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Infantil-->O DEDINHO PRETO -- 27/12/2006 - 16:05 (Délcio Vieira Salomon) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O DEDINHO PRETO

Délcio Vieira Salomon


Era uma vez um dedinho preto
nascido em mão branca.
Cresceu entre dedos irmãos
sem nenhum deles o recusar.
Alguém já ouviu falar
dedo ter preconceito?
Somente o dedo duro
é que não merece respeito.

Afinal os dedos são como gente:
Enquanto dedo,
branco ou preto,
grande ou pequeno,
torto ou reto,
todos são iguais,
embora as diferenças
chamadas acidentais
ponham cada um em seu lugar.



Mas o dedinho preto um dia
quis essa teoria comprovar.
Escorregou por baixo da mão
até encontrar o dedão.
Várias vezes o cutucou.
Mas logo, logo sossegou
quando foi por ele abraçado.
Ficou todo entusiasmado
E satisfeito voltou a seu lugar.

Aguardou os dedos se recolherem.
Esperto, sozinho se empinou,
crente em símbolo se tornar...
Mesmo encolhidos, todos riram
mas sem dele zombar
Apenas queriam saber:
símbolo de quê ele queria ser.

Se o indicador em riste se ergue,
é para chamar atenção
ou até para ameaçar.
Para dizer OK se mostra o dedão
e os demais fecham a mão.
Se for o do meio, ao se esticar,
em pornográfico gesto,
é para o desafeto ofender.
Agora, se for o anular,
(aneliforme também chamado),
cerimoniosamente, ao se estender,
é para a aliança receber
e do casamento símbolo se tornar.

Mas o dedinho, branco ou preto
magro ou gordinho,
mesmo estendido, sozinho,
nada significa, coitadinho!

Não ficasse, porém triste.
Há ainda o símbolo tão universal
do qual poderia participar:
É o de toda a mão espalmada erguida
a dizer: - stop! - pare! Ou espere!
Isso é reconhecido em todo lugar.

Depois de ouvir tantas lições,
sentindo-se humilhado e sem graça
o dedinho preto seu momento aguardou.
Convocou todos os mindinhos
da cidade para uma greve geral.
À primeira vez que a mão se levantasse,
se recusariam a acompanhar os irmãos.
- Que eles todos juntinhos
ficassem quais sentinelas em pé.
Menos nós. Nenhum se ergueria.
E foi o que um dia aconteceu.



O que se viu é de se contar
com espanto singular.
Nada parou , ninguém esperou...
E tudo continuou como estava,
ou melhor como a vontade
de cada um planejava.
Os carros continuaram a correr
e ninguém, mas ninguém mesmo
em lugar vedado deixou de entrar.
Enfim, o plano do dedinho funcionou!
Com a liberdade total
a anarquia tomou conta do lugar.
Naquele dia nova mensagem
a todos e a tudo revolucionou:
- era proibido proibir!

Os dedos irmãos gritaram
e zangaram com o dedinho
que não os quis acompanhar.

Mas o dedinho preto retrucou:
- Não sou eu que devo me unir a vocês.
Vocês é que devem se unir a mim.
Esta a nova lição
que deveriam aprender:
- Se um dia me cortarem,
com apenas quatro dedos,
que mão conseguirá,
em tempo tão difícil
administrar um negócio
ou governar um país!?
E acrescentou rindo
às gargalhadas:
- Só se for o Brasil!
aH! aH! aH! aH! aH!
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