A guer-rinha de galos já começou, só que em outra arena - agora entre políticos, como o iluminado cócó-ricó da Bahia. E não é que o cidadão está planejando legalizar a briga de galos? Pois é. Cabeça de político dá pra tudo, menos para pensar.
Se for para legalizar a matança cruel de animais para o gozo (já sabem qual) dos espectadores, é melhor instaurar a tourada - oh, a sensibilidade brasileira não iria gostar de ver um touro morto "à unha"... Aliás, já que temos a farra-do-boi em Santa Catarina, não precisamos de mais um animal ser torturado, martirizado e morto em público. Ou precisamos?
O argumento de que os galos sejam tratados como atletas - pois neles seus donos investem um monte de dinheiro - e, portanto, não são mal tratados.... ora.... é o mesmo argumento que se pode usar quando se engorda um porco ou um peru para matá-los para serem comidos... bem tratados são, mas para uma finalidade que não tem nada a ver com o bem-estar dos animais. Seria fantástico se tratássemos bem os animais pelo simples prazer de tratar bem - sem ter em vista recompensas materiais (e de alto vulto, como as brigas de galo, em algumas áreas do Brasil, mantêm).
Minha sugestão aqui - em vez de ficar nesta conversa incrivelmente ridícula de se legalizar brigas de galo, proponho - pasmem os galinheiros... proponho que se legalizem a condição de prostitutas. Espantam-se, nobres leitores? - Pois as prostitutas - a mais velha profissão da face da terra -são negligenciadas, mal tratadas, morrem sem dentes, com pústulas e feridas, não são vistas como gente. NInguém as trata bem a não ser as caftinas e caftans que vivem delas. E sua vida produtiva é bem curta. Masi curta ainda do que a vida dos galos - que, afinal, são "bem tratados". As prostitutas, que existem, quer se queira ou não, são gente, são pessoas. E têm uma profissão - como você e eu. Eu não uso seus serviços (pra início de conversa, sou mulher e hetero), mas você ou alguém que você conhece, pode ser que use. Não seria mais seguro vc entrar no negócio com uma certa segurança? Um atestado, por exemplo, pendurado atrás da porta, declarando que fulana-de-tal foi examinada pelo médico tal em tal data e que não apresenta o que quer que seja de perigo para o amável cliente...
Melhor do que ficar nesta brincadeira de galos, vamos para o galinheiro e ver como as galinhas humanas são tratadas. E vocês são parte da arena - quer se queira ou não.
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E.E. |
