderia mais ter a liberdade de que goza hoje, prefere pensar que tem tempo pela frente".

"Um brigadeiro me trouxe um documento, uma reunião do Conselho de Segurança, Costa e Silva presidente. A questão era cassar ou não o Covas. O ministro da Marinha, Rademaker, um duro, defendia a cassação. Costa e Silva, um bonachão, contemporizava. Foi quando se manifestou o ministro da Fazenda, Delfim: "Esse eu conheço, é de Santos, um comunista". Aí acabou. Cassaram. Delfim mentiu. Covas nunca foi comunista, não era sequer ligado à esquerda. Era um janista, um conservador. Tenho horror ao Delfim".



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